Educação física, prática desportiva e saúde: um estudo em alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico do Concelho de Mangualde

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Romão António da Silva
Data de Publicação: 2016
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/6057
Resumo: O presente estudo enquadra-se na problemática da Educação Física (EF), Desporto e Saúde Juvenil, e teve como objetivo analisar os índices de prática desportiva complementar à EF (Desporto Escolar e Desporto Federado) em relação com o perfil demográfico, biológico e de saúde, em alunos do 2º Ciclo do Ensino Básico. A amostra foi constituída por 250 crianças (134 rapazes e 116 raparigas), do concelho de Mangualde, com idades compreendidas entre os 10 e 12 anos. As variáveis demográficas e a variável prática desportiva foram obtidas através de dois questionários. A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada pelo teste de vaivém e a aptidão muscular avaliada pelos testes senta e alcança, abdominais, impulsão horizontal e corrida plana de 40 m. A composição corporal foi estudada através da medição da estatura, massa corporal, IMC e perímetro da cintura. Foi realizada a medição da tensão arterial como variável ligada à saúde. Para testar o efeito do sexo e da prática desportiva sobre os testes de aptidão cardiorrespiratória e muscular recorremos ao teste U de Mann-Whitney e o teste do qui-quadrado para testar o efeito do sexo sobre as variáveis de composição corporal, tensão arterial e prática desportiva. O mesmo teste foi usado para testar o efeito da prática desportiva sobre as variáveis de composição corporal e tensão arterial. Resultados: (i) há diferenças nos níveis de aptidão cardiorrespiratória e muscular dos rapazes e raparigas, com diferenças estatisticamente significativas no teste de vaivém, impulsão horizontal (p≤.01) e na prova de velocidade (p≤.05), a favor dos rapazes, apresentando as raparigas valores superiores no teste senta e alcança (p≤.01); (ii) as raparigas são as que mais beneficiam da prática do desporto escolar (DE) e os rapazes do desporto federado; (iii) os sujeitos com estatuto socioeconómico (ESE) mais elevado apresentam valores de prática desportiva superiores aos seus pares com ESE mais baixo (p≤.05); (iv) os alunos com prática desportiva revelaram melhor aptidão cardiorrespiratória do que aqueles que apenas beneficiam da EF (p≤.05); (v) os rapazes sem prática desportiva para além da EF, apresentaram valores significativamente superiores (p≤.05) de excesso de peso relativamente aos seus pares praticantes, (vi) no sexo feminino a prática desportiva encontra-se associada a índices mais elevados de hipertensão. Conclusões: A prática desportiva associada à EF parece não ser suficiente para minimizar alguns indicadores negativos relacionados com a saúde. Por sua vez, o DE pode ser considerado um dos grandes contribuintes para os níveis de atividade física do sexo feminino, enquanto no sexo masculino esse contributo parece ser mais atribuído aos desportos praticados fora do contexto escolar. Assim, para a promoção de níveis de atividade física eficazes para a saúde, a criação de comunidades ativas deve ser uma prioridade. Primeiro, tendo presente que as crianças e adolescentes passam a maior parte do seu dia na escola, aumentando e valorizando o tempo atribuído à disciplina de EF e promovendo o DE, como meio de incrementar os índices de prática desportiva, nomeadamente entre o sexo feminino e as classes mais desfavorecidas, e simultaneamente criar uma rede desportiva concelhia em parceria com o DE, com uma oferta diversificada e tendencialmente gratuita.
