Contágio : contribuição para a epistemologia e a ética da saúde pública

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Marques, Manuel
Data de Publicação: 2010
Outros Autores: Ferreira, Carlos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.11/946
Resumo: O pensamento médico europeu acerca das epidemias – desde a oposição limpo/sujo, à poluição, à malaria, aos seminariae pestíferos até à microbiologia do séc. XIX – esteve sempre dominado pelas figuras do miasma, do asqueroso, do excremento, do imundo, do corrupto, do contágio. Adoptando genericamente o quadro teórico foucaultiano, investigamos aspectos da epistemologia histórica e da ética da Saúde Pública. Focamos, sucintamente, o Sanatório como paradigma da história recente da gestão pública da tuberculose (TB) em Portugal e (ainda mais esquematicamente), discutimos, em paralelo, os problemas epistémicos, técnicos e éticos suscitados pelos perigos de uma pandemia de gripe. Abordamos o estatuto da disjunção contágio/transmissão, os sistemas de inclusão e de exclusão, as diferenças entre incerteza, risco, perigo, precaução e prevenção. Tematizamos o poder disciplinar, a reificação, a indiferenciação, a biopolítica. Propomo-nos dar um contributo para o debate público em torno de uma Ética da precaução, mostrando que a pragmática da Saúde Pública não deixa de convocar, a vários níveis, as velhas categorias doethos médico, entre elas, a catarse, a crise e o kairos.
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