Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Cebola de
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.21/3882
Resumo: Mestrado em Segurança e Higiene no Trabalho
id RCAP_37d51d77f1e59e988c300243dad07017
oai_identifier_str oai:repositorio.ipl.pt:10400.21/3882
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e ESaúde ocupacionalExposição ocupacionalMercúrioMetilmercúrioParaoxonase humanaReciclagem de lâmpadasOccupational healthOccupational exposureMercuryMethyl mercuryHuman paraoxonaseLamp recyclingMestrado em Segurança e Higiene no TrabalhoOs trabalhadores da indústria de reciclagem e valorização de lâmpadas encontram-se ocupacionalmente expostos a mercúrio durante o processo de produção. Neste trabalho foi caracterizada essa exposição na totalidade dos trabalhadores de uma empresa portuguesa, determinando a concentração de mercúrio total no sangue. A concentração de mercúrio foi relacionada com a atividade do enzima PON-1 e com as concentrações das vitaminas A e E, no sangue dos trabalhadores. De forma a desenvolver este estudo, efetuaram-se determinações da concentração de mercúrio no sangue por Espectroscopia de Absorção Atómica Termal, tendo trabalhadores apresentado, em média, concentrações significativamente mais elevadas (p=0,000) de mercúrio no sangue (2,25 μg.L-1) que o grupo de controlo (0,864 μg.L-1), o que confirma a exposição ocupacional a este metal. A atividade da PON-1 foi medida por espectrofotometria Ultra Violeta-Visível (UV-Vis), tendo sido obtidos valores médios de 773 mM.min-1 para os trabalhadores e de 663 mM.min-1, para os controlos. As diferenças destas actividades não são estatisticamente significativas (p=0,562), indicando que a proteção das LDL contra a oxidação se mantém eficaz. Havia, todavia, uma correlação negativa fraca, não significativa (r=-0,422; p=0,298), entre a concentração de mercúrio e a atividade da PON-1 nos trabalhadores, sugerindo a possibilidade de inibição da PON-1 pelo mercúrio. Os níveis séricos de Vitaminas A e E foram determinados por Cromatografia Líquida de Alta Performance (HPLC). Relativamente à concentração de vitamina E, foram detetados valores séricos médios de 37.0 μM nos trabalhadores e 43.7 μM nos controlos, valores que não são estatisticamente diferentes (p=0,160) sugerindo que a capacidade antioxidante lipofílica se mantém intacta. Existe uma correlação negativa fraca, não significativa (r=-0,312; p=0,452) entre as concentrações de mercúrio e vitamina no sangue dos trabalhadores, sugerindo uma ligação entre mercúrio e stress oxidativo. Da comparação da concentração média sérica de vitamina A entre trabalhadores (2.00 μM) e controlos (0.980 μM) foram detetadas diferenças estatisticamente significativas das concentrações de vitamina A entre os dois grupos (p=0,007), sugerindo um efeito da exposição ao mercúrio ao nível da metabolização do retinol. Foi detetada uma correlação negativa fraca, estatisticamente não significativa, entre as concentrações de mercúrio e de vitamina A nos trabalhadores (r=-0,239; p=0,568), podendo significar uma ligação entre mercúrio e stress oxidativo. Foram igualmente estudadas as relações entre a concentração de mercúrio nos trabalhadores e o número de horas de exposição a este metal, verificando-se uma correlação positiva fraca não significativa (r=0,134; p=0,775). Da análise da relação entre a concentração do metal e a antiguidade dos trabalhadores em postos de trabalho com exposição ocupacional, constatou-se uma correlação positiva fraca não significativa (r=0,217; p=0,641). Concluiu-se que a exposição ocupacional destes trabalhadores não apresenta, no presente, riscos para a sua saúde. No entanto, os trabalhadores já exibem concentrações de mercúrio superiores aos controlos e alguns efeitos bioquímicos. Dado o mercúrio ser um metal bioacumulável, é possível que com o tempo, a exposição venha a produzir efeitos mais marcados.ABSTRACT - Workers from the light bulb recycling and recovery industry may be exposed to mercury during the production process. In this work we characterized the occupational exposure to mercury all the workers of a Portuguese facility by measuring whole blood mercury levels. Concomitantly, the activity of enzyme PON-1 was measured as well as the serum concentrations of vitamin A and E. Whole blood mercury was determined by atomic absorption spectrometry with thermal decomposition and workers had in average significantly (p=0.000) more mercury (2.25 μg.L-1) than controls (0.864 μg.L-1), thus confirming the occupational exposure. PON-1 activity was measured by UV-VIS Spectrophotometry and the mean activities found were 773 mM.min-1 for the workers and 