Recensão de livro - Fim da "norma culta"?
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Data de Publicação: | 2010 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25755/int.442 |
Resumo: | A realidade de sala de aula nos faz perceber, mesmo no ambiente universitário, a defasagem dos estudantes no que se refere ao domínio da chamada norma culta. Muitos ainda escrevem como falam e não se dão conta ou se importam com isso. Talvez porque pouca importância lhe foi dada na educação básica. Por outro lado, os graduandos que foram alunos da rede privada, evidenciam ter sido privilegiados com o ensino da norma-padrão, obtendo vantagens sobre os demais. Além disso, pesquisas em bases de dados conceituadas como, por exemplo, do Ministério da Educação e da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, inclusive apontadas no livro aqui resenhado, confirmam o “atraso” dos estudantes brasileiros, que dominam menos o seu próprio idioma. Tais situações anunciam a urgência de oferecer aos educandos uma educação de qualidade, preparando-os para o domínio da norma culta, que rege a sua língua materna e que constitui um processo de comunicação indispensável pelos relativos graus de precisão e consenso. Entretanto, há muitos desafios, como a torrente de avanços tecnológicos, que atrai crianças, jovens e adultos e os influencia, entre outros aspectos, na economia vocabular (abreviações) e na reprodução da língua falada na escrita. Todavia, importantes linguistas defendem o contrário, como Marcos Bagno. Doutor em Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo e professor da Universidade de Brasília, o autor publicou “Preconceito linguístico: o que é, como se faz”. Nela, o autor discorda do ensino da norma culta como padrão, já que deve ser levada em conta a diversidade linguística do povo brasileiro. Considera, pois, que o ensino da norma culta é reproduz o preconceito linguístico tão arraigado na cultura brasileira e acaba por exacerbar a desigualdade social. A obra, em sua 52ª edição, tem em vista promover o ensino mais democrático e coerente da língua materna. Com mais de 200.000 exemplares vendidos, o livro em epígrafe divide opiniões acerca do tema abordado, já que a sociedade brasileira enfrenta hoje o desafio de uma educação precária. Editado pela primeira vez em 1999, o autor vem aprimorando o livro, aprofundando discussões que considerava até então ter sido superficiais e, ainda, para corrigir algumas expressões anteriormente empregadas, como norma culta, devido às ambiguidades em que ela implica. |
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