Biópsia prostática : o valor do psa, toque rectal e ecografia transrectal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2011 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/31386 |
Resumo: | Introdução: O carcinoma da próstata é a segunda causa de morte por cancro na Europa. O diagnóstico exige biópsia prostática, sendo a sua realização condicionada por preditores, como o PSA e o toque rectal. Os preditores actuais têm fraca sensibilidade e especificidade, resultando num elevado número de biópsias negativas. São necessários novos marcadores clinicamente aplicáveis que diminuam a negatividade das biópsias. Objectivos: Correlacionar a informação clínica do doente (idade, toque rectal, volume prostático e PSA) com o resultado da biópsia prostática. Metodologia: Foi efectuado um estudo restrospectivo, baseado na revisão de 120 ficheiros clínicos de doentes submetidos a biópsia prostática no nosso Serviço entre 1 de Junho de 2009 e 31 de Maio de 2010. A idade média dos doentes estudados foi de 67,63 ± 8,75 anos. Foram efectuadas biópsias prostáticas transrectais, ecoguiadas, com colheita de 6 a 24 fragmentos (média de 13,24 ± 3,5). Resultados: A frequência de biópsias positivas foi de 37.5%. Toques rectais suspeitos reflectiram-se em 52.5% de biópsias positivas (p=0.005). Valores de PSA superiores a 4 ng/ml traduziram-se em 37.7% de biósias positivas (p=0.524), sendo a média do PSA nas biópsias positivas de 27.67ng/ml e 9.56ng/ml nas negativas. Tumores mais indiferenciados ocorreram em idades mais avançadas (p=0.013). O aumento do PSA coincidiu com aumento do score de Gleason do tumor (p=0.003). A correlação entre o resultado da biópsia e a relação PSA livre/total não se mostrou estatisticamente significativa (p=0.232). Densidades do PSA superiores a 0.3ng/ml/cc correlacionaram-se com o aumento da positividade da biópsia. Não se verificou um aumento do volume prostático com o aumento da idade (p=0.456). O aumento do número de fragmentos da biópsia não aumentou a sua positividade (p=0.177). Conclusões: A biópsia prostática é a ferramenta indispensável ao diagnóstico do cancro da próstata. Contudo, a informação clínica do doente que determina a sua realização tem fraca especificidade e sensibilidade. Diversos factores devem ser tidos em conta na tomada de decisão de proceder à biópsia prostática. Novos estudos devem ser realizados em busca do preditor ideal. |
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Biópsia prostática : o valor do psa, toque rectal e ecografia transrectalNeoplasias da próstataDiagnósticoBiópsiaExame rectal digitalEcografiaAntigénio específico da próstataIntrodução: O carcinoma da próstata é a segunda causa de morte por cancro na Europa. O diagnóstico exige biópsia prostática, sendo a sua realização condicionada por preditores, como o PSA e o toque rectal. Os preditores actuais têm fraca sensibilidade e especificidade, resultando num elevado número de biópsias negativas. São necessários novos marcadores clinicamente aplicáveis que diminuam a negatividade das biópsias. Objectivos: Correlacionar a informação clínica do doente (idade, toque rectal, volume prostático e PSA) com o resultado da biópsia prostática. Metodologia: Foi efectuado um estudo restrospectivo, baseado na revisão de 120 ficheiros clínicos de doentes submetidos a biópsia prostática no nosso Serviço entre 1 de Junho de 2009 e 31 de Maio de 2010. A idade média dos doentes estudados foi de 67,63 ± 8,75 anos. Foram efectuadas biópsias prostáticas transrectais, ecoguiadas, com colheita de 6 a 24 fragmentos (média de 13,24 ± 3,5). Resultados: A frequência de biópsias positivas foi de 37.5%. Toques rectais suspeitos reflectiram-se em 52.5% de biópsias positivas (p=0.005). Valores de PSA superiores a 4 ng/ml traduziram-se em 37.7% de biósias positivas (p=0.524), sendo a média do PSA nas biópsias positivas de 27.67ng/ml e 9.56ng/ml nas negativas. Tumores mais indiferenciados ocorreram em idades mais avançadas (p=0.013). O aumento do PSA coincidiu com aumento do score de Gleason do tumor (p=0.003). A correlação entre o resultado da biópsia e a relação PSA livre/total não se mostrou estatisticamente significativa (p=0.232). Densidades do PSA superiores a 0.3ng/ml/cc correlacionaram-se com o aumento da positividade da biópsia. Não se verificou um aumento do volume prostático com o aumento da idade (p=0.456). O aumento do número de fragmentos da biópsia não aumentou a sua positividade (p=0.177). Conclusões: A biópsia prostática é a ferramenta indispensável ao diagnóstico do cancro da próstata. Contudo, a informação clínica do doente que determina a sua realização tem fraca especificidade e sensibilidade. Diversos factores devem ser tidos em conta na tomada de decisão de proceder à biópsia prostática. Novos estudos devem ser realizados em busca do preditor ideal.Introduction: Prostate cancer is the second leading cause of death by cancer in Europe. Its diagnosis requires prostate biopsy, the performance of which relies on predictors such as PSA and digital rectal examination. The predictors currently in use have poor sensitivity and specificity, resulting in a high number of negative biopsies. New clinically relevant markers are needed to decrease the negativeness of biopsies. Objectives: Correlate the patient's clinical information (age, digital rectal examination, prostate volume and PSA) with the outcome of prostate biopsy. Methods: A retrospective study was carried out, based on a review of 120 clinical records of patients undergoing prostate biopsy at our institution between June 1, 2009 and May 31, 2010. The mean age of patients studied was 67.63 ± 8.75 years. Ultrasound guided transrectal prostate biopsies were performed sampling 6 to 24 cores (average of 13.24 ± 3.5). Results: The frequency of positive biopsies was 37.5%. Suspicious digital rectal examination led to 52.5% of positive biopsies (p = 0.005). PSA values over 4 ng/ml resulted in 37.7% positive biopsies (p = 0,524), and the average PSA in the positive biopsies was 27.67ng/ml versus 9.56ng/ml for the negative ones. More undifferentiated tumors occurred in older ages (p = 0.013). The increase in PSA coincided with increased Gleason score (p = 0.003). The correlation between biopsy results and the free-to-total PSA ratio was not statistically significant (p = 0,232). PSA densities of more than 0.3ng/ml/cc correlated with increased biopsy positiveness. There was an increase in prostate volume with the increment of age (p = 0,456). The increase in number of biopsy cores did not correlate to the biopsy’s positiveness (p = 0,177). Conclusions: Prostate biopsy is the essential tool in diagnosis prostate cancer. However, the clinical information that determines its realization has low specificity and sensitivity. Several factors must be taken into account when making the decision to proceed with prostate biopsy. Further studies should be conducted in searching for the ideal predictor.2011-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/31386http://hdl.handle.net/10316/31386porNobre, João Miguel Salvadorinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:43Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/31386Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:50.868048Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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