As interacções como processo de inclusão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Maria Inês Pedro Caetano da
Data de Publicação: 2007
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/943
Resumo: Dissertação de Mestrado em Psicologia Educacional
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spelling As interacções como processo de inclusãoPsicologia educacionalTécnicas de observação directaSociometriaAmizadesGrupos de paresRelação entre paresInclusãoDesenvolvimento socialEducational psychologyObservationDirect techniquesSociometryFriendshipPeer relationInclusionDissertação de Mestrado em Psicologia EducacionalO presente estudo teve como objectivo, avaliar a importância das interacções sociais nas crianças em idade pré-escolar, e de que modo aquelas são relevantes no processo de inclusão, em situação de jardim de infância. Participaram neste estudo, treze crianças em idade pré-escolar das quais sete são do sexo feminino e seis do sexo masculino, apresentando idades entre os quatro e os seis anos e cujo grupo frequenta uma sala de jardim de infância. Esta investigação incide numa criança do sexo feminino, portadora de Trissomia 21, sendo que a problemática da mesma se centra na possibilidade de influência das interacções sociais entre crianças em idade pré-escolar, na implementação e desenvolvimento de um processo de inclusão. De acordo com a temática a desenvolver, foram aplicados dois instrumentos distintos. Deste modo, e numa primeira fase do estudo, foi aplicada a Sociometria, com base no modelo clássico de Moreno (1943), com o intuito de avaliar e analisar as relações interpessoais, assim como a dimensão e lugar que cada um ocupa no seu grupo de pertença (Carmo & Ferreira, 1998). Com este instrumento, consideraram-se duas dimensões, a da aceitação e a da rejeição social, aliadas às categorias criteriais de tempo - dimensão do presente; espaço - sala de jardim de infância; actividades - carácter lúdico (recreio). A aplicação da técnica sociométrica, foi individual, tendo em conta somente o universo de treze crianças, sendo que o material que lhe serviu de base, se constituiu por um conjunto de fotografias de cada criança participante no estudo, e um suporte de três estereótipos faciais contornados. Para além de estabelecer o estatuto sociométrico, também a dimensão respeitante às amizades foi tida em conta para análise. Deste modo foi possível verificar as amizades recíprocas (o número de vezes que cada criança nomeou e foi nomeada pela mesma criança positivamente), e as amizades não recíprocas (o número de vezes que cada criança nomeou e foi nomeada pela mesma criança negativamente). O outro instrumento aplicado, foi a Observação Directa, não participante (Estrela, 1994; Hébert, 1996), cuja metodologia assenta na observação do grupo de crianças, inseridas em acontecimentos, neste caso ocorridos na sala de jardim de infância, num determinado período de tempo, correspondente neste estudo a um mês (Maio de 2005), dividindo-se por dez tempos observacionais, com cerca de vinte minutos cada, perfazendo no seu total, três horas e vinte minutos de observação. Os tempos de observação corresponderam aos períodos de recreio, alternando manhãs e tardes, de forma a tornar possível um maior equilíbrio na análise de resultados. Em cada um dos tempos de observação, foram registados os posicionamentos das crianças na sala, a cada dois minutos, até perfazer os vinte minutos totais, anotando alterações sempre que estas ocorressem. Este registo escrito abarcou todas as crianças do grupo, sendo necessário na análise posterior, seleccionar somente as crianças-alvo do presente estudo. A análise estatística dos dados foi efectuada em duas fases. A primeira tem como intuito analisar individualmente cada instrumento e a segunda fase diz respeito a uma análise correlacioal dos dados. Relativamente à Sociometria, foi utilizado o método nominal, através do qual se calculou um índice de preferência social, assente na subtracção das nomeações positivas pelas nomeações negativas. O valor do índice do impacto social obteve-se através da adição do número de escolhas positivas com as escolhas negativas. A partir destas quatro variáveis, estabelecem-se cinco estatutos sociométricos (popular; rejeitado; médio; controverso e negligenciado), com base no modelo de Coie e Dodge (1982). Quanto às amizades, foram calculados os números daquelas que são de carácter recíproco