O efeito de variáveis ambientais nos internamentos hospitalares pediátricos devido a asma: modelos de desfasamento (ou atraso) distribuídos
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Data de Publicação: | 2019 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/75021 |
Resumo: | Introdução: Numerosos estudos epidemiológicos têm mostrado a relação entre internamentos hospitalares associados à asma, variáveis meteorológicas e exposição à poluição do ar exterior. Em Portugal, este é o primeiro estudo a estabelecer uma relação entre a asma em idade pediátrica e as variáveis ambientais, em diferentes tempos de desfasamento. Objetivo: Avaliar os efeitos de fatores ambientais nos internamentos hospitalares associados à asma, em idade pediátrica, na Área Metropolitana de Lisboa, no período de tempo compreendido entre 2009 e 2015. Métodos: Os dados de internamentos hospitalares foram cedidos pela Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS). As variáveis meteorológicas foram obtidas através da base de dados disponibilizada pelo NOAA’s National Climatic Data Center (NCDC). Os níveis de partículas atmosféricas (PM10) foram recolhidos da base de dados da rede de monitorização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Estimaram-se vários modelos não-lineares de desfasamento distribuídos através de diferentes combinatórias de covariáveis, tendo o modelo final sido seleccionado com base na aplicação da deviance e do Critério de Informação de Akaike relativo à quasiverosimilhança (QAIC). Resultados: Existência de sazonalidade na distribuição dos casos de internamentos hospitalares. O aumento de 1μg/m3 de PM10 está associada a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2% (RR =1.02; IC 95%: 1.01-1.03), sendo este aumento de 4% com o aumento de 1mm de precipitação (RR =1.04; IC 95%: 1.02-1.08). No grupo de crianças do sexo masculino, o aumento da concentração de PM10 está associado a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2%, enquanto que a precipitação está associada a um aumento de 5%. Em crianças do sexo feminino, não se verificou qualquer relação significativa entre as variáveis ambientais e o número de internamentos. No grupo de idades dos 0 aos 4 anos, não se observou qualquer relação com variáveis ambientais. Contudo, a estação do ano surge positivamente associada com o número de internamentos hospitalares em crianças deste grupo etário. Existem associações significativas entre os internamentos hospitalares, as PM10, a Tmean e a Tmax, nos desfasamentos de 0-3 meses, no grupo de idades entre os 5 e 9 anos, com um efeito cumulativo de RR =1.03; IC 95% (1.01-1.05), RR =1.54; IC 95% (1.19-1.99) e de RR =0.67; IC 95% (0.54-0.84) no desfasamento 0, respetivamente. Relativamente ao grupo etário entre os 10 e 14 anos, apenas a humidade relativa (RH) mostrou estar significativamente associada ao número de internamentos hospitalares; verificou-se um aumento do risco de internamento hospitalar, relacionada com uma humidade relativa mais elevada e a curto prazo (desfasamento 0). O efeito cumulativo da HR é de RR =1.02; IC 95% (1.01-1.04). Conclusão: Os nossos resultados fornecem evidências dos efeitos das PM10, da PP e da HR nos internamentos hospitalares. Estes resultados indicam que estas variáveis são bons preditores da asma Área Metropolitana de Lisboa. Implementação de medidas preventivas, incluindo iniciativas sustentadas de saúde pública para combater a exposição à poluição, são necessárias para reduzir a morbilidade associada à asma em idade pediátrica. |
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O efeito de variáveis ambientais nos internamentos hospitalares pediátricos devido a asma: modelos de desfasamento (ou atraso) distribuídosSaúde públicaEstatísticaInternamentos hospitalaresSaúde das criançasAsmaFatores ambientaisLisboaPortugalDomínio/Área Científica::Ciências MédicasIntrodução: Numerosos estudos epidemiológicos têm mostrado a relação entre internamentos hospitalares associados à asma, variáveis meteorológicas e exposição à poluição do ar exterior. Em Portugal, este é o primeiro estudo a estabelecer uma relação entre a asma em idade pediátrica e as variáveis ambientais, em diferentes tempos de desfasamento. Objetivo: Avaliar os efeitos de fatores ambientais nos internamentos hospitalares associados à asma, em idade pediátrica, na Área Metropolitana de Lisboa, no período de tempo compreendido entre 2009 e 2015. Métodos: Os dados de internamentos hospitalares foram cedidos pela Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS). As variáveis meteorológicas foram obtidas