Efeito da contraceção com etinilestradiol em alta dose na densidade mineral óssea em adolescentes: qual a evidência?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro,Juliana Silva
Data de Publicação: 2019
Outros Autores: Tavares,Bruna, Guedes,Marta
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732019000400005
Resumo: Objetivos: Os contracetivos hormonais combinados (CHC) são o método de contraceção hormonal mais utilizado na adolescência. Estes levam a níveis de estradiol inferiores aos fisiológicos, que poderão influenciar a aquisição do pico de densidade mineral óssea (DMO). O objetivo deste estudo foi determinar o impacto na DMO da contraceção hormonal combinada por via oral com 30-35 µg de etinilestradiol (EE) em comparação com placebo ou doses inferiores de EE a 30 µg em adolescentes saudáveis dos 10-19 anos. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, National Institute for Health and Care Excellence Guidelines Finder, Canadian Medical Association Practice Guidelines Infobase, The Cochrane Library, Database of Abstracts of Reviews of Effectiveness, Bandolier, Evidence Based Medicine Online e MEDLINE. Métodos de revisão: Foram pesquisadas normas de orientação clínica, ensaios clínicos aleatorizados e controlados, revisões sistemáticas e meta-análises, publicados entre março/2007 e março/2017, nas línguas portuguesa, espanhola, inglesa e francesa. Os termos MeSH utilizados foram: adolescent, ethinyl estradiol e bone density. Para estratificar o nível de evidência e a força de recomendação foi utilizada a Strenght of Recommendation Taxonomy, da American Academy of Family Physicians. Resultados: Identificaram-se 76 publicações, das quais foram incluídas cinco: dois ensaios clínicos aleatorizados e controlados, uma revisão sistemática, um estudo de coorte e uma guideline. Os primeiros mostram que as adolescentes não utilizadoras de CHC, independentemente das doses, têm DMO mais elevadas do que as usuárias. A DMO das adolescentes que utilizam etinilestradiol em doses altas (30-35 µg) parece ser menos afetada em comparação com as que o utilizam doses inferiores (< 30 µg). Na revisão sistemática incluída foram encontrados dados discordantes com um dos estudos, que referia não haver diferenças entre as várias doses de etinilestradiol. O estudo de coorte incluído revelou um aumento de DMO nas adolescentes com 30-35 µg de etinilestradiol até aos 24 meses de toma. Entre os 24 e os 36 meses verificou-se uma redução da aquisição de DMO nas usuárias de doses mais altas de EE comparativamente com as usuárias de doses mais baixas. A guideline da Faculty of Sexual and Reproductive Healthcare refere que a dosagem parece não afetar a DMO. Conclusão: Foi atribuída a esta revisão uma força de recomendação B, para o uso de CHC com etinilestradiol na dose igual ou superior a 30 µg, em adolescentes, para um menor impacto na DMO.
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