Perspetivas futuras para a sustentabilidade alimentar : novas fontes de proteína na alimentação dos portugueses

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Duarte, Mariana Caiado Roseta
Data de Publicação: 2018
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/26585
Resumo: O crescimento da população mundial traz consigo novos desafios uma vez que implica um aumento da produção de alimentos numa quantidade limitada de solo arável. A transição de dietas ricas em produtos de origem animal para dietas ricas em alternativas mais ecológicas será crucial tanto em termos de sustentabilidade ambiental como de saúde humana. Assim, o objetivo deste trabalho foi caraterizar o consumo atual de leguminosas, algas e insetos numa amostra da população adulta portuguesa, avaliar a sua predisposição para a inclusão destas alternativas alimentares e identificar os conhecimentos, as motivações e as barreiras para o consumo de leguminosas em Portugal. Numa abordagem quantitativa, aplicou-se um questionário semiestruturado, divulgado online e obtiveram-se 1741 respostas válidas (residentes em Portugal, ≥ 18 anos). Os participantes eram maioritariamente do sexo feminino (71,4%) com idade média de 27,2 ± 9,9 anos. A maioria (62,0%) frequentava o ensino universitário ou possuía formação superior. As leguminosas mais consumidas (≥1x/semana) foram o feijão (48,3%) e a ervilha (44,4%). Em relação às algas/microalgas, 41,8% referiu nunca as ter experimentado e entre os que experimentaram, as mais consumidas eram a Nori e a Spirulina. Relativamente aos insetos, 94,8% nunca os tinha experimentado e, destes, somente 26,5% colocava a hipótese de os vir a consumir. No que respeita às leguminosas, 15,0% assumiu que não coloca a hipótese de vir a utilizá-las como substitutos da carne e do peixe, enquanto 19,9% já o faziam. Relativamente às algas/microalgas, 41,5% afirmaram que lhes custaria muito fazer esta substituição. Em relação aos insetos, 87,7% referiu que esta substituição lhes custaria muito a realizar ou que nem sequer ponderariam essa hipótese, mesmo num cenário de escassez de alimento. Numa abordagem qualitativa, realizaram-se 10 entrevistas individuais com o objetivo de estudar o comportamento e as experiências pessoais associadas ao consumo de leguminosas. Apurou-se que a falta de reconhecimento do seu valor nutricional, o elevado tempo de confeção e o efeito dos compostos anti-nutricionais presentes neste alimento são comummente apontados para o não consumo. Os portugueses não estão muito recetivos à possibilidade e necessidade atual de substituição de carne e pescado pelas “proteínas do futuro”. Dentre as opções alimentares avaliadas, as leguminosas são o grupo mais popular e a alternativa cuja aceitação parece ser mais consensual. Em oposição, os insetos são a fonte de proteína menos aceite. A identificação das barreiras ao consumo destas “novas” alternativas deverá ser tida em consideração para o desenvolvimento de novas estratégias de promoção do seu consumo alimentar.
