Da imigração à patologia: biomedicina, transculturalidade e controlo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/997 |
Resumo: | Este trabalho tem como objectivo a reflexão sobre a implantação de um projecto de Psiquiatria Transcultural para imigrantes em Portugal. A forma como a nosologia biomédica (re)cria conceitos de “cultura”, “etnia”, “identidade”, etc., com a finalidade de apreender o indivíduo (no contexto migratório), traduz-se em categorizações tipológicas que podem servir a estratégias sociopolíticas com implicações no enfraquecimento de acções afirmativas de grupos e minorias. Contraposições entre “nós” e “eles” recorrem a pressupostos de categorizações morais de assimilação dos imigrantes, convertidos depois em premissas psicobiológicas, que por sua vez, não são mais do que padrões de racionalidade e sociabilidade ocidentais a serem impostos a esta população como maneira de formalizar a sua adaptação ao local de acolhimento. Esta investigação procura demonstrar o modo como a psicopatologia da imigração, veiculada através da psiquiatria organicista institucionalizada, pode servir como mecanismo de controlo das populações e regulação de comportamentos de grupos sociais através de categorias avaliativas, tendendo a promover a patologização do quotidiano e da diferença. Partindo de fundamentos teóricos e metodológicos das ciências sociais e da antropologia, em particular, este estudo procura documentar e analisar os usos destes mecanismos e representações que lhes subjazem, a partir do caso específico do primeiro projecto de relevo no âmbito da psiquiatria transcultural em Portugal. |
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