Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Quinaz Romana, Guilherme
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Kislaya, Irina, Salvador, Mário Rui, Gonçalves, Susana Cunha, Nunes, Baltazar, Matias Dias, Carlos
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/7103
Resumo: Introdução: A presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, no mesmo indivíduo é um problema de saúde reconhecido. Os doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado para os cuidados de saúde. Embora não exista uma definição consensual do conceito, a multimorbilidade é definida habitualmente pela presença de duas ou mais doenças crónicas. A existência de evidência, para a realidade nacional, quanto à multimorbilidade poderá contribuir para a gestão e tratamento destes doentes de forma mais eficiente. Material e Métodos: Com o objetivo de estimar a prevalência de multimorbilidade e identificar os fatores associados foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do INSEF, um inquérito de base populacional desenvolvido com uma amostra probabilística representativa da população portuguesa (n = 4911). A prevalência de multimorbilidade foi estimada para o total da população e para cada um dos sexos, estratificada por grupo etário, região de saúde, educação e rendimento. As magnitudes das associações foram medidas pelas razões de prevalências ajustadas calculadas pelo modelo de regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de multimorbilidade foi de 38,3% (IC 95%: 35,4% a 41,3%), com maior frequência nas mulheres, nos indivíduos mais velhos, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Norte, Algarve e Alentejo e em níveis educacionais mais baixos. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre a multimorbilidade e o rendimento. Discussão: A multimorbilidade é um problema que afeta mais de um terço da população portuguesa. O conhecimento epidemiológico sobre a multimorbilidade em Portugal permite identificar os grupos populacionais onde esta realidade é mais prevalente. Conclusão: Os valores observados apontam para maior risco de multimorbilidade entre os indivíduos mais velhos e menos diferenciados e está em consonância com os resultados da literatura. Estes dados demonstram a relevância dos doentes com multimorbilidade e têm especial importância na forma com os cuidados de saúde são organizados e prestados.
id RCAP_463cf8845fe653d3cdf1f06488cdfbc3
oai_identifier_str oai:repositorio.insa.pt:10400.18/7103
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame FísicoChronic DiseasesMultimorbidityHealth SurveysPortugalINSEFDoenças Crónicas;Inquéritos EpidemiológicosMultimorbilidadeEstados de Saúde e de DoençaIntrodução: A presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, no mesmo indivíduo é um problema de saúde reconhecido. Os doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado para os cuidados de saúde. Embora não exista uma definição consensual do conceito, a multimorbilidade é definida habitualmente pela presença de duas ou mais doenças crónicas. A existência de evidência, para a realidade nacional, quanto à multimorbilidade poderá contribuir para a gestão e tratamento destes doentes de forma mais eficiente. Material e Métodos: Com o objetivo de estimar a prevalência de multimorbilidade e identificar os fatores associados foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do INSEF, um inquérito de base populacional desenvolvido com uma amostra probabilística representativa da população portuguesa (n = 4911). A prevalência de multimorbilidade foi estimada para o total da população e para cada um dos sexos, estratificada por grupo etário, região de saúde, educação e rendimento. As magnitudes das associações foram medidas pelas razões de prevalências ajustadas calculadas pelo modelo de regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de multimorbilidade foi de 38,3% (IC 95%: 35,4% a 41,3%), com maior frequência nas mulheres, nos indivíduos mais velhos, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Norte, Algarve e Alentejo e em níveis educacionais mais baixos. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre a multimorbilidade e o rendimento. Discussão: A multimorbilidade é um problema que afeta mais de um terço da população portuguesa. O conhecimento epidemiológico sobre a multimorbilidade em Portugal permite identificar os grupos populacionais onde esta realidade é mais prevalente. Conclusão: Os valores observados apontam para maior risco de multimorbilidade entre os indivíduos mais velhos e menos diferenciados e está em consonância com os resultados da literatura. Estes dados demonstram a relevância dos doentes com multimorbilidade e têm especial importância na forma com os cuidados de saúde são organizados e prestados.Introduction: The simultaneous presence of multiple chronic diseases in the same individual is recognized as an important public health problem. Patients with multimorbidity have greater healthcare needs, which represents a higher burden on health services. Although there is no consensual definition of this concept, multimorbidity is usually defined as the presence of two or more chronic diseases in the same patient. The existence of evidence regarding multimorbidity will lead to more efficient management and treatment of these patients. Material and Methods: In order to estimate the prevalence of multimorbidity and to identify the associated factors, a cross-sectional epidemiological study was developed based on data from the INSEF, a population-based survey conducted on a representative probability sample of the Portuguese population (n = 4911). The prevalence of multimorbidity was estimated for the total population and separately for men and women, stratified by age group, region, education and income. The magnitudes of the associations were measured by the adjusted prevalence ratios calculated by the Poisson regression model. Results: Prevalence of multimorbidity was 38.3% (95% CI: 35.4% to 41.3%), with higher frequency in women, older