através da base de dados disponibilizada pelo NOAA’s National Climatic Data Center (NCDC). Os níveis de partículas atmosféricas (PM10) foram recolhidos da base de dados da rede de monitorização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Estimaram-se vários modelos não-lineares de desfasamento distribuídos através de diferentes combinatórias de covariáveis, tendo o modelo final sido seleccionado com base na aplicação da deviance e do Critério de Informação de Akaike relativo à quasiverosimilhança (QAIC). Resultados: Existência de sazonalidade na distribuição dos casos de internamentos hospitalares. O aumento de 1μg/m3 de PM10 está associada a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2% (RR =1.02; IC 95%: 1.01-1.03), sendo este aumento de 4% com o aumento de 1mm de precipitação (RR =1.04; IC 95%: 1.02-1.08). No grupo de crianças do sexo masculino, o aumento da concentração de PM10 está associado a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2%, enquanto que a precipitação está associada a um aumento de 5%. Em crianças do sexo feminino, não se verificou qualquer relação significativa entre as variáveis ambientais e o número de internamentos. No grupo de idades dos 0 aos 4 anos, não se observou qualquer relação com variáveis ambientais. Contudo, a estação do ano surge positivamente associada com o número de internamentos hospitalares em crianças deste grupo etário. Existem associações significativas entre os internamentos hospitalares, as PM10, a Tmean e a Tmax, nos desfasamentos de 0-3 meses, no grupo de idades entre os 5 e 9 anos, com um efeito cumulativo de RR =1.03; IC 95% (1.01-1.05), RR =1.54; IC 95% (1.19-1.99) e de RR =0.67; IC 95% (0.54-0.84) no desfasamento 0, respetivamente. Relativamente ao grupo etário entre os 10 e 14 anos, apenas a humidade relativa (RH) mostrou estar significativamente associada ao número de internamentos hospitalares; verificou-se um aumento do risco de internamento hospitalar, relacionada com uma humidade relativa mais elevada e a curto prazo (desfasamento 0). O efeito cumulativo da HR é de RR =1.02; IC 95% (1.01-1.04). Conclusão: Os nossos resultados fornecem evidências dos efeitos das PM10, da PP e da HR nos internamentos hospitalares. Estes resultados indicam que estas variáveis são bons preditores da asma Área Metropolitana de Lisboa. Implementação de medidas preventivas, incluindo iniciativas sustentadas de saúde pública para combater a exposição à poluição, são necessárias para reduzir a morbilidade associada à asma em idade pediátrica.Introduction: Several epidemiological studies have shown the relationship between hospital admissions associated with asthma, meteorological variables, and exposure to outdoor air pollution. This is the first study in Portugal to establish a relationship between pediatric asthma and environmental variables over different lag times. Objective: To evaluate the effects of environmental factors in hospital admissions linked to asthma in children, in the Lisbon Metropolitan Area, in the period between 2009 and 2015. Methods: The data on hospital admissions were provided by the Central Administration of Health Systems (ACSS). Meteorological variables were obtained through the database provided by the NOAA’s National Climate Data Center (NCDC). The levels of particulate matter (PM10) were collected from the monitoring network database of the Portuguese Environmental Agency (APA). Several distributed nonlinear lag models were estimated using different covariate combinations and the final model was selected using deviance and Quasi-Poisson Akaike Information Criterion (QAIC). Results: A seasonality in the distribution of hospital admissions. We found that an increase of 1 g/m3 of PM10 was associated with an increased risk of asthma-related hospitalization, on the order of 2% (RR = 1.02; CI 95%: 1.01-1.03). There was an increase of 4% associated with a rainfall (PP) increase of 1 mm (RR = 1.04; 95% CI: 1.02-1.11). Among male children, the increase of PM10 concentration is associated with a 2% increase in the risk of hospital admission, while PP is associated with a 5% increase. In female children, there was no significant relationship between environmental variables and the number of hospital admissions. In the 0 to 4 years age group, no relationship was observed with environmental variables. However, there was a positive relationship between year season and the number of hospital admissions in children in that age group. Hospital admissions, PM10, Tmean and Tmax are significantly associated at lags 0-3 months, for age group 5-9 years, with a