Depressão e comorbilidades orgânicas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Pinheiro, Adriana Maria Arantes
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8670
Resumo: As perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, autoestima baixa, fadiga, perturbações do sono e/ou do apetite e peso, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. O número total de indivíduos com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 300 milhões, o equivalente a 4,4% da população mundial. É mais prevalente no sexo feminino (5,1%) do que no masculino (3,6%). Normalmente tem início na terceira década de vida e atinge um pico de prevalência na idade adulta (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens). A prevalência entre homens e mulheres iguala-se por volta dos 70 anos. A depressão é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. Cerca de metade dos doentes com depressão não procuram ajuda e, dos que a procuram, cerca de metade não são diagnosticados. Quando adequadamente identificada, é, muitas vezes, tratada de forma inadequada ou com doses insuficientes de medicação, o que leva à manutenção de sintomas residuais, que comprometem a sua evolução clínica. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente. É uma patologia multifatorial, salientando-se como principais condições etiológicas a genética, a personalidade, as experiências na infância, os eventos precipitantes, alterações endócrinas e do sistema imune, aspetos cognitivos e alterações dos neurotransmissores. O tratamento da depressão assenta na terapia farmacológica e em psicoterapia concomitante. Em casos severos ou refratários pode ser realizada ECT. Existe uma relação bidirecional entre depressão e doenças orgânicas crónicas. Os comportamentos adversos e as mudanças psicobiológicas associadas com a depressão, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crónicas. Por outro lado, as alterações biológicas e as complicações associadas às doenças crónicas podem precipitar episódios depressivos, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade. Indivíduos com doenças crónicas têm taxas 2 a 3 vezes mais elevadas de depressão major. A associação entre depressão e doenças orgânicas é muito frequente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença orgânica, a menor adesão às orientações terapêuticas e a maior morbidade e mortalidade. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças endócrinas, cardiovasculares, neurológicas e oncológicas.
id RCAP_3be10640ba1802d92301775685cfe9fc
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8670
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Depressão e comorbilidades orgânicasComorbilidades MédicasDepressãoMortalidade e MorbilidadeDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaAs perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, autoestima baixa, fadiga, perturbações do sono e/ou do apetite e peso, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. O número total de indivíduos com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 300 milhões, o equivalente a 4,4% da população mundial. É mais prevalente no sexo feminino (5,1%) do que no masculino (3,6%). Normalmente tem início na terceira década de vida e atinge um pico de prevalência na idade adulta (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens). A prevalência entre homens e mulheres iguala-se por volta dos 70 anos. A depressão é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. Cerca de metade dos doentes com depressão não procuram ajuda e, dos que a procuram, cerca de metade não são diagnosticados. Quando adequadamente identificada, é, muitas vezes, tratada de forma inadequada ou com doses insuficientes de medicação, o que leva à manutenção de sintomas residuais, que comprometem a sua evolução clínica. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente. É uma patologia multifatorial, salientando-se como principais condições etiológicas a genética, a personalidade, as experiências na infância, os eventos precipitantes, alterações endócrinas e do sistema imune, aspetos cognitivos e alterações dos neurotransmissores. O tratamento da depressão assenta na terapia farmacológica e em psicoterapia concomitante. Em casos severos ou refratários pode ser realizada ECT. Existe uma relação bidirecional entre depressão e doenças orgânicas crónicas. Os comportamentos adversos e as mudanças psicobiológicas associadas com a depressão, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crónicas. Por outro lado, as alterações biológicas e as complicações associadas às doenças crónicas podem precipitar episódios depressivos, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade. Indivíduos com doenças crónicas têm taxas 2 a 3 vezes mais elevadas de depressão major. A associação entre depressão e doenças orgânicas é muito frequente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença orgânica, a menor adesão às orientações terapêuticas e a maior morbidade e mortalidade. