A reprodução do estigma na insolvência das famílias
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/33380 https://doi.org/10.4000/rccs.5396 |
Resumo: | O crédito não trouxe apenas uma antecipação do rendimento das famílias, permitindo‑lhes antecipar o consumo de diversos bens. Também fez aumentar a sua vulnerabilidade a acontecimentos pessoais ou contextuais que comprometem o seu equilíbrio financeiro e o pagamento das suas dívidas. Tal como no passado, o direito procurou, através dos dispositivos legais da falência, proporcionar uma via de saída para os indivíduos e as famílias excessivamente onerados por dívidas que não conseguem solver. Mas tal como no passado, o direito da falência não deixou de reproduzir nos seus dispositivos legais, e no modo como estes são aplicados, parte da atitude estigmatizante e censuradora que por séculos tem acompanhado os falidos. Pelo contrário, tem‑se servido do próprio estigma para reforçar a sua eficácia e desestimular a utilização generalizada deste processo, tentando preservar um padrão comportamental onde prevalece a honorabilidade dos compromissos assumidos. |
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A reprodução do estigma na insolvência das famíliasDireito falimentarDiscriminaçãoEstigma (psicologia social)Finanças pessoaisInsolvênciaO crédito não trouxe apenas uma antecipação do rendimento das famílias, permitindo‑lhes antecipar o consumo de diversos bens. Também fez aumentar a sua vulnerabilidade a acontecimentos pessoais ou contextuais que comprometem o seu equilíbrio financeiro e o pagamento das suas dívidas. Tal como no passado, o direito procurou, através dos dispositivos legais da falência, proporcionar uma via de saída para os indivíduos e as famílias excessivamente onerados por dívidas que não conseguem solver. Mas tal como no passado, o direito da falência não deixou de reproduzir nos seus dispositivos legais, e no modo como estes são aplicados, parte da atitude estigmatizante e censuradora que por séculos tem acompanhado os falidos. Pelo contrário, tem‑se servido do próprio estigma para reforçar a sua eficácia e desestimular a utilização generalizada deste processo, tentando preservar um padrão comportamental onde prevalece a honorabilidade dos compromissos assumidos.Credit has not only allowed households to anticipate the consumption of various goods, but has also increased their vulnerability to personal or contextual events that affect their financial stability and solvency. As in the past, bankruptcy law provides a release for both individuals and households excessively burdened with debt. But as in the past, bankruptcy law continues to reproduce in its legal provisions and enforcement some aspects of the stigmatizing and censorious attitude that for centuries has accompanied bankrupts. Indeed, it has used the stigma itself to enhance its effectiveness and discourage the widespread use of this mechanism, seeking to preserve a behavioral pattern based on honoring contracts.Le crédit n’a pas apporté qu’une anticipation du revenu des ménages qui leur a permis d’anticiper la consommation de divers bien. Il a aussi fait croître leur vulnérabilité à des évènements personnels ou contextuels qui mettent en cause leur équilibre financier et le remboursement de leurs dettes. Tout comme par la passé, le Droit a cherché, à travers des dispositions légales de la faillite, à procurer une issue de secours aux personnes et aux ménages excessivement chargés par des dettes qu’ils ne parviennent pas à solder. Mais, comme par le passé, le droit des faillites n’a pas cessé de reproduire dans ses dispositions légales et dans la façon dont elles sont appliquées, certaines des attitudes stigmatisantes et à caractère condamnatoire qui, pendant des siècles, ont accompagné les faillis. Bien au contraire, il s’est servi du propre stigma pour renforcer leur efficacité et dissuader de faire appel à l’utilisation généralisée de ce processus, en tentant de préserver un standard de comportement où prévaut l’honorabilité des engagements assumés.Centro de Estudos Sociais2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttp://hdl.handle.net/10316/33380http://hdl.handle.net/10316/33380https://doi.org/10.4000/rccs.5396por0254-11062182-7435http://rccs.revues.org/5396Frade, CatarinaConceição, Ana Filipainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2020-05-25T06:50:54Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/33380Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:50:52.537562Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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