Estudo da influência da dieta e da temperatura na resposta imunológica do ouriços-do-mar Paracentrotus lividus (Lamarck, 1816)

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Ana Filipa da Costa
Data de Publicação: 2023
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.8/9058
Resumo: O ouriço-do-mar comum europeu Paracentrotus lividus é uma espécie comercialmente importante devido ao elevado valor das suas gónadas, ou ovas. Uma dieta com um alto teor de carotenoides pode aumentar a imunidade destes animais. A temperatura ambiental afeta, de uma forma geral, diversas funções fisiológicas dos invertebrados marinhos. Os ouriços-do-mar têm um sistema imune inato constituído pelos celomócitos que são os componentes celulares responsáveis pela resposta imune secundados pelas proteases e lisozimas. O presente estudo teve como objetivo analisar a influência de dietas com diferentes teores de carotenoides e da temperatura no sistema imunológico e antioxidante do ouriço-do-mar P. lividus. No ensaio nutricional (8 semanas), os animais foram alimentados com três dietas gelificadas: dieta rica em carotenoides (HC); dieta pobre em carotenoides (LC); dieta à base de algas marinhas (Macroalgas). No final do ensaio nutricional, os ouriços-do-mar foram expostos a um desafio patológico time-course, onde foram inoculados com Vibrio parahaemolyticus. Os parâmetros de imunidade celular, humoral e antioxidante foram medidos. No ensaio da temperatura os animais foram expostos a um aumento de temperatura até 24 ᵒC durante 36 dias, ao fim dos quais os parâmetros de imunidade celular e humoral foram medidos. No final do ensaio nutricional, ocorreu um aumento de celomócitos nos ouriços-do-mar alimentados com dietas HC e LC. Destes celomócitos, e de forma semelhante nos três grupos dietéticos, os mais abundantes foram os fagócitos (HC: 58%; LC: 65%; Macroalga: 69%), seguidos pelos granulócitos incolores (HC: 18%; LC: 17%; Macroalga: 16%). Para os parâmetros humorais, os animais alimentados com a dieta macroalga obtiveram uma ativação mais rápida do sistema imune perante a presença de um patógeno. Nos parâmetros de stress oxidativo, a dieta macroalgas foi a que promoveu uma melhor defesa antioxidante nos ouriços-do-mar. No ensaio da temperatura, o número de celomócitos nos indivíduos aumentou com o aumento deste fator. Já na resposta humoral dos animais apenas a concentração de lisozima reagiu ao aumento da temperatura. Em conclusão, as dietas foram aceites pelas ouriços-do-mar, sendo que a dieta que proporcionou uma melhor defesa do sistema imune e antioxidante foi a de macroalgas.
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No ensaio nutricional (8 semanas), os animais foram alimentados com três dietas gelificadas: dieta rica em carotenoides (HC); dieta pobre em carotenoides (LC); dieta à base de algas marinhas (Macroalgas). No final do ensaio nutricional, os ouriços-do-mar foram expostos a um desafio patológico time-course, onde foram inoculados com Vibrio parahaemolyticus. Os parâmetros de imunidade celular, humoral e antioxidante foram medidos. No ensaio da temperatura os animais foram expostos a um aumento de temperatura até 24 ᵒC durante 36 dias, ao fim dos quais os parâmetros de imunidade celular e humoral foram medidos. No final do ensaio nutricional, ocorreu um aumento de celomócitos nos ouriços-do-mar alimentados com dietas HC e LC. Destes celomócitos, e de forma semelhante nos três grupos dietéticos, os mais abundantes foram os fagócitos (HC: 58%; LC: 65%; Macroalga: 69%), seguidos pelos granulócitos incolores (HC: 18%; LC: 17%; Macroalga: 16%). Para os parâmetros humorais, os animais alimentados com a dieta macroalga obtiveram uma ativação mais rápida do sistema imune perante a presença de um patógeno. Nos parâmetros de stress oxidativo, a dieta macroalgas foi a que promoveu uma melhor defesa antioxidante nos ouriços-do-mar. No ensaio da temperatura, o número de celomócitos nos indivíduos aumentou com o aumento deste fator. Já na resposta humoral dos animais apenas a concentração de lisozima reagiu ao aumento da temperatura. Em conclusão, as dietas foram aceites pelas ouriços-do-mar, sendo que a dieta que proporcionou uma melhor defesa do sistema imune e antioxidante foi a de macroalgas.The common European sea urchin Paracentrotus lividus is a commercially important species due to high value of their gonads, or roe. Some factors, like temperature, affects diverse physiological functions of marine invertebrates. A diet high in carotenoids can increase the immunity of these animals. Sea urchins have an innate immune system supported by coelomocytes, which are the main cellular components responsible for the secondary immune response through proteases and lysozymes. The present study aimed to analyze the influence of diets with different carotenoid contents and temperature on the immune and antioxidant system of the sea urchin P. lividus. In the nutritional trial (8 weeks), the animals were fed three jellified diets: diet rich in carotenoids (HC); diet low in carotenoids (LC); diet based on seaweed (Macroalgae). At the end of the nutritional trial, sea urchins were exposed to a pathological challenge over time, where they were inoculated with Vibrio parahaemolyticus. Cellular, humoral and antioxidant immunity settings were measured. In the temperature trial (36 days) the animals were exposed to an increase in temperature up to 24 ᵒC and the cellular and humoral immunity parameters were evaluated. At the end of the nutritional trial, there was an increase in coelomocytes in sea urchins fed HC and LC diets. Of these coelomocytes, and similarly to the three dietary groups, the most abundant were phagocytes (HC: 58%; LC: 65%; Macroalgae: 69%), followed by colorless granulocytes (HC: 18%; LC: 17%; Macroalgae: 16%). For humoral parameters, animals fed the macroalgae diet achieved faster activation of the immune system in the presence of a pathogen. In terms of oxidative stress parameters, the macroalgae diet was the one that promoted better antioxidant defense in sea urchins. In the temperature trial, the number of coelomocytes in individuals increased with an increase in this factor. In the humoral response of the animals, only the concentration of lysozyme reacted to the increase in temperature. In conclusion, the diets were accepted by sea urchins, and the diet that provided the best immune system and antioxidant defense was macroalgae.Lourenço, Sílvia Alexandra PereiraBaptista, Teresa Maria CoelhoIC-OnlineRodrigues, Ana Filipa da Costa2023-11-242026-12-11T00:00:00Z2023-11-24T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.8/9058TID:203417798porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-01-17T15:58:49Zoai:iconline.ipleiria.pt:10400.8/9058Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T01:51:40.484516Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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