A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues, João Diogo Mendes
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/39642
Resumo: A venda de substâncias lícitas como se de produto estupefaciente se tratasse, vulgarmente conhecido como falso tráfico de droga, é uma prática capaz de lesar bens jurídicos e cada vez mais assídua nas cidades portuguesas. A polícia e, por inerência, os elementos policiais, no desempenho das suas funções, debatem-se com um problema legal, pois, uma vez que as substâncias referidas não têm natureza estupefaciente ou psicotrópica, a sua venda não parece consubstanciar um tipo de ilícito criminal, pelo que não têm legitimidade para proceder a detenções. Na falta de enquadramento legal que criminalize esse comportamento, a solução encontrada pelas autoridades competentes para tentar combatê-lo tem sido o seu enquadramento como ilícito de mera ordenação social de venda ambulante sem licença, que embora não crie condições para deter e condenar os seus autores, permite fazer pressão. No sentido de se perceber de que forma deverá o falso tráfico de droga ser punido no sistema jurídico português, é necessário analisar o ordenamento jurídico vigente, para saber se o comportamento em apreço preenche os elementos objetivos e subjetivos de algum tipo de crime ou contraordenação previsto e punido na legislação. Com o suporte da Doutrina e Jurisprudência procura-se responder ao problema exposto, nomeadamente através da tipificação num ilícito já existente ou constatando-se que não existe, na realidade, uma norma que o puna devidamente. De forma a dar um contributo maior para a investigação, é ainda objeto deste estudo a análise de Direito Comparado.
id RCAP_3fb71fe49106411d8ce902ee042800d5
oai_identifier_str oai:comum.rcaap.pt:10400.26/39642
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penalfalso tráfico de drogavenda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicasimitações de substâncias controladasfake drug traffickingsale of false narcotics and psychotropic substancesimitations of controlled substancesA venda de substâncias lícitas como se de produto estupefaciente se tratasse, vulgarmente conhecido como falso tráfico de droga, é uma prática capaz de lesar bens jurídicos e cada vez mais assídua nas cidades portuguesas. A polícia e, por inerência, os elementos policiais, no desempenho das suas funções, debatem-se com um problema legal, pois, uma vez que as substâncias referidas não têm natureza estupefaciente ou psicotrópica, a sua venda não parece consubstanciar um tipo de ilícito criminal, pelo que não têm legitimidade para proceder a detenções. Na falta de enquadramento legal que criminalize esse comportamento, a solução encontrada pelas autoridades competentes para tentar combatê-lo tem sido o seu enquadramento como ilícito de mera ordenação social de venda ambulante sem licença, que embora não crie condições para deter e condenar os seus autores, permite fazer pressão. No sentido de se perceber de que forma deverá o falso tráfico de droga ser punido no sistema jurídico português, é necessário analisar o ordenamento jurídico vigente, para saber se o comportamento em apreço preenche os elementos objetivos e subjetivos de algum tipo de crime ou contraordenação previsto e punido na legislação. Com o suporte da Doutrina e Jurisprudência procura-se responder ao problema exposto, nomeadamente através da tipificação num ilícito já existente ou constatando-se que não existe, na realidade, uma norma que o puna devidamente. De forma a dar um contributo maior para a investigação, é ainda objeto deste estudo a análise de Direito Comparado.The sale of legal substances as if they were a narcotic product, commonly known as false drug trafficking, is, in fact, a practice capable of harming legal assets and increasingly assiduous in Portuguese cities. The police and, inherently, the police elements, in the performance of their duties, face a legal problem because, since the substances mentioned have no narcotic or psychotropic nature, their sale does not seem to constitute a type of criminal offence, so they have no legitimacy to make arrests. In the absence of a legal standard that criminalizes this behaviour, the solution found by the competent authorities to try to combat it was its framing as an administrative offence of street vending without a license, which although it does not create conditions to put its authors in prison, allows applying pressure. In order to understand how false drug trafficking should be punished in the Portuguese legal system, it is necessary to analyze it to know if the behaviour in question fulfils the objective and subjective elements of some predicted and punished crime or administrative offence in Portuguese legislation. Thereby, with the support of doctrine and jurisprudence, we seek to respond to the problem exposed, namely through the classification of an already existing offence or realizing that there is not, in reality, a norm that punishes it properly. The analysis of comparative law would also be the object of this study.ISCPSI/ICPOLRepositório ComumDomingues, João Diogo Mendes2022-03-08T16:03:16Z2021-072021-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/39642por2184-9609info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-29T12:30:27Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/39642Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:47:55.640503Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
title A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
spellingShingle A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
Domingues, João Diogo Mendes
falso tráfico de droga
venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas
imitações de substâncias controladas
fake drug trafficking
sale of false narcotics and psychotropic substances
imitations of controlled substances
title_short A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
title_full A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
title_fullStr A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
title_full_unstemmed A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
title_sort A venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas: a qualificação jurídico-penal
author Domingues, João Diogo Mendes
author_facet Domingues, João Diogo Mendes
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Repositório Comum
dc.contributor.author.fl_str_mv Domingues, João Diogo Mendes
dc.subject.por.fl_str_mv falso tráfico de droga
venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas
imitações de substâncias controladas
fake drug trafficking
sale of false narcotics and psychotropic substances
imitations of controlled substances
topic falso tráfico de droga
venda de falsos estupefacientes e substâncias psicotrópicas
imitações de substâncias controladas
fake drug trafficking
sale of false narcotics and psychotropic substances
imitations of controlled substances
description A venda de substâncias lícitas como se de produto estupefaciente se tratasse, vulgarmente conhecido como falso tráfico de droga, é uma prática capaz de lesar bens jurídicos e cada vez mais assídua nas cidades portuguesas. A polícia e, por inerência, os elementos policiais, no desempenho das suas funções, debatem-se com um problema legal, pois, uma vez que as substâncias referidas não têm natureza estupefaciente ou psicotrópica, a sua venda não parece consubstanciar um tipo de ilícito criminal, pelo que não têm legitimidade para proceder a detenções. Na falta de enquadramento legal que criminalize esse comportamento, a solução encontrada pelas autoridades competentes para tentar combatê-lo tem sido o seu enquadramento como ilícito de mera ordenação social de venda ambulante sem licença, que embora não crie condições para deter e condenar os seus autores, permite fazer pressão. No sentido de se perceber de que forma deverá o falso tráfico de droga ser punido no sistema jurídico português, é necessário analisar o ordenamento jurídico vigente, para saber se o comportamento em apreço preenche os elementos objetivos e subjetivos de algum tipo de crime ou contraordenação previsto e punido na legislação. Com o suporte da Doutrina e Jurisprudência procura-se responder ao problema exposto, nomeadamente através da tipificação num ilícito já existente ou constatando-se que não existe, na realidade, uma norma que o puna devidamente. De forma a dar um contributo maior para a investigação, é ainda objeto deste estudo a análise de Direito Comparado.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-07
2021-07-01T00:00:00Z
2022-03-08T16:03:16Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.26/39642
url http://hdl.handle.net/10400.26/39642
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2184-9609
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.publisher.none.fl_str_mv ISCPSI/ICPOL
publisher.none.fl_str_mv ISCPSI/ICPOL
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131562349953024