Moedas medievais e modernas achadas nas escavações do povoado pré-histórico de Leceia (Oeiras)
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Data de Publicação: | 2000 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.2/4582 |
Resumo: | No decurso das escavações realizadas, em continuidade, desde 1983 no povoado pré-histórico fortificado de Leceia (concelho de Oeiras), têm sido recolhidos diversos materiais medievais, modernos e mesmo contemporâneos, na camada superficial da sequência estratigráfica definida na estação (CARDOSO, 1994, 2000). Entre tais materiais, avultam os numismas dados agora a conhecer, recolhidos nas imediações e no subsolo de caminho antigo, que atravessava obliquamente a zona primitivamente ocupada pelo povoado pré-histórico. Tal caminho, na zona correspondente à implantação da estação arqueológica, desenvolvia-se na direção aproximada Norte-Sul, inflectindo depois, provavelmente, para Este. O seu piso aproveitou, em parte, as bancadas de calcários duros recifais do Cretácico, que por vezes afloram; porém, na sua maior parte, era constituído por terra batida, que assentava directamente em camada pedregosa, correspondente a derrubes das estruturas calcolíticas subjacentes: tal é a conclusão deduzida de um corte vertical, executado transversalmente ao respectivo eixo, na campanha de escavações de 1997. De ambos os lados, o caminho encontrava-se, em parte, delimitado por grandes blocos calcários não aparelhados, actualmente apenas conservados em sector limitado do antigo traçado, marginal à área escavada, mas que provavelmente se disporiam em continuidade, de ambos os lados, em muito maior extensão. Os cortes verticais executados em sector onde tais alinhamentos ainda se observavam, mostraram que a sua fundação assentava em camada terrosa (solo arável), directamente assente na cammada pedregosa supra referida. No referido sector a largura da via assim definida atingia cerca de 2,5m. O respectivo traçado, mostra que este caminho se destinava a unir o pequeno aglomerado de Leceia de Baixo à importante vila de Barcarena; com efeito, a primeira das referidas povoações, ainda se apresenta isolada da de Leceia de Cima em 1878, como se verifica em planta publicada por Carlos Ribeiro (RIBEIRO, 1878); o referido caminho era ainda utilizado em inícios da década de 1980. Por se tratar de conjunto numismático numeroso e variado, cujas condições de ocorrência se apresentam bem conhecidas, resultantes de intervenção arqueológica, que sublinha as características peculiares do achado, crê-se que a sua publicação se justifica, até por contribuir, de algum modo, para o conhecimento da ocupação humana antiga de zona rural dos arredores de Lisboa, bem como da circulação monetária processada pelos respectivos moradores no final da Idade Média / inícios da Época Moderna. |
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