e as que se apresentam como sendo não recíprocas. No que respeita às correlações entre o estatuto sociométrico e as amizades, verificou-se que os estatutos popular e de rejeição se apresentam com uma percentagem semelhante e de maior relevância, o que, consequentemente demonstra um maior conhecimento de si e dos seus pares em termos de preferências, reflectindo-se, por sua vez nas relações de amizade. Visto que a grande maioria do grupo apresenta um nível de amizades de carácter recíproco, concluiu-se que tal facto é determinante na criação e manutenção de um ambiente de cooperação, reciprocidade e aquisição de competências sociais, propícios a uma maior e melhor adaptação social. Paralelamente, o quadro representativo das amizades não recíprocas, não se apresentou como relevante no que concerne à estabilidade grupal. No que diz respeito à Observação Directa, procedeu-se a uma identificação e organização das estruturas afiliativas do grupo através de uma matriz de co-ocorrência diádica, na qual são expressas todas as relações diádicas que cada criança manteve com os seus pares. Posteriormente, essa mesma matriz foi transformada numa matriz de semelhança de perfis de associação diádica individual, com base na correlação de Pearson. Esta matriz de semelhança de perfis foi submetida a uma análise hierárquica de clusters, segundo o critério de complete linkage, permitindo assim maximizar diferenças entre os elementos do grupo, representadas através de um dendrograma, sob a aplicação de um critério estatístico de corte (r: teste uni- -caudal, > .05). Decorrente do dendrograma, são identificadas as sub-estruturas que pressupõem uma clarificação através da aplicação do teste do qui-quadrado. Com base nos resultados obtidos, poder-se-á dizer que das sete sub- -estruturas que compõem o dendrograma, quatro se apresentam como cliques sociais, visto o cálculo obtido através do teste do qui-quadrado ser significativo e muito significativo num dos casos. Saliente-se o facto das cliques representarem uma estabilidade em termos de identificação afiliativa, corroborando os resultados da análise da semelhança de perfis, só variando no nível de acentuação. Das restantes sub-estruturas existentes, uma está identificada como sendo um agregado e duas como sendo periféricas. Em ambos os casos, o cálculo obtido com a aplicação do qui-quadrado é inferior ao nível de significância prescrito, dado que as frequências observadas no interior e exterior dos subgrupos, assim como as respeitantes às associações de cada criança, são tendencialmente instáveis e frágeis em termos de associação de perfis, sobretudo no caso dos periféricos, cujo perfil de associação é único e individual. Cruzando estes dados com os obtidos através da Sociometria, verifica-se uma complementarização, na medida em que as amizades recíprocas são reforçadas. Para além disto as cliques permitem às crianças cujo estatuto sociométrico é de rejeição, conseguirem entrosarem-se de modo a também reforçarem a sua adaptação social. Tendo por base a ideia de que a criança, sobretudo se apresentar necessidades educativas especiais deverá estar desde tenra idade envolta num ambiente de estímulos e reforços sociabilizantes e de sistemática aprendizagem, poder-se-á dizer que a frequência do jardim de infância e as consequentes interacções com os seus pares, deverão ir além da partilha de espaços comuns e da mera colocação na sala de actividades. Está agora implícito um respeito pelas características específicas de cada um, através da promoção de atitudes de aceitação da diferença e da construção de relações de interajuda, amizade e cooperação. Assim, a adaptação social apresenta uma estreita ligação com um outro factor, o da competência social, não significando, no entanto que os processos de amizade sigam o mesmo trilho, estando estes mais associados à semelhança de perfis, ainda que, por vezes contribuam em larga medida para a implementação dos primeiros.Instituto Superior de Psicologia AplicadaRepositório do ISPASilva, Maria Inês Pedro Caetano da2011-09-30T19:44:20Z2007-01-01T00:00:00Z2007-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.12/943porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T16:37:03Zoai:repositorio.ispa.pt:10400.12/943Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:19:02.803958Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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