Diferenças no perfil de força-velocidade entre atletas de Jiu-Jitsu Brasileiro e Judo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Guerreiro, Tiago André Batista
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.5/25375
Resumo: Sabe-se que o perfil de força-velocidade (PFV) é um instrumento bastante útil para a prescrição do treino e sensível a diferenciar atletas ou modalidades. Este estudo teve como objetivo caracterizar o PFV entre as modalidades de jiu-jitsu brasileiro e judo. O segundo objetivo pretendeu averiguar possíveis relações (correlações) entre os PFVs de membros superiores e inferiores dentro da própria modalidade e em modalidades grappling. Participaram no estudo 15 atletas de jiu-jitsu brasileiro (bjj) e 15 atletas de judo, todos do sexo masculino, com participações regulares em campeonatos nacionais e internacionais, alguns dos quais medalhados nessas competições. A determinação dos PFV, através de métodos anteriormente propostos na literatura, consistiram na realização de séries de supino lançado (membros superiores) e squat jump (membros inferiores), com cargas que variaram entre os 10 e os 90 Kg, gradualmente incrementadas com 10 Kg, que permitiram calcular os valores teóricos de potência máxima (Pmax), velocidade máxima (V0), força máxima (F0) e a curva Força-Velocidade (slope). Os principais resultados mostraram não existir diferenças significativas no PFV dos membros superiores entre modalidades, em qualquer uma das variáveis estudadas (P> 0,05). Relativamente aos membros inferiores, os atletas de bjj obtiveram valores de V0 superiores a atletas de judo no SJ (3,57 ± 0,25 m.s-1 vs 2,74 ± 0,11 m.s-1, respetivamente; P= 0,01; d= 4,3), enquanto que os judocas obtiveram maiores valores de F0 (32,94 ± 0,77 N.kg-1 vs 28,96 ± 0,96 N.kg-1, respetivamente; P<0,05; d> 2,4). Os judocas evidenciaram um PFV dos membros inferiores (slope) mais orientado para a força do que os jiu-jiteiros (-12,43 ± 0,79 N.s.m-1.kg-1 vs -8,94 ± 0,94 N.s.m-1.kg-1, respetivamente; P= 0,00; d= 4,0). Com exceção da Pmax (r> 0,43; P< 0,023), não se observaram correlações significativas entre qualquer outra variável do PFV entre membros superiores e inferiores. Estes resultados demonstram que o facto de ambas serem modalidades de grappling poderão exigir adaptações muito idênticas no PFV dos membros superiores. Para os membros inferiores, os atletas de bjj desenvolvem a sua Pmax com base na V0, e os atletas de judo com maior incidência na F0. Este estudo permitiu, também, fornecer dados normativos para atletas de judo e bjj, tanto para o PFV dos membros inferiores como para os membros superiores, que podem servir de referência tanto para investigadores como para treinadores e/ou preparadores físicos destas e de outras modalidades desportivas. Além disso, reforça a necessidade de avaliar, tanto o PFV dos membros inferiores como o dos membros superiores, a fim de garantir uma caracterização mais específica e abrangente das qualidades físicas dos atletas, e permitir o desenvolvimento de programas de treino de força ajustados e individualizados às necessidades dos atletas.
