O processo de criação de Torto Arado: o agente público, o cientista e o escritor: The Torto Arado creation process: the public agent, the scientist and the writer
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.34623/0j3j-nr73 |
Resumo: | Analisa-se o processo de criação da obra Torto Arado, a partir dos papéis sociais do brasileiro Itamar Vieira Junior como servidor público do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cientista e escritor. Para tanto, utilizam-se os referenciais que o próprio autor menciona em pesquisas científicas e entrevistas —como a escritora bielorussa Svetlana Aleksievitch. Conclui-se que Vieira Junior concebeu uma narrativa com o nome de Torto Arado em sua adolescência, mas foi a experiência como funcionário público e etnólogo na comunidade quilombola da Iúna (Chapada da Diamantina, Bahia/Brazil) que ofereceu os elementos fundamentais do romance: a oralidade; o ambiente natural, locus da narrativa; a história do povoamento da região; o cotidiano comunitário; e, principalmente, a utilização das personalidades do Iúna como personagens de Torto Arado. Tal como Aleksievitch, Itamar se compromete com a história narrada por pessoas comuns, frequentemente silenciadas e invizibilizadas. Porém, enquanto Aleksievitch implode a literatura com o abandono da ficção, Itamar acolhe em seu próprio âmago a diversidade dos seres com os quais conviveu para parir uma narrativa fabulada com muita realidade. Com sua poética de “ser o outro”, o escritor se lança à alteridade para revelar as faces de um Brasil profundo, permeado pela permanência impertinente da escravidão e a resistência política que caracterizam a trajetória das comunidades quilombolas. |
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O processo de criação de Torto Arado: o agente público, o cientista e o escritor: The Torto Arado creation process: the public agent, the scientist and the writerRuralidadeEscravidãoQuilombolaMovimentos sociaisCriação literáriaAnalisa-se o processo de criação da obra Torto Arado, a partir dos papéis sociais do brasileiro Itamar Vieira Junior como servidor público do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cientista e escritor. Para tanto, utilizam-se os referenciais que o próprio autor menciona em pesquisas científicas e entrevistas —como a escritora bielorussa Svetlana Aleksievitch. Conclui-se que Vieira Junior concebeu uma narrativa com o nome de Torto Arado em sua adolescência, mas foi a experiência como funcionário público e etnólogo na comunidade quilombola da Iúna (Chapada da Diamantina, Bahia/Brazil) que ofereceu os elementos fundamentais do romance: a oralidade; o ambiente natural, locus da narrativa; a história do povoamento da região; o cotidiano comunitário; e, principalmente, a utilização das personalidades do Iúna como personagens de Torto Arado. Tal como Aleksievitch, Itamar se compromete com a história narrada por pessoas comuns, frequentemente silenciadas e invizibilizadas. Porém, enquanto Aleksievitch implode a literatura com o abandono da ficção, Itamar acolhe em seu próprio âmago a diversidade dos seres com os quais conviveu para parir uma narrativa fabulada com muita realidade. Com sua poética de “ser o outro”, o escritor se lança à alteridade para revelar as faces de um Brasil profundo, permeado pela permanência impertinente da escravidão e a resistência política que caracterizam a trajetória das comunidades quilombolas.CIAC – Centro de Investigação em Artes e Comunicação2021-09-28T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfapplication/epub+ziphttps://doi.org/10.34623/0j3j-nr73oai:ojs.publicacoes.ciac.pt:article/40Rotura – Revista de Comunicação, Cultura e Artes; n. 2 (2021): Processos de Criação; 49-572184-8661reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAPporhttps://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/40https://doi.org/10.34623/0j3j-nr73https://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/40/20https://publicacoes.ciac.pt/index.php/rotura/article/view/40/49Direitos de Autor (c) 2021 Ricardo Mendes Mattoshttps://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/info:eu-repo/semantics/openAccessmattos, ricardo2022-09-20T15:24:45Zoai:ojs.publicacoes.ciac.pt:article/40Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:51:06.190337Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Analisa-se o processo de criação da obra Torto Arado, a partir dos papéis sociais do brasileiro Itamar Vieira Junior como servidor público do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), cientista e escritor. Para tanto, utilizam-se os referenciais que o próprio autor menciona em pesquisas científicas e entrevistas —como a escritora bielorussa Svetlana Aleksievitch. Conclui-se que Vieira Junior concebeu uma narrativa com o nome de Torto Arado em sua adolescência, mas foi a experiência como funcionário público e etnólogo na comunidade quilombola da Iúna (Chapada da Diamantina, Bahia/Brazil) que ofereceu os elementos fundamentais do romance: a oralidade; o ambiente natural, locus da narrativa; a história do povoamento da região; o cotidiano comunitário; e, principalmente, a utilização das personalidades do Iúna como personagens de Torto Arado. Tal como Aleksievitch, Itamar se compromete com a história narrada por pessoas comuns, frequentemente silenciadas e invizibilizadas. Porém, enquanto Aleksievitch implode a literatura com o abandono da ficção, Itamar acolhe em seu próprio âmago a diversidade dos seres com os quais conviveu para parir uma narrativa fabulada com muita realidade. Com sua poética de “ser o outro”, o escritor se lança à alteridade para revelar as faces de um Brasil profundo, permeado pela permanência impertinente da escravidão e a resistência política que caracterizam a trajetória das comunidades quilombolas. |
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