Impacto da Pandemia de COVID-19 na Saúde Mental de Crianças e Adolescentes com PHDA

• Autor(a) principal: Raimundo, David José Lampreia
• Data de Publicação: 2023
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/13517
• topic: Adolescente; Covid-19; Criança; Phda; Saúde Mental; Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina

Introdução: A pandemia de COVID-19 afetou particularmente a saúde mental das crianças e adolescentes com Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA). No entanto, são escassas as conclusões acerca das consequências a longo prazo nesta população vulnerável. Desta forma, o objetivo deste estudo é avaliar o impacto a longo prazo da pandemia na saúde mental de crianças e adolescentes com PHDA em comparação com um grupo de controlo. Materiais e Métodos: Este estudo observacional e retrospetivo analisou dados recolhidos na fase final da pandemia (entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023). A nossa amostra é composta por 37 crianças e adolescentes, com idades compreendidas entre os 9 e os 17 anos, divididos em dois grupos: um grupo de 22 indivíduos com PHDA e um grupo de 15 indivíduos sem esta patologia (grupo de controlo). Todos os participantes eram seguidos em consulta de Psiquiatria da Infância e da Adolescência no CHUCB. Utilizaram-se duas versões adaptadas do questionário COVID-19 Questionnaire 2, uma para cuidadores e outra para os indivíduos com idade igual ou superior a 13 anos. Resultados: Verificaram-se associações estatisticamente significativas entre a variável “grupo” e variáveis relacionadas com o distress psicológico (p = 0,032) e o sono (p = 0,040). Observaram-se, adicionalmente, associações significativas entre a variável “faixa etária” e variáveis referentes à sociabilização (p = 0,031) e à frequência de comportamentos regressivos (p = 0,029). Por último, identificaram-se diferenças significativas entre as respostas dadas pelos cuidadores e as dadas pelos adolescentes, nomeadamente, no que diz respeito à frequência de acessos de fúria (p = 0,032), em comparação com o período pré-pandémico. Conclusão: Os resultados obtidos neste estudo são concordantes com as conclusões que têm sido descritas na literatura científica, refletindo uma maior vulnerabilidade dos jovens com PHDA face aos efeitos negativos da pandemia, comparativamente aos indivíduos sem esta patologia. Desta forma, é importante, na prática clínica, os profissionais de saúde estarem especialmente atentos a estas alterações para se proceder a uma intervenção precoce nestes jovens.