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Participaram no estudo 15 atletas de jiu-jitsu brasileiro (bjj) e 15 atletas de judo, todos do sexo masculino, com participações regulares em campeonatos nacionais e internacionais, alguns dos quais medalhados nessas competições. A determinação dos PFV, através de métodos anteriormente propostos na literatura, consistiram na realização de séries de supino lançado (membros superiores) e squat jump (membros inferiores), com cargas que variaram entre os 10 e os 90 Kg, gradualmente incrementadas com 10 Kg, que permitiram calcular os valores teóricos de potência máxima (Pmax), velocidade máxima (V0), força máxima (F0) e a curva Força-Velocidade (slope). Os principais resultados mostraram não existir diferenças significativas no PFV dos membros superiores entre modalidades, em qualquer uma das variáveis estudadas (P> 0,05). Relativamente aos membros inferiores, os atletas de bjj obtiveram valores de V0 superiores a atletas de judo no SJ (3,57 ± 0,25 m.s-1 vs 2,74 ± 0,11 m.s-1, respetivamente; P= 0,01; d= 4,3), enquanto que os judocas obtiveram maiores valores de F0 (32,94 ± 0,77 N.kg-1 vs 28,96 ± 0,96 N.kg-1, respetivamente; P<0,05; d> 2,4). Os judocas evidenciaram um PFV dos membros inferiores (slope) mais orientado para a força do que os jiu-jiteiros (-12,43 ± 0,79 N.s.m-1.kg-1 vs -8,94 ± 0,94 N.s.m-1.kg-1, respetivamente; P= 0,00; d= 4,0). Com exceção da Pmax (r> 0,43; P< 0,023), não se observaram correlações significativas entre qualquer outra variável do PFV entre membros superiores e inferiores. Estes resultados demonstram que o facto de ambas serem modalidades de grappling poderão exigir adaptações muito idênticas no PFV dos membros superiores. Para os membros inferiores, os atletas de bjj desenvolvem a sua Pmax com base na V0, e os atletas de judo com maior incidência na F0. Este estudo permitiu, também, fornecer dados normativos para atletas de judo e bjj, tanto para o PFV dos membros inferiores como para os membros superiores, que podem servir de referência tanto para investigadores como para treinadores e/ou preparadores físicos destas e de outras modalidades desportivas. Além disso, reforça a necessidade de avaliar, tanto o PFV dos membros inferiores como o dos membros superiores, a fim de garantir uma caracterização mais específica e abrangente das qualidades físicas dos atletas, e permitir o desenvolvimento de programas de treino de força ajustados e individualizados às necessidades dos atletas.We know that the profile of force-velocity (PFV) is a very useful tool to the training prescription and sensitive to distinguish athletes or sports. The target of this study is to characterize PFV between Brazilian jiu-jitsu and judo. The second target is to verify possible relations (correlations) between the PFVs of upper and lower members within the sport itself and in grappling sports. This study had the participation of 15 Brazilian jiu-jitsu athletes (bjj) and 15 judo athletes, all male and competing on a regularly national and international tournaments, some of them winning medals on these competitions. The determination of PFV through methods early proposed, consisted of bench press throw series (upper members) and squat jump series (lower members), with charges between 10 and 90 Kg, gradually increased of 10 Kg, which allowed to calculate the theoretical maximum values of power (Pmax), velocity (V0), force (F0) and relation curve (slope). The main results showed that there are no significant differences in PFV of upper members between sports in any studied variables (P> 0,05). Regarding lower members, bjj athletes got superior values V0 than judo athletes in SJ (3,57 ± 0,25 m.s-1 vs 2,74 ± 0,11 m.s-1, respectively; P=0,01; d=4,3) while judo athletes got higher values of F0 (32,94 ± 0,77 N.kg-1 vs 28,96 ± 0,96 N.kg-1, respectively; P< 0,05; d>2,4). There is an evidence that judo athletes have a PFV of lower members (slope) more directed to force than bjj (-12,43 ± 0,79 N.s.m-1.kg-1 vs -8,94 ± 0,94 N.s.m-1.kg-1, respectively; P=0,00; d=4,0). Except Pmax (r> 0,43; P< 0,023), there were no significant correlations between any other PFV variable between upper and lower members. These results show that the fact both are grappling sports, may demand very similar adaptations of upper members PFV. For lower members, bjj athletes develop their Pmax based on V0 and judo athletes with more focus in F0. This study allowed, also, to supply normative data for judo and bjj athletes as much lower members PFV as upper members, that may be a reference both for investigators or coaches and/or strength and conditioning coaches of these and others sports. Furthermore, it reinforces the need to evaluate both lower members and upper members PFV, in order to provide a more specific and embracing characterization of athlete’s physical skills and allow the development of force training programs adjusted and individualized to the athlete’s needs.Santos, Pedro Vítor Mil-Homens FerreiraRepositório da Universidade de LisboaGuerreiro, Tiago André Batista2022-09-05T14:15:52Z20202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.5/25375TID:203020286porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-06T14:54:56Zoai:www.repository.utl.pt:10400.5/25375Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:09:15.943722Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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