Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2021 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Relatório |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056 |
Resumo: | Resumo Introdução: O mesotelioma peritoneal maligno é exemplo de um tumor raro e com clínica inespecífica, sendo um desafio diagnóstico e terapêutico. O médico de família deve estar alerta para a possibilidade de uma doença rara, orientando atempadamente e dando suporte ao doente e à família vulnerável. Descrição do caso: Homem de 78 anos, casado, reformado, com antecedentes de hipertensão arterial, excesso de peso, dislipidemia, hiperplasia benigna da próstata e diverticulose (colonoscopia 2016). Em maio 2018 iniciou queixas persistentes de dor abdominal, náuseas, anorexia e astenia. O estudo inicial revelou anemia e elevação dos parâmetros inflamatórios. Sumária da urina, radiografia tórax e endoscopia digestiva alta sem alterações. Pelas queixas foi enviado ao serviço de urgência e internado na cirurgia geral em julho. Realizou TC abdomino-pélvica com densificação mesentérica, envolvendo o cólon e íleo e cumpriu ciclo de antibioterapia. Pelo agravamento clínico progressivo, com perda ponderal superior a 10%, o utente e a esposa procuraram o médico de família em várias ocasiões, para esclarecimento de dúvidas e possível alívio sintomático. O médico de família foi complementando o estudo com pedido de ecografia abdominal e, mais tarde, RMN em ambulatório, após discussão do custo-benefício com o doente, esposa e neta, que revelou derrame pericárdico. É discutido o caso telefonicamente com equipa de cirurgia, e posteriormente de medicina interna, para exclusão de doença autoimune ou infeciosa. Objetivou-se anemia mantida, PCR 91,2mg/dL, serologias, marcadores tumorais, teste de Mantoux, estudo cardíaco e prostático sem alterações. Em dezembro iniciou queixas de sudorese noturna e febre, sendo enviado à urgência, ficando novamente internado para estudo. Diagnosticado com mesotelioma peritoneal maligno disseminado, para abordagem paliativa. Faleceu em maio 2019. Comentário: Este caso demonstra a dificuldade e as barreiras diagnósticas de uma doença rara, a necessidade de apoiar o doente e a família durante o processo de deterioração clínica, bem como a importância do médico de família como elo de ligação com os cuidados de saúde secundários e no acompanhamento biopsicossocial ao doente e família. |
id |
RCAP_38bf142cbc63b54259161215a114ad26 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:scielo:S2182-51732021000100056 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de casoMesotelioma peritoneal malignoDoença raraMédico de família.Resumo Introdução: O mesotelioma peritoneal maligno é exemplo de um tumor raro e com clínica inespecífica, sendo um desafio diagnóstico e terapêutico. O médico de família deve estar alerta para a possibilidade de uma doença rara, orientando atempadamente e dando suporte ao doente e à família vulnerável. Descrição do caso: Homem de 78 anos, casado, reformado, com antecedentes de hipertensão arterial, excesso de peso, dislipidemia, hiperplasia benigna da próstata e diverticulose (colonoscopia 2016). Em maio 2018 iniciou queixas persistentes de dor abdominal, náuseas, anorexia e astenia. O estudo inicial revelou anemia e elevação dos parâmetros inflamatórios. Sumária da urina, radiografia tórax e endoscopia digestiva alta sem alterações. Pelas queixas foi enviado ao serviço de urgência e internado na cirurgia geral em julho. Realizou TC abdomino-pélvica com densificação mesentérica, envolvendo o cólon e íleo e cumpriu ciclo de antibioterapia. Pelo agravamento clínico progressivo, com perda ponderal superior a 10%, o utente e a esposa procuraram o médico de família em várias ocasiões, para esclarecimento de dúvidas e possível alívio sintomático. O médico de família foi complementando o estudo com pedido de ecografia abdominal e, mais tarde, RMN em ambulatório, após discussão do custo-benefício com o doente, esposa e neta, que revelou derrame pericárdico. É discutido o caso telefonicamente com equipa de cirurgia, e posteriormente de medicina interna, para exclusão de doença autoimune ou infeciosa. Objetivou-se anemia mantida, PCR 91,2mg/dL, serologias, marcadores tumorais, teste de Mantoux, estudo cardíaco e prostático sem alterações. Em dezembro iniciou queixas de sudorese noturna e febre, sendo enviado à urgência, ficando novamente internado para estudo. Diagnosticado com mesotelioma peritoneal maligno disseminado, para abordagem paliativa. Faleceu em maio 2019. Comentário: Este caso demonstra a dificuldade e as barreiras diagnósticas de uma doença rara, a necessidade de apoiar o doente e a família durante o processo de deterioração clínica, bem como a importância do médico de família como elo de ligação com os cuidados de saúde secundários e no acompanhamento biopsicossocial ao doente e família.Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar2021-02-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/reporttext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.37 n.1 2021reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056Nunes,CátiaRibeiro,SoraiaSilva,Carlainfo:eu-repo/semantics/openAccess2024-02-06T17:28:02Zoai:scielo:S2182-51732021000100056Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:32:30.849804Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
title |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
spellingShingle |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso Nunes,Cátia Mesotelioma peritoneal maligno Doença rara Médico de família. |
title_short |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
title_full |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
title_fullStr |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
title_full_unstemmed |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
title_sort |
Mesotelioma peritoneal maligno: o impacto de uma doença rara na prática clínica do médico de família - um relato de caso |
author |
Nunes,Cátia |
author_facet |
Nunes,Cátia Ribeiro,Soraia Silva,Carla |
author_role |
author |
author2 |
Ribeiro,Soraia Silva,Carla |
author2_role |
author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Nunes,Cátia Ribeiro,Soraia Silva,Carla |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Mesotelioma peritoneal maligno Doença rara Médico de família. |
topic |
Mesotelioma peritoneal maligno Doença rara Médico de família. |
description |
Resumo Introdução: O mesotelioma peritoneal maligno é exemplo de um tumor raro e com clínica inespecífica, sendo um desafio diagnóstico e terapêutico. O médico de família deve estar alerta para a possibilidade de uma doença rara, orientando atempadamente e dando suporte ao doente e à família vulnerável. Descrição do caso: Homem de 78 anos, casado, reformado, com antecedentes de hipertensão arterial, excesso de peso, dislipidemia, hiperplasia benigna da próstata e diverticulose (colonoscopia 2016). Em maio 2018 iniciou queixas persistentes de dor abdominal, náuseas, anorexia e astenia. O estudo inicial revelou anemia e elevação dos parâmetros inflamatórios. Sumária da urina, radiografia tórax e endoscopia digestiva alta sem alterações. Pelas queixas foi enviado ao serviço de urgência e internado na cirurgia geral em julho. Realizou TC abdomino-pélvica com densificação mesentérica, envolvendo o cólon e íleo e cumpriu ciclo de antibioterapia. Pelo agravamento clínico progressivo, com perda ponderal superior a 10%, o utente e a esposa procuraram o médico de família em várias ocasiões, para esclarecimento de dúvidas e possível alívio sintomático. O médico de família foi complementando o estudo com pedido de ecografia abdominal e, mais tarde, RMN em ambulatório, após discussão do custo-benefício com o doente, esposa e neta, que revelou derrame pericárdico. É discutido o caso telefonicamente com equipa de cirurgia, e posteriormente de medicina interna, para exclusão de doença autoimune ou infeciosa. Objetivou-se anemia mantida, PCR 91,2mg/dL, serologias, marcadores tumorais, teste de Mantoux, estudo cardíaco e prostático sem alterações. Em dezembro iniciou queixas de sudorese noturna e febre, sendo enviado à urgência, ficando novamente internado para estudo. Diagnosticado com mesotelioma peritoneal maligno disseminado, para abordagem paliativa. Faleceu em maio 2019. Comentário: Este caso demonstra a dificuldade e as barreiras diagnósticas de uma doença rara, a necessidade de apoiar o doente e a família durante o processo de deterioração clínica, bem como a importância do médico de família como elo de ligação com os cuidados de saúde secundários e no acompanhamento biopsicossocial ao doente e família. |
publishDate |
2021 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2021-02-01 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/report |
format |
report |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732021000100056 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
text/html |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar |
dc.source.none.fl_str_mv |
Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.37 n.1 2021 reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137385785589760 |