A Fortaleza de Buhen: um ponto estratégico para o Egipto do Império Médio

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sales, José das Candeias
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.2/11044
Resumo: Um dos principais desafios que se colocou aos faraós egípcios do Império Médio foi suster as incursões das tribos nómadas (os "corredores da areia") pela fronteira oriental do Delta que, nos períodos anteriores, tinham perturbado a ordem social e administrativa do estado egípcio. Para o efeito, construíram uma linha defensiva de fortificações em frente do Sinai (a chamada "Muralha do Príncipe") e multiplicaram as expedições militares na região. No sul, a Baixa-Núbia foi integrada no território egípcio e na zona da Segunda Catarata do Nilo e construíram-se também numerosas fortificações por toda a região. Estas fortalezas, de grandes dimensões, parecem, porém, ter excedido os propósitos estritamente militares. A análise das suas estruturas parece demonstrar, de facto, outro tipo de preocupações e de objectivos: a linha de fortalezas de Kuch (designação em língua egípcia para a Núbia), zona de maior concentração de fortalezas, tinha uma dupla função: controlar as mercadorias provenientes das minas núbias e do Sul (jóias, peles de leopardo, marfim, etc.) e assinalar o efectivo poder egípcio sobre os núbios e a Núbia. Neste aspecto, a antiga fortaleza de Buhen - a primeira a ser construída na XII Dinastia, no reinado de Senuseret III, por volta do ano 1860 a.C., na margem esquerda do Nilo - é um bom exemplo, de enorme valor estratégico, facilitador do controle das caravanas e das embarcações de mercadorias, devido à escassa largura do rio na área, que nos permite caracterizar a acção e a intenção dos faraós deste período
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