Utilização dos cuidados de saúde em doentes com multimorbilidade em Portugal, em 2015
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/91282 |
Resumo: | RESUMO - Introdução: A presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, no mesmo indivíduo é um problema de saúde pública cada vez mais relevante para os sistemas de saúde. Os doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado na utilização dos cuidados de saúde. Tanto nos Estados Unidos da América (EUA) como na Europa, estima-se que entre 70% a 80% do orçamento total de saúde seja destinado às doenças crónicas. Na Europa, os doentes com multimorbilidade são responsáveis por até 78% das consultas nos cuidados de saúde primários. O seu peso é igualmente elevado nos cuidados hospitalares nos EUA, com um risco até 14,6 vezes superior de internamento e com um tempo de hospitalização 25 vezes mais longo em relação aos doentes sem doenças crónicas. Métodos: Este estudo foca-se na análise da associação entre a multimorbilidade e a utilização dos cuidados de saúde na população portuguesa, entre os 25 e os 74 anos de idade, assim como na descrição da prevalência da multimorbilidade em Portugal e na análise da utilização dos cuidados de saúde por grupo de doenças crónicas específicas e por cada doença crónica adicional. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, analítico e transversal que tem como fonte de informação a base de dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) cuja recolha de dados decorreu em 2015. Foi estudada a associação entre as variáveis socioeconómicas e a utilização dos cuidados de saúde, nos doentes com multimorbilidade. Foi construído um modelo de regressão logística estratificado para o sexo e ajustado para as variáveis socioeconómicas. Resultados: A prevalência de multimorbilidade na população portuguesa foi de 38,3% (IC95% 35,4% a 41,3%). Nos doentes com multimorbilidade verificou-se uma maior utilização de consultas de cuidados de saúde primários, consultas hospitalares e internamentos. Nestes doentes foi observada associação estatisticamente significativa entre o sexo feminino, escalões etários mais velhos e níveis educacionais mais baixos e a maior utilização dos cuidados de saúde. A utilização dos serviços de saúde era mais elevada no grupo das doenças do foro mental e das patologias músculo-esqueléticas, embora não se tenha verificado o aumento proporcional da utilização dos cuidados por doença crónica adicional. Conclusões: Apesar da diversidade metodológica presente neste tipo de trabalhos, os resultados observados neste estudo estão em linha com a literatura internacional. A existência de evidência científica, para a realidade nacional, quanto à utilização dos serviços de saúde por doentes com multimorbilidade, poderá sustentar alterações nas políticas de saúde que permitam uma gestão mais eficiente destes doentes. |
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Utilização dos cuidados de saúde em doentes com multimorbilidade em Portugal, em 2015Serviços de SaúdeMultimorbilidadeDoenças CrónicasINSEFHealthcareMultimorbididyChronic ConditionsDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências SociaisRESUMO - Introdução: A presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, no mesmo indivíduo é um problema de saúde pública cada vez mais relevante para os sistemas de saúde. Os doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado na utilização dos cuidados de saúde. Tanto nos Estados Unidos da América (EUA) como na Europa, estima-se que entre 70% a 80% do orçamento total de saúde seja destinado às doenças crónicas. Na Europa, os doentes com multimorbilidade são responsáveis por até 78% das consultas nos cuidados de saúde primários. O seu peso é igualmente elevado nos cuidados hospitalares nos EUA, com um risco até 14,6 vezes superior de internamento e com um tempo de hospitalização 25 vezes mais longo em relação aos doentes sem doenças crónicas. Métodos: Este estudo foca-se na análise da associação entre a multimorbilidade e a utilização dos cuidados de saúde na população portuguesa, entre os 25 e os 74 anos de idade, assim como na descrição da prevalência da multimorbilidade em Portugal e na análise da utilização dos cuidados de saúde por grupo de doenças crónicas específicas e por cada doença crónica adicional. Trata-se de um estudo epidemiológico, observacional, analítico e transversal que tem como fonte de informação a base de dados do Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF) cuja recolha de dados decorreu em 2015. Foi estudada a associação entre as variáveis socioeconómicas e a utilização dos cuidados de saúde, nos doentes com multimorbilidade. Foi construído um modelo de regressão logística estratificado para o sexo e ajustado para as variáveis socioeconómicas. Resultados: A prevalência de multimorbilidade na população portuguesa foi de 38,3% (IC95% 35,4% a 41,3%). Nos doentes com multimorbilidade verificou-se uma maior utilização de consultas de cuidados de saúde primários, consultas hospitalares e internamentos. Nestes doentes foi observada associação estatisticamente significativa entre o sexo feminino, escalões etários mais velhos e níveis educacionais mais baixos e a maior utilização dos cuidados de saúde. A utilização dos serviços de saúde era mais elevada no grupo das doenças do foro mental e das patologias músculo-esqueléticas, embora não se tenha verificado o aumento proporcional da utilização dos cuidados por doença crónica adicional. Conclusões: Apesar da diversidade metodológica presente neste tipo de trabalhos, os resultados observados neste estudo estão em linha com a literatura internacional. A existência de evidência científica, para a realidade nacional, quanto à utilização dos serviços de saúde por doentes com multimorbilidade, poderá sustentar alterações nas políticas de saúde que permitam uma gestão mais eficiente destes doentes.ABSTRACT -Background: The presence of multiple chronic diseases in the same patient is a public health problem increasingly recognized as relevant to health systems. Individuals with multimorbidity have additional health needs, which represent a heavy burden for healthcare use. It is estimated that between 70% to 80% of the total health expenditure is used with chronic conditions, both in USA and in Europe. Patients with multimorbidity are responsible for up to 78% of primary care appointments in Europe. These patients are also high hospital services users, with up to 14.6 times more risk of hospitalization and with longer periods of hospital stay (up to 25 times) in USA. Methods: This study analyzes the association between multimorbidity and healthcare use in the Portuguese population aged 25 to 75, as well as the description of the prevalence of multimorbidity in Portugal and the analysis of healthcare use by group of chronic diseases and by additional chronic disease. An epidemiological, observational, analytic cross-sectional study was performed, based on data from Inquérito Nacional de Saúde com Exame Fisico (INSEF) which had data collected in 2015. In patients with multimorbidity, the association between socioeconomic variables and healthcare use was studied using logistic regression models, stratified by sex and adjusted for socioeconomic confounding variables. Results: The prevalence of multimorbidity in the Portuguese population was 38.3% (95% CI 35.4% to 41.3%). In patients with multimorbidity there was a more frequent use of primary health care consultations, hospital consultations and hospitalizations. In these patients an association was established between female sex, older age groups and lower educational levels, and increased use of healthcare. A more frequent healthcare use was observed with mental health and musculoskeletal diseases, although not showing a proportional increase in healthcare use for each additional medical condition. Conclusion: Despite the methodological diversity present in these type of works, the results found in this study are in line with the international literature. The availability of scientific evidence, in Portuguese context, regarding the use of healthcare services by multimorbidity patients, may support health policy changes which could allow a more efficient management of these patients. Key Words: , , , INSEFDias, Carlos MatiasRUNRomana, Guilherme Dias Quinaz Trigo2020-07-22T00:30:41Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/91282TID:202379922porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:40:34Zoai:run.unl.pt:10362/91282Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:37:18.834319Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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