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças endócrinas, cardiovasculares, neurológicas e oncológicas.Depressive disorders are characterize by: sadness; loss of interest; feelings of guilt or low self-esteem; fatigue; sleep, appetite or weight disorders; feeling tired or low levels of concentration. The number of individuals with depression worldwide, in 2015, was estimated to be superior to 300 million, the equivalent of 4,4% of the entire world population. The prevalence of depression is higher in female individuals (5,1%) than in males (3,6%). Normally, it starts in the third decade of life and it reaches the highest levels of prevalence in adulthood (above 7,5% amongst women with 55-74 years and above 5,5% amongst men). The prevalence amongst men and women reaches the same levels around the age of 70. Depression is an under-diagnosed and under-treated pathology. About half the patients with depression do not seek help, and those who do, half of them are not diagnosed. When diagnosed correctly, it’s often treated inappropriately, with insufficient doses of medicine, which leads to maintenance of residual symptoms, that compromise the clinical prognosis of patients. Only 35% of patients are diagnosed and treated properly. It is a multifactorial pathology. As main etiological factors stands out: genetic factors, personality, childhood experiences, precipitating events, cognitive theory, monoamine hypothesis, endocrine and immunological changes. The treatment for depression is a combination of pharmacological therapy and psychotherapy. In severe cases, or cases that don’t respond to the pharmacological therapy, it is advisable to start ECT. There is a bidirectional relationship between depression and chronic diseases. The adverse health behaviors and psychobiological changes associated with depression raise the risk of developing chronic diseases. In the other hand, the biological changes and the complications that arise from chronic diseases can precipitate or worsen depressive episodes, increasing their morbidity and mortality risk. Patients with chronic diseases have 2 to 3 times higher rates of depression. The association between major depression and other clinical conditions is frequently observed, leading to worse prognosis, both on the psychiatric and clinical conditions, less adhesion to therapy guidelines and increased rates of morbidity and mortality. Several diseases are clearly linked to depression, typical examples are endocrine, cardiovascular, neurological and neoplastic diseases.Nunes, Juliana da SilvauBibliorumPinheiro, Adriana Maria Arantes2020-01-23T17:11:39Z2019-07-022019-05-142019-07-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8670TID:202372863porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:48:56Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8670Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:57.603367Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Depressão e comorbilidades orgânicas
title Depressão e comorbilidades orgânicas
spellingShingle Depressão e comorbilidades orgânicas
Pinheiro, Adriana Maria Arantes
Comorbilidades Médicas
Depressão
Mortalidade e Morbilidade
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
title_short Depressão e comorbilidades orgânicas
title_full Depressão e comorbilidades orgânicas
title_fullStr Depressão e comorbilidades orgânicas
title_full_unstemmed Depressão e comorbilidades orgânicas
title_sort Depressão e comorbilidades orgânicas
author Pinheiro, Adriana Maria Arantes
author_facet Pinheiro, Adriana Maria Arantes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Nunes, Juliana da Silva
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Pinheiro, Adriana Maria Arantes
dc.subject.por.fl_str_mv Comorbilidades Médicas
Depressão
Mortalidade e Morbilidade
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
topic Comorbilidades Médicas
Depressão
Mortalidade e Morbilidade
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
description As perturbações depressivas são caracterizadas por tristeza, perda de interesse ou prazer, sentimentos de culpa, autoestima baixa, fadiga, perturbações do sono e/ou do apetite e peso, sensação de cansaço e baixo nível de concentração. O número total de indivíduos com depressão a nível mundial foi estimado, em 2015, em mais de 300 milhões, o equivalente a 4,4% da população mundial. É mais prevalente no sexo feminino (5,1%) do que no masculino (3,6%). Normalmente tem início na terceira década de vida e atinge um pico de prevalência na idade adulta (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens). A prevalência entre homens e mulheres iguala-se por volta dos 70 anos. A depressão é uma patologia subdiagnosticada e subtratada. Cerca de metade dos doentes com depressão não procuram ajuda e, dos que a procuram, cerca de metade não são diagnosticados. Quando adequadamente identificada, é, muitas vezes, tratada de forma inadequada ou com doses insuficientes de medicação, o que leva à manutenção de sintomas residuais, que comprometem a sua evolução clínica. Apenas 35% dos doentes são diagnosticados e tratados adequadamente. É uma patologia multifatorial, salientando-se como principais condições etiológicas a genética, a personalidade, as experiências na infância, os eventos precipitantes, alterações endócrinas e do sistema imune, aspetos cognitivos e alterações dos neurotransmissores. O tratamento da depressão assenta na terapia farmacológica e em psicoterapia concomitante. Em casos severos ou refratários pode ser realizada ECT. Existe uma relação bidirecional entre depressão e doenças orgânicas crónicas. Os comportamentos adversos e as mudanças psicobiológicas associadas com a depressão, aumentam o risco para o desenvolvimento de doenças crónicas. Por outro lado, as alterações biológicas e as complicações associadas às doenças crónicas podem precipitar episódios depressivos, aumentando o risco de morbilidade e mortalidade. Indivíduos com doenças crónicas têm taxas 2 a 3 vezes mais elevadas de depressão major. A associação entre depressão e doenças orgânicas é muito frequente, levando a pior evolução tanto do quadro psiquiátrico como da doença orgânica, a menor adesão às orientações terapêuticas e a maior morbidade e mortalidade. Diversas doenças estão claramente associadas à depressão, com maior destaque para as doenças endócrinas, cardiovasculares, neurológicas e oncológicas.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-07-02
2019-05-14
2019-07-02T00:00:00Z
2020-01-23T17:11:39Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/8670
TID:202372863
url http://hdl.handle.net/10400.6/8670
identifier_str_mv TID:202372863
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136383142461440