Agressores sexuais de menores e reclusão: estudo exploratório sobre personalidade, impulsividade e espontaneidade

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Antunes, Diana Teresa Nabais
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.12/2320
Resumo: Este estudo partiu da necessidade de maior compreensão dos agressores sexuais de menores e, em particular, de conhecer melhor variáveis como a personalidade, a espontaneidade e a impulsividade, bem como a influência que o estado de reclusão pode exercer nelas. Assim, procurou-se caracterizar os agressores sexuais de menores, usando o mesmo conjunto de instrumentos igualmente noutras duas amostras, de reclusos não agressores sexuais e de não reclusos. Participaram no estudo 90 adultos, homens da região de Lisboa, em 3 amostras independentes: 30 reclusos abusadores sexuais de menores, 30 reclusos não abusadores sexuais e 30indivíduos em liberdade. Como instrumentos foram usados o NEO-FFI (Neo Five-Factor Inventory, Costa & McCrae, 1992), o SAI-R (Spontaneity Assessment Inventory – Revised, Kipper, 2005); Subescala de Impulsividade do NEO-PI-R (Neo Personality Inventory - Revised, Costa & McCrae, 1992; Lima & Simões, 2000). Os principais resultados obtidos mostraram que, nesta amostra, os agressores sexuais de menores são os menos espontâneos, conscienciosos e extrovertidos e os mais neuróticos. Apresentam níveis de impulsividade, abertura à experiência e amabilidade superiores aos dos não reclusos mas inferiores aos dos outros reclusos. Além disso, a espontaneidade e a impulsividade não se correlacionam e a espontaneidade é significativamente superior nos indivíduos em liberdade em comparação com o conjunto dos reclusos. Os resultados permitiram compreender melhor as características personológicas dos agressores sexuais de menores, bem como uma possível influência do estado de reclusão na diminuição da espontaneidade nos sujeitos, com possíveis efeitos negativos na sua saúde mental. Assim, o psicólogo clínico pode contribuir para detetar precocemente o risco de patologia dentro das prisões e ajudar a definir a abordagem interventiva mais eficaz para cada recluso, por conseguinte, prevenindo o risco de reincidência criminal após reinserção na sociedade.------ABSTRACT------This study emerged from the necessity for a better understanding about child sex offenders and particularly the variables of personality, impulsiveness and spontaneity, as well as the influence that imprisonment might have on them. Therefore, the aim was to characterize child sex offenders, using the same instruments on 2 other samples: imprisoned non-sex offenders and non-imprisoned subjects. The participants of the study were 90 adult men from the Lisbon area, in 3 independent sam-ples: 30 imprisoned child sex offenders, 30 imprisoned non-sex offenders and 30 non-imprisoned individuals. The NEO-FFI (Neo Five-Factor Inventory, Costa & McCrae, 1992), the SAI-R (Spontaneity Assessment Inventory - Revised, Kipper, 2005) and the NEO-PI-R’s Impulsiveness Subscale (Neo Personality Inventory - Revised, Costa & McCrae, 1992; Lima & Simões, 2000) were used as instruments. The results showed that, for this sample, child sex offenders are the least spontaneous, consci-entious, extroverted and neurotic. They also showed higher levels of agreeability, openness to experience and impulsiveness than the other imprisoned subjects. Furthermore, no correlation was found between spontaneity and impulsiveness. It was also possible to verify significantly higher spontaneity in non-imprisoned individuals compared to imprisoned ones. These results contributed to a better understanding about the personality features of child sex offenders, as well as a possible negative influence of imprisonment in spontaneity and, there-fore, in the subject’s mental health. Hence, clinical psychologists may contribute to an im-proved detection of psychopathological risk within prisons and help define the most appropri-ate approach for each individual. Consequently, this might reduce the risk of re-offending after their return to society
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