663 mM.min-1, for the controls. This difference was not significant (p=0,562), showing that LDL protection from oxidation is still effective. There was a poor negative, non-significant correlation (r=-0,422; p=0,298) between mercury levels and PON-1 activity in workers, hinting a possible inhibition of PON-1 by mercury. The serum concentrations of vitamin E and A were determined by High Pressure Liquid Chromatography (HPLC) with diode array detection. The mean values of vitamin E in workers were 37.0 μM and 43.7 μM in controls. These values are not statistically different (p=0,160) suggesting that the lipophilic antioxidant barrier is intact. There was a non significant, weak negative correlation (r=-0,312; p=0,452) between the blood concentrations of mercury and vitamin E in workers, linking mercury and oxidative stress. Comparing the mean values of serum vitamin A of workers (2.00 μM) and controls (0.980 μM), a significant difference was found (p=0,007), suggesting an effect of the mercury at the level of retinol metabolization. It was detected a weak negative correlation, non significant (r=-0,239; p=0,568), between between the blood concentrations of mercury and vitamin A in workers, again linking mercury and oxidative stress. To further characterize the exposure, we studied the possible correlation between blood mercury and the number of daily exposure hours, finding a non significant, weak positive correlation (r=0,134; p=0,775). Moreover, the relationship between blood mercury and the number of years working in the industry also showed a non significant, weak positive correlation (r=0,217; p=0,641). The occupational exposure of these workers does not presently constitute a risk for their health. Nevertheless, mercury bioaccumulates over time, and these workers already have more mercury than the controls. Furthermore, they already show some biochemical effects. Steps should be taken in order to prevent the development of serious occupational mecurialism.Escola Superior de Tecnologia da Saúde de LisboaPádua, MárioViegas, SusanaRCIPLOliveira, Ana Cebola de2014-10-16T10:36:32Z20132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.21/3882TID:201091968porOliveira AC. Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E [Dissertation]. Lisboa: Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa/Instituto Politécnico de Lisboa; 2013.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T09:45:07Zoai:repositorio.ipl.pt:10400.21/3882Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:13:25.440894Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
title Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
spellingShingle Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
Oliveira, Ana Cebola de
Saúde ocupacional
Exposição ocupacional
Mercúrio
Metilmercúrio
Paraoxonase humana
Reciclagem de lâmpadas
Occupational health
Occupational exposure
Mercury
Methyl mercury
Human paraoxonase
Lamp recycling
title_short Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
title_full Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
title_fullStr Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
title_full_unstemmed Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
title_sort Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E
author Oliveira, Ana Cebola de
author_facet Oliveira, Ana Cebola de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Pádua, Mário
Viegas, Susana
RCIPL
dc.contributor.author.fl_str_mv Oliveira, Ana Cebola de
dc.subject.por.fl_str_mv Saúde ocupacional
Exposição ocupacional
Mercúrio
Metilmercúrio
Paraoxonase humana
Reciclagem de lâmpadas
Occupational health
Occupational exposure
Mercury
Methyl mercury
Human paraoxonase
Lamp recycling
topic Saúde ocupacional
Exposição ocupacional
Mercúrio
Metilmercúrio
Paraoxonase humana
Reciclagem de lâmpadas
Occupational health
Occupational exposure
Mercury
Methyl mercury
Human paraoxonase
Lamp recycling
description Mestrado em Segurança e Higiene no Trabalho
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013
2013-01-01T00:00:00Z
2014-10-16T10:36:32Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.21/3882
TID:201091968
url http://hdl.handle.net/10400.21/3882
identifier_str_mv TID:201091968
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Oliveira AC. Exposição ocupacional a mercúrio: associação com a atividade da paraoxonase humana e vitaminas A e E [Dissertation]. Lisboa: Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa/Instituto Politécnico de Lisboa; 2013.
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
publisher.none.fl_str_mv Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799133390977368064