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Assim, o objetivo deste trabalho foi caraterizar o consumo atual de leguminosas, algas e insetos numa amostra da população adulta portuguesa, avaliar a sua predisposição para a inclusão destas alternativas alimentares e identificar os conhecimentos, as motivações e as barreiras para o consumo de leguminosas em Portugal. Numa abordagem quantitativa, aplicou-se um questionário semiestruturado, divulgado online e obtiveram-se 1741 respostas válidas (residentes em Portugal, ≥ 18 anos). Os participantes eram maioritariamente do sexo feminino (71,4%) com idade média de 27,2 ± 9,9 anos. A maioria (62,0%) frequentava o ensino universitário ou possuía formação superior. As leguminosas mais consumidas (≥1x/semana) foram o feijão (48,3%) e a ervilha (44,4%). Em relação às algas/microalgas, 41,8% referiu nunca as ter experimentado e entre os que experimentaram, as mais consumidas eram a Nori e a Spirulina. Relativamente aos insetos, 94,8% nunca os tinha experimentado e, destes, somente 26,5% colocava a hipótese de os vir a consumir. No que respeita às leguminosas, 15,0% assumiu que não coloca a hipótese de vir a utilizá-las como substitutos da carne e do peixe, enquanto 19,9% já o faziam. Relativamente às algas/microalgas, 41,5% afirmaram que lhes custaria muito fazer esta substituição. Em relação aos insetos, 87,7% referiu que esta substituição lhes custaria muito a realizar ou que nem sequer ponderariam essa hipótese, mesmo num cenário de escassez de alimento. Numa abordagem qualitativa, realizaram-se 10 entrevistas individuais com o objetivo de estudar o comportamento e as experiências pessoais associadas ao consumo de leguminosas. Apurou-se que a falta de reconhecimento do seu valor nutricional, o elevado tempo de confeção e o efeito dos compostos anti-nutricionais presentes neste alimento são comummente apontados para o não consumo. Os portugueses não estão muito recetivos à possibilidade e necessidade atual de substituição de carne e pescado pelas “proteínas do futuro”. Dentre as opções alimentares avaliadas, as leguminosas são o grupo mais popular e a alternativa cuja aceitação parece ser mais consensual. Em oposição, os insetos são a fonte de proteína menos aceite. A identificação das barreiras ao consumo destas “novas” alternativas deverá ser tida em consideração para o desenvolvimento de novas estratégias de promoção do seu consumo alimentar.World population growth brings with it new challenges as it implies an increase in food production in a lower amount of arable land. The transition from meat and fish based diets to diets with high content in other ecological alternatives will be crucial for both environmental sustainability and human health. The aim of this study was to characterize the current consumption of legumes, algae and insects in a sample of the Portuguese adult population, to describe the drivers to include these as food alternatives and to identify the knowledge, motivations and barriers for legumes intake, in Portugal. Using a quantitative approach, a semistructured questionnaire was disclosed online, and 1174 valid responses were obtained (Portuguese residents, ≥ 18 years). Respondents were mostly female (71.4%) and had a mean age of 27.2 ± 9.9 years). The majority of participants (62.0%) attended university education or had higher education. The most consumed legumes were beans and peas, consumed ≥1x / week by 48.3% and 44.4% of the sample, respectively. Regarding algae / microalgae, 41.8% reported never having tried them and, among those who experimented, the most consumed were Nori and Spirulina. Concerning insects, 94.8% had never tried them and, within this group, only 26.5% place the hypothesis of this substitution. For all the alternatives it was asked if they consider using them as substitutes for meat and fish. Regarding legumes, 15.0% stated they would not substitute, 42% answered that it would be easy for them to do so and 19.9% already did. Regarding algae / microalgae, 41.5% stated that it would be very difficult for them to do so and only 3.3% already did. Regarding insects, 87.7% said it would be difficult to do this substitution or would not even consider this hypothesis even in a food scarcity scenario. In the qualitative study, ten individual interviews were conducted in order to study individual behaviors and experiences linked to legumes’ consumption. Regarding the barriers to the consumption of legumes (the most accepted source of alternative protein among the Portuguese population), it was noticed that the lack of recognition of their nutritional value, the high cooking time and the effect of the anti-nutritional factors present in this food are commonly pointed out. Portuguese population is not prepared to the possibility and current need to replace meat and fish with the "future proteins". Among the food options evaluated, legumes are the most popular group and the alternative whose acceptance seems to be more consensual. In contrast, insects are the least accepted source of protein. The identification and understanding of perceived barriers for that low consumption will make it easier to develop new strategies to promote these "new" alternatives’ intake.Pinto, Elisabete Cristina BastosVasconcelos, Marta Wilton Pereira Leite deVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaDuarte, Mariana Caiado Roseta2019-01-02T15:53:28Z2018-12-062018-12-06T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/26585TID:202103927porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-09-06T12:23:51Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/26585Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-09-06T12:23:51Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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