people, Lisbon and Tagus Valley; Northern Portugal; Algarve and Alentejo regions and in those with lower academic qualifications. No association was found between multimorbidity and income. Discussion: Multimorbidity affects more than one third of the Portuguese population. Epidemiological data about multimorbidity in Portugal allows the identification of population groups with higher multimorbidity prevalence. Conclusion: Our results, which highlight the greater risk of multimorbidity among older and less instructed people, are in line with the literature. These results show the relevance of multimorbidity patients and are especially important in the way how healthcare is organized and provided.O Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico 2013-2016 (INSEF) desenvolvido como parte integrante do projeto “Improvement of epidemiological health information to support public health decision and management in Portugal. Towards reduced inequalities, improved health, and bilateral cooperation” beneficiou de um apoio financeiro de 1.500.000€ concedido pela Islândia, Liechtenstein e Noruega, através das EEA Grants.Ordem dos MédicosRepositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeQuinaz Romana, GuilhermeKislaya, IrinaSalvador, Mário RuiGonçalves, Susana CunhaNunes, BaltazarMatias Dias, Carlos2020-07-23T22:43:51Z2019-01-312019-01-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7103porActa Med Port. 2019 Jan;32(1):30-37. doi:10.20344/amp.112271646-075810.20344/amp.11227info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:41:13Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7103Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:40:46.182993Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
title Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
spellingShingle Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
Quinaz Romana, Guilherme
Chronic Diseases
Multimorbidity
Health Surveys
Portugal
INSEF
Doenças Crónicas;
Inquéritos Epidemiológicos
Multimorbilidade
Estados de Saúde e de Doença
title_short Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
title_full Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
title_fullStr Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
title_full_unstemmed Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
title_sort Multimorbilidade em Portugal: dados do Primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico
author Quinaz Romana, Guilherme
author_facet Quinaz Romana, Guilherme
Kislaya, Irina
Salvador, Mário Rui
Gonçalves, Susana Cunha
Nunes, Baltazar
Matias Dias, Carlos
author_role author
author2 Kislaya, Irina
Salvador, Mário Rui
Gonçalves, Susana Cunha
Nunes, Baltazar
Matias Dias, Carlos
author2_role author
author
author
author
author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Científico do Instituto Nacional de Saúde
dc.contributor.author.fl_str_mv Quinaz Romana, Guilherme
Kislaya, Irina
Salvador, Mário Rui
Gonçalves, Susana Cunha
Nunes, Baltazar
Matias Dias, Carlos
dc.subject.por.fl_str_mv Chronic Diseases
Multimorbidity
Health Surveys
Portugal
INSEF
Doenças Crónicas;
Inquéritos Epidemiológicos
Multimorbilidade
Estados de Saúde e de Doença
topic Chronic Diseases
Multimorbidity
Health Surveys
Portugal
INSEF
Doenças Crónicas;
Inquéritos Epidemiológicos
Multimorbilidade
Estados de Saúde e de Doença
description Introdução: A presença de múltiplas doenças crónicas, em simultâneo, no mesmo indivíduo é um problema de saúde reconhecido. Os doentes com multimorbilidade têm necessidades de saúde acrescidas, o que representa um ónus elevado para os cuidados de saúde. Embora não exista uma definição consensual do conceito, a multimorbilidade é definida habitualmente pela presença de duas ou mais doenças crónicas. A existência de evidência, para a realidade nacional, quanto à multimorbilidade poderá contribuir para a gestão e tratamento destes doentes de forma mais eficiente. Material e Métodos: Com o objetivo de estimar a prevalência de multimorbilidade e identificar os fatores associados foi realizado um estudo epidemiológico transversal com base nos dados do INSEF, um inquérito de base populacional desenvolvido com uma amostra probabilística representativa da população portuguesa (n = 4911). A prevalência de multimorbilidade foi estimada para o total da população e para cada um dos sexos, estratificada por grupo etário, região de saúde, educação e rendimento. As magnitudes das associações foram medidas pelas razões de prevalências ajustadas calculadas pelo modelo de regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de multimorbilidade foi de 38,3% (IC 95%: 35,4% a 41,3%), com maior frequência nas mulheres, nos indivíduos mais velhos, nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Norte, Algarve e Alentejo e em níveis educacionais mais baixos. Não foi observada associação estatisticamente significativa entre a multimorbilidade e o rendimento. Discussão: A multimorbilidade é um problema que afeta mais de um terço da população portuguesa. O conhecimento epidemiológico sobre a multimorbilidade em Portugal permite identificar os grupos populacionais onde esta realidade é mais prevalente. Conclusão: Os valores observados apontam para maior risco de multimorbilidade entre os indivíduos mais velhos e menos diferenciados e está em consonância com os resultados da literatura. Estes dados demonstram a relevância dos doentes com multimorbilidade e têm especial importância na forma com os cuidados de saúde são organizados e prestados.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-01-31
2019-01-31T00:00:00Z
2020-07-23T22:43:51Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.18/7103
url http://hdl.handle.net/10400.18/7103
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv Acta Med Port. 2019 Jan;32(1):30-37. doi:10.20344/amp.11227
1646-0758
10.20344/amp.11227
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv Ordem dos Médicos
publisher.none.fl_str_mv Ordem dos Médicos
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799132150821289984