Torção uterina em vacas leiteiras na ilha de S. Miguel
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2023 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://hdl.handle.net/10348/12229 |
Resumo: | A torção uterina é das distócias a que menos compreendida é, tanto pelos produtores como pelos médicos-veterinários. No entanto, é sabido que causa, como qualquer distócia, prejuízo à exploração; ocorre, maioritariamente, durante o primeiro estadio do parto ou no início do segundo; e tem vários fatores predisponentes. Neste trabalho houve uma tentativa de compreensão da incidência da torção uterina na Ilha de S. Miguel. Para isto, foram recolhidos dados sobre as características da mesma, informações sobre o vitelo e, inclusive, a forma de resolução de cada parto assistido. Foram assistidas 37 torções uterinas e um total de 69 distócias, num período de cinco meses (de outubro a fevereiro). A incidência de torções uterinas foi de 53.62%, em que o mês com maior prevalência desta distócia foi o de outubro, com 27.03% dos casos e o mês com o menor número de casos foi o de dezembro com 10.81% dos casos. A maioria dos sistemas de produção são semiextensivos, correspondendo a 59.46% do total de explorações. Dos partos assistidos 10.70% corresponderam a primíparas e os restantes em multíparas, sendo que destas 32.43% ocorreram em vacas do 2º parto. Em termos de produtoras de leite, a maioria das torções ocorreu em vacas com uma produção leiteira considerada mediana (60.61%) e em 75.68% dos casos, ocorreu no tempo previsto de parto. As torções ocorreram maioritariamente no sentido contra os ponteiros do relógio (83.78%), pós-cervicais (94.59%) e leves (<180º, 75.68%). No que respeita às informações recolhidas sobre os vitelos, 59.46% era Holstein Frísia, em comparação com 35.14% Aberdeen-Angus. Dos vitelos,18 eram machos, 16 fêmeas e 2 gémeos, sem indicação do sexo. Além disso, relatou-se uma mortalidade de 16.67% entre estes. A resolução de eleição, entre os médicos veterinários, foi a rotação transvaginal do útero (80.56%), seguida do rolamento da vaca (16.67%) e houve um caso que a escolha foi a cesariana, no entanto o produtor decidiu refugar o animal em questão. Neste trabalho, encontraram-se duas correlações estatisticamente significativas, nomeadamente o tempo de gestação com a resolução do parto e a condição corporal materna com a viabilidade do vitelo. Conclui-se que foram assistidas mais torções uterinas do que esperado nos 5 meses de estudo e que vários fatores poderão predispor a esta distócia, entre eles o maneio pré-parto e o melhoramento genético animal, que poderá influenciar as suas características anatómicas. |
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A maioria dos sistemas de produção são semiextensivos, correspondendo a 59.46% do total de explorações. Dos partos assistidos 10.70% corresponderam a primíparas e os restantes em multíparas, sendo que destas 32.43% ocorreram em vacas do 2º parto. Em termos de produtoras de leite, a maioria das torções ocorreu em vacas com uma produção leiteira considerada mediana (60.61%) e em 75.68% dos casos, ocorreu no tempo previsto de parto. As torções ocorreram maioritariamente no sentido contra os ponteiros do relógio (83.78%), pós-cervicais (94.59%) e leves (<180º, 75.68%). No que respeita às informações recolhidas sobre os vitelos, 59.46% era Holstein Frísia, em comparação com 35.14% Aberdeen-Angus. Dos vitelos,18 eram machos, 16 fêmeas e 2 gémeos, sem indicação do sexo. Além disso, relatou-se uma mortalidade de 16.