Caracterização da produção de biogás a partir de resíduos alimentares – Avaliação numérica e experimental dos parâmetros do processo de Digestão Anaeróbia

• Autor(a) principal: Duarte, Ivo Ferreira
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/11920
• topic: Desperdício alimentar; Digestão Anaeróbia

A sociedade atual enfrenta diversos problemas relacionados com a sustentabilidade, ou falta dela, e começa-se a acreditar que poderá colapsar se não se resolverem estes problemas. Um ponto muito importante que tem necessariamente de ser revertido é o desperdício alimentar. A digestão anaeróbia de resíduos orgânicos em aterros sanitários produz gás que contém principalmente metano e dióxido de carbono que se libertam para a atmosfera e poluem o meio ambiente, quando não são valorizados energeticamente. Através das condições controladas de um meio anaeróbio (ausência de oxigénio), o mesmo processo tem o potencial de converter resíduos orgânicos em produtos úteis, como biogás. O biogás é utilizado como energia renovável para produção de biocombustível e energia térmica ou elétrica. Durante o presente estudo foram realizados ensaios laboratoriais de monodigestão anaeróbia e codigestão anaeróbia. Foi aplicado um modelo de previsão numérica de produção de biogás que confirmou a maior rentabilidade pelo processo de monodigestão anaeróbia em comparação com os outros ensaios, com uma produção de biogás de cerca de 0,943 m3/kg de massa seca e 54,7% de metano. Com a produção média diária de resíduos alimentares nas Unidades Alimentares da UTAD, seria possível no final do ano letivo ter uma produção de energia elétrica acumulada de 56013,7 kWh, e 571339,3 MJ de energia térmica, gerada através do mesmo processo de digestão anaeróbia. Foi ainda efetuado um estudo de análise de ciclo de vida do processo, onde se realizou um estudo de alocação do presente estudo de digestão anaeróbia à escala real urbana. Concluiu-se que de modo a ser viável um projeto a esta escala teria de haver ajustes na fase de transporte da matéria orgânica. O fator ambiental com maior contributo para o impacte ambiental do processo foi o fator de potencial de aquecimento global com cerca de 18,41 kg CO2 eq., onde se verificou um contributo de 60,84% da fase de transporte no impacte ambiental total deste fator ambiental.