Parto hospitalar!...outra perspetiva

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Grilo, Ana
Data de Publicação: 2013
Outros Autores: Frias, Ana
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/10157
Resumo: Parto Hospitalar…Outra perspetiva! O parto tem um significado emocional fundamental na vida de uma mulher e deverá ser uma experiência encarada com serenidade e alegria (Kitzinger, 1995). O avanço na área da obstetrícia, visível nas últimas décadas, deveu-se muito à institucionalização do parto. Permitiu aos profissionais de saúde detetar e tratar complicações nas grávidas e puérperas, de tal forma que as taxas de morbilidade e mortalidade materna e neonatal desceram consideravelmente. No entanto as práticas obstétricas interventivas generalizaram-se, mesmo às parturientes de baixo risco obstétrico (Gomes, 2011). A medicina deixou de contemplar o parto como um evento fisiológico, e passou a considerá-lo um evento patológico, que necessita de intervenção medicamentosa e/ou cirúrgica (Crizóstomo, Nery & Luz, 2007). Por um lado, o parto hospitalar deve ser seguro e proporcionar a cada mulher os benefícios dos avanços científicos. Mas por outro, deve permitir e estimular a participação informada da mulher, concedendo-lhe a sua autonomia em todo o processo de nascimento (Wolff & Moura, 2004). Já em 1996 a Organização Mundial de Saúde (WHO, 1996) publica um guia de práticas assistenciais de forma a recuperar o parto natural. Estas práticas visam desincentivar o parto medicalizado, considerado como artificial e violento, e incentivar medidas mais adequadas à fisiologia do parto, e, portanto, menos agressivas e mais naturais (Tornquist, 2002). O parto natural assistido é o parto vigiado por um profissional de saúde, que teve um início e progressão espontânea, culminando num nascimento também ele espontâneo (Direção Geral de Saúde, Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras & Ordem dos Enfermeiros 2012). Terem plena autonomia no nascimento dos seus filhos é o que leva as mulheres, cada vez mais, a optarem pelo parto no domicílio, uma vez que os hospitais não respondem às suas necessidades e desejos (Jouhki, 2012). No entanto a autonomia é um dos princípios éticos que todos os profissionais de saúde têm obrigação de respeitar. O poder da tomada de decisão exercido pelo ser humano é um símbolo do direito moral e legal dos utentes, e deve ser isento de qualquer paternalismo, coação ou manipulação (Filipe, 2004). Os dados de um estudo português revelaram que as utentes sentem falta de participação nas decisões médicas relativas ao parto (Costa, Figueiredo, Pacheco & Pais, 2003). Neste contexto entende-se que é inevitável não só conceder autonomia às mulheres no parto hospitalar, como também permitir que a mulher vivencie o seu parto, como um acontecimento dela, diminuindo as intervenções invasivas.
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