Métodos de ensino de microcirurgia em medicina veterinária
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2020 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.26/33360 |
Resumo: | Na Medicina Veterinária, a microcirurgia é uma área em crescimento que está a ganhar reconhecimento enquanto subespecialidade de cirurgia. Trata-se de uma técnica recente, com início na década de 60, sendo necessário uma boa formação e dedicação para se atingirem bons resultados. Este trabalho pretende resumir os métodos de ensino e treino que podem ser usados na formação em microcirurgia, tendo-se considerado o tempo de treino, as condições éticas, o preço e a disponibilidade dos diferentes materiais, para além das vantagens e desvantagens dos métodos abordados. Atualmente existem inúmeros modelos para o treino e formação em microcirurgia que podem ser sistematizados em modelos sintéticos, modelos ex vivo e modelos in vivo, apresentando, cada um, a sua importância e aplicação na prática microcirúrgica. Existe um consenso geral de que o treino de microcirurgia deve começar com modelos simples, de baixo custo e inanimados, pois as dificuldades no desempenho motor e visual são superadas pela aprendizagem de novas habilidades. Outro aspeto a considerar é a ética associada à utilização de animais que cada vez mais preocupa a sociedade, sendo por isso importante a aplicação do princípio, genericamente conhecido, dos 3R´s. Os modelos sintéticos não só reduzem o número de animais vivos necessários para o treino de microcirurgia, mas também fornecem uma alternativa de baixo custo e facilmente disponível para um treino contínuo. O ensino divide-se em várias fases, começando por modelos simples que familiarizam o aluno com o microscópio e instrumentos, como a manipulação básica, movimento e orientação no campo microscópico, colocação e realização de nós e aposição de bordos. Passa depois para o treino das técnicas de sutura sob o microscópio em modelos ex vivo, sendo estes mais realistas e mais tarde a cirurgia em animais vivos, nomeadamente em rato. Neste modelo podem-se treinar as técnicas de anastomose em artérias, veias e nervos, sendo por isso a última etapa do treino. A ergonomia em microcirurgia é um aspeto importante, uma vez que as cirurgias nesta área são normalmente muito longas, sendo necessário conhecer e manter uma postura correta e fazer pausas frequentes, de modo a evitar lesões e fadiga no cirurgião. No planeamento do ensino da microcirurgia devem ser considerados os meios físicos onde se irá aprender ou treinar as diversas técnicas e, por isso, a sua escolha deverá ser consciente tendo em conta a prática anterior dos formandos, a ética e o preço. Estando esta subespecialidade em crescimento, torna-se assim importante introduzi-la no curso de medicina veterinária de modo a que os alunos se familiarizem com as suas potencialidades e limitações e possam adquirir competências práticas baseadas num treino gradativo e eficaz da microcirurgia. |
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Métodos de ensino de microcirurgia em medicina veterináriaMicrocirurgiaModelos de treinoMedicina veterináriaModelos sintéticosModelos in vivoModelos ex vivoMicrosurgeryTraining modelsVeterinary medicineSynthetic modelsIn vivo modelsEx vivo models.Na Medicina Veterinária, a microcirurgia é uma área em crescimento que está a ganhar reconhecimento enquanto subespecialidade de cirurgia. Trata-se de uma técnica recente, com início na década de 60, sendo necessário uma boa formação e dedicação para se atingirem bons resultados. Este trabalho pretende resumir os métodos de ensino e treino que podem ser usados na formação em microcirurgia, tendo-se considerado o tempo de treino, as condições éticas, o preço e a disponibilidade dos diferentes materiais, para além das vantagens e desvantagens dos métodos abordados. Atualmente existem inúmeros modelos para o treino e formação em microcirurgia que podem ser sistematizados em modelos sintéticos, modelos ex vivo e modelos in vivo, apresentando, cada um, a sua importância e aplicação na prática microcirúrgica. Existe um consenso geral de que o treino de microcirurgia deve começar com modelos simples, de baixo custo e inanimados, pois as dificuldades no desempenho motor e visual são superadas pela aprendizagem de novas habilidades. Outro aspeto a considerar é a ética associada à utilização de animais que cada vez mais preocupa a sociedade, sendo por isso importante a aplicação do princípio, genericamente conhecido, dos 3R´s. Os modelos sintéticos não só reduzem o número de animais vivos necessários para o treino de microcirurgia, mas também fornecem uma alternativa de baixo custo e facilmente disponível para um treino contínuo. O ensino divide-se em várias fases, começando por modelos simples que familiarizam o aluno com o microscópio e instrumentos, como a manipulação básica, movimento e orientação no campo microscópico, colocação e realização de nós e aposição de bordos. Passa depois para o treino das técnicas de sutura sob o microscópio em modelos ex vivo, sendo estes mais realistas e mais tarde a cirurgia em animais vivos, nomeadamente em rato. Neste modelo podem-se treinar as técnicas de anastomose em artérias, veias e nervos, sendo por isso a última etapa do treino. A ergonomia em microcirurgia é um aspeto importante, uma vez que as cirurgias nesta área são normalmente muito longas, sendo necessário conhecer e manter uma postura correta e fazer pausas frequentes, de modo a evitar lesões e fadiga no cirurgião. No planeamento do ensino da microcirurgia devem ser considerados os meios físicos onde se irá aprender ou treinar as diversas técnicas e, por isso, a sua escolha deverá ser consciente tendo em conta a prática anterior dos formandos, a ética e o preço. Estando esta subespecialidade em crescimento, torna-se assim importante introduzi-la no curso de medicina veterinária de modo a que os alunos se familiarizem com as suas potencialidades e limitações e possam adquirir competências