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A composição corporal foi estudada através da medição da estatura, massa corporal, IMC e perímetro da cintura. Foi realizada a medição da tensão arterial como variável ligada à saúde. Para testar o efeito do sexo e da prática desportiva sobre os testes de aptidão cardiorrespiratória e muscular recorremos ao teste U de Mann-Whitney e o teste do qui-quadrado para testar o efeito do sexo sobre as variáveis de composição corporal, tensão arterial e prática desportiva. O mesmo teste foi usado para testar o efeito da prática desportiva sobre as variáveis de composição corporal e tensão arterial. Resultados: (i) há diferenças nos níveis de aptidão cardiorrespiratória e muscular dos rapazes e raparigas, com diferenças estatisticamente significativas no teste de vaivém, impulsão horizontal (p≤.01) e na prova de velocidade (p≤.05), a favor dos rapazes, apresentando as raparigas valores superiores no teste senta e alcança (p≤.01); (ii) as raparigas são as que mais beneficiam da prática do desporto escolar (DE) e os rapazes do desporto federado; (iii) os sujeitos com estatuto socioeconómico (ESE) mais elevado apresentam valores de prática desportiva superiores aos seus pares com ESE mais baixo (p≤.05); (iv) os alunos com prática desportiva revelaram melhor aptidão cardiorrespiratória do que aqueles que apenas beneficiam da EF (p≤.05); (v) os rapazes sem prática desportiva para além da EF, apresentaram valores significativamente superiores (p≤.05) de excesso de peso relativamente aos seus pares praticantes, (vi) no sexo feminino a prática desportiva encontra-se associada a índices mais elevados de hipertensão. Conclusões: A prática desportiva associada à EF parece não ser suficiente para minimizar alguns indicadores negativos relacionados com a saúde. Por sua vez, o DE pode ser considerado um dos grandes contribuintes para os níveis de atividade física do sexo feminino, enquanto no sexo masculino esse contributo parece ser mais atribuído aos desportos praticados fora do contexto escolar. Assim, para a promoção de níveis de atividade física eficazes para a saúde, a criação de comunidades ativas deve ser uma prioridade. Primeiro, tendo presente que as crianças e adolescentes passam a maior parte do seu dia na escola, aumentando e valorizando o tempo atribuído à disciplina de EF e promovendo o DE, como meio de incrementar os índices de prática desportiva, nomeadamente entre o sexo feminino e as classes mais desfavorecidas, e simultaneamente criar uma rede desportiva concelhia em parceria com o DE, com uma oferta diversificada e tendencialmente gratuita.The present study deals with some the issues of Physical Education (PE), Sports and Youth Health. Its purpose was to analyse the indices of extra sports practice in addition to Physical Education (Scholar and Federated Sports) as a function of the demographic, biological and health profile of students who attend elementary school. The sample for this study was comprised of 250 children (134 boys and 116 girls), from the region of Mangualde, aged between 10 and 12 years old. The demographic variables and the sports practice variable were obtained through two surveys. The cardio respiratory fitness was measured using the shuttle run test and the muscular fitness was evaluated through the following tests: sit and reach, abdominals, horizontal impulsion and 40 meter running speed. The body composition was established through stature, body mass, BMI and waist circumference. The blood pressure was considered as the variable related to health. To test the effects of sex and sports practice on the cardio respiratory and muscular fitness tests the Mann-Whitney U test was used. The chi-square test was used to characterise the effect of sex gender on the following variables: body structure, blood pressure and sportive practice. The same test was used to check the effect of sports practice over the body structure and the blood pressure. Results of the study: (i) differences in the cardio respiratory and muscular fitness levels of both boys and girls were obtained, being statistically significant in the shuttle run test, the horizontal impulsion (p≤.01) and the speed test (p≤.05), favouring boys. Girls were superior in the sit and reach test (p≤.01); (ii) girls benefit more of the school sports practice, while boys take more advantage of federated sports; (iii) the individuals with the highest socio-economic status (SES) have higher rates of sports practice when compared to those with a lower SES (p≤.05); (iv) the students who practice extra sports exhibit a better cardio respiratory fitness than those who only attend PE classes; (v) boys not performing extra sports among the PE classes’ attendance, showed significant higher levels of overweight when compared with those who practice it; (vi) for females the lack of extra sports practice is associated with higher hypertension index levels. Conclusions: Sports practice associated to PE does not seem to be enough to minimise some indicators related to poor health. Thus, the school sports can be considered the biggest contribution to the practice of physical activity for females, while for males the sports practiced out of the school context seem to contribute the most. Therefore, in order to promote efficient levels of physical activity leading health improvement, the creation of active communities must be a priority. Baring in mind that children and adolescents spend a great part of their day at school, the time given to PE should be increased and school sports promoted, as a means of increasing the levels of sports practice, namely among females and the members of poor social classes. At the same time, a sports network at a local level should be created, establishing a partnership with the national school sports team, providing in that way a diverse and mainly cost-free offer.2016-06-03T18:31:00Z2016-06-03T00:00:00Z2016-06-03info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/6057porRodrigues, Romão António da Silvainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:50:14Zoai:repositorio.utad.pt:10348/6057Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:05:00.165632Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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