cumulative effect of RR =1.03; 95% CI (1.01-1.05), RR =1.54; 95% CI (1.19-1.99) and RR =0.67; 95% CI (0.54-0.84) at lag 0, respectively. For age group 10-14 years, only relative humidity (RH) was significantly associated with hospital admissions; an increased risk of hospital admissions was observed, associated with higher relative humidity and short term (lag 0). The cumulative effect of RH is RR =1.02; 95% CI (1.01-1.04). Conclusion: Our results provide evidence of the adverse effects of PM10, PP, and RH on hospital admissions. These findings indicate that these variables are good predictors of asthma in the Metropolitan Area of Lisbon. The implementation of preventive measures, including sustained public health initiatives to combat exposure to pollution, are necessary to reduce the morbidity associated with childhood asthma.Instituto de Higiene e Medicina TropicalNATÁRIO, Isabel Cristina MacielMARTINS, Maria do Rosário de OliveiraRUNRODRIGUES, Mónica Alexandra dos Santos2021-03-29T00:30:24Z201920192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/75021TID:202261085porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:34:24Zoai:run.unl.pt:10362/75021Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:35:28.420322Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Introdução: Numerosos estudos epidemiológicos têm mostrado a relação entre internamentos hospitalares associados à asma, variáveis meteorológicas e exposição à poluição do ar exterior. Em Portugal, este é o primeiro estudo a estabelecer uma relação entre a asma em idade pediátrica e as variáveis ambientais, em diferentes tempos de desfasamento. Objetivo: Avaliar os efeitos de fatores ambientais nos internamentos hospitalares associados à asma, em idade pediátrica, na Área Metropolitana de Lisboa, no período de tempo compreendido entre 2009 e 2015. Métodos: Os dados de internamentos hospitalares foram cedidos pela Administração Central dos Sistemas de Saúde (ACSS). As variáveis meteorológicas foram obtidas através da base de dados disponibilizada pelo NOAA’s National Climatic Data Center (NCDC). Os níveis de partículas atmosféricas (PM10) foram recolhidos da base de dados da rede de monitorização da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Estimaram-se vários modelos não-lineares de desfasamento distribuídos através de diferentes combinatórias de covariáveis, tendo o modelo final sido seleccionado com base na aplicação da deviance e do Critério de Informação de Akaike relativo à quasiverosimilhança (QAIC). Resultados: Existência de sazonalidade na distribuição dos casos de internamentos hospitalares. O aumento de 1μg/m3 de PM10 está associada a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2% (RR =1.02; IC 95%: 1.01-1.03), sendo este aumento de 4% com o aumento de 1mm de precipitação (RR =1.04; IC 95%: 1.02-1.08). No grupo de crianças do sexo masculino, o aumento da concentração de PM10 está associado a um aumento do risco de internamento na ordem dos 2%, enquanto que a precipitação está associada a um aumento de 5%. Em crianças do sexo feminino, não se verificou qualquer relação significativa entre as variáveis ambientais e o número de internamentos. No grupo de idades dos 0 aos 4 anos, não se observou qualquer relação com variáveis ambientais. Contudo, a estação do ano surge positivamente associada com o número de internamentos hospitalares em crianças deste grupo etário. Existem associações significativas entre os internamentos hospitalares, as PM10, a Tmean e a Tmax, nos desfasamentos de 0-3 meses, no grupo de idades entre os 5 e 9 anos, com um efeito cumulativo de RR =1.03; IC 95% (1.01-1.05), RR =1.54; IC 95% (1.19-1.99) e de RR =0.67; IC 95% (0.54-0.84) no desfasamento 0, respetivamente. Relativamente ao grupo etário entre os 10 e 14 anos, apenas a humidade relativa (RH) mostrou estar significativamente associada ao número de internamentos hospitalares; verificou-se um aumento do risco de internamento hospitalar, relacionada com uma humidade relativa mais elevada e a curto prazo (desfasamento 0). O efeito cumulativo da HR é de RR =1.02; IC 95% (1.01-1.04). Conclusão: Os nossos resultados fornecem evidências dos efeitos das PM10, da PP e da HR nos internamentos hospitalares. Estes resultados indicam que estas variáveis são bons preditores da asma Área Metropolitana de Lisboa. Implementação de medidas preventivas, incluindo iniciativas sustentadas de saúde pública para combater a exposição à poluição, são necessárias para reduzir a morbilidade associada à asma em idade pediátrica. |
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