práticas baseadas num treino gradativo e eficaz da microcirurgia.In Veterinary Medicine, microsurgery is a growing area that is gaining recognition as a sub-specialty of surgery. It is a recent technique, beginning in the 60s, that requires a good training and dedication to achieve good results. This work aims to summarize the teaching and training methods that can be used in microsurgery training, considering the time spent on training, ethical conditions, price and availability of different materials, in addition to the advantages and disadvantages of the methods covered. Currently, there are numerous models for training and education in microsurgery that can be systematized in synthetic models, ex vivo models and in vivo models, each presenting its importance and application in microsurgical practice. There is a general consensus that microsurgery training should start with simple, low-cost and inanimate models, as difficulties in motor and visual performance are overcome by learning new skills. Another aspect to consider is the ethics associated with the use of animals, as society is more aware and concerned about it, which is why it is important to apply the generally known principle of the 3R´s. Synthetic models not only reduce the number of necessary live animals for microsurgery training, but they also provide a low cost and easily available alternative for continuous training. Teaching is divided into several stages, starting with simple models that familiarize the student with the microscope and instruments, such as basic manipulation, movement and orientation in the microscopic field, placement of knots and apposition of edges. Then moves on to training suture techniques under the microscope in ex vivo models, which are more realistic and finally surgery on live animals, mostly on mice. In this model, anastomosis techniques in arteries, veins and nerves can be trained, which is why it is the last stage of training. Ergonomics in microsurgery is an important aspect, since surgeries in this area are usually very long, being necessary to know and maintain a correct posture and to take frequent breaks, in order to avoid injuries and fatigue in the surgeon. When planning the teaching of microsurgery, the physical means in which you will learn or train the different techniques must be considered and, therefore, your choice must be conscious taking into account the trainee's previous practice, ethics and price. As this sub-specialty is growing, it is therefore important to introduce it in the veterinary medicine course so that students become familiar with its potentials and limitations and can acquire practical skills based on a gradual and effective training in microsurgery.Lopes, Ana Isabel CaladoRepositório ComumBatalha, Francisco Miguel Costa Cunha2023-07-15T00:30:23Z2020-07-152020-07-15T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/33360TID:202519350porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-21T10:15:17Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/33360Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:11:26.156799Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Na Medicina Veterinária, a microcirurgia é uma área em crescimento que está a ganhar reconhecimento enquanto subespecialidade de cirurgia. Trata-se de uma técnica recente, com início na década de 60, sendo necessário uma boa formação e dedicação para se atingirem bons resultados. Este trabalho pretende resumir os métodos de ensino e treino que podem ser usados na formação em microcirurgia, tendo-se considerado o tempo de treino, as condições éticas, o preço e a disponibilidade dos diferentes materiais, para além das vantagens e desvantagens dos métodos abordados. Atualmente existem inúmeros modelos para o treino e formação em microcirurgia que podem ser sistematizados em modelos sintéticos, modelos ex vivo e modelos in vivo, apresentando, cada um, a sua importância e aplicação na prática microcirúrgica. Existe um consenso geral de que o treino de microcirurgia deve começar com modelos simples, de baixo custo e inanimados, pois as dificuldades no desempenho motor e visual são superadas pela aprendizagem de novas habilidades. Outro aspeto a considerar é a ética associada à utilização de animais que cada vez mais preocupa a sociedade, sendo por isso importante a aplicação do princípio, genericamente conhecido, dos 3R´s. Os modelos sintéticos não só reduzem o número de animais vivos necessários para o treino de microcirurgia, mas também fornecem uma alternativa de baixo custo e facilmente disponível para um treino contínuo. O ensino divide-se em várias fases, começando por modelos simples que familiarizam o aluno com o microscópio e instrumentos, como a manipulação básica, movimento e orientação no campo microscópico, colocação e realização de nós e aposição de bordos. Passa depois para o treino das técnicas de sutura sob o microscópio em modelos ex vivo, sendo estes mais realistas e mais tarde a cirurgia em animais vivos, nomeadamente em rato. Neste modelo podem-se treinar as técnicas de anastomose em artérias, veias e nervos, sendo por isso a última etapa do treino. A ergonomia em microcirurgia é um aspeto importante, uma vez que as cirurgias nesta área são normalmente muito longas, sendo necessário conhecer e manter uma postura correta e fazer pausas frequentes, de modo a evitar lesões e fadiga no cirurgião. No planeamento do ensino da microcirurgia devem ser considerados os meios físicos onde se irá aprender ou treinar as diversas técnicas e, por isso, a sua escolha deverá ser consciente tendo em conta a prática anterior dos formandos, a ética e o preço. Estando esta subespecialidade em crescimento, torna-se assim importante introduzi-la no curso de medicina veterinária de modo a que os alunos se familiarizem com as suas potencialidades e limitações e possam adquirir competências práticas baseadas num treino gradativo e eficaz da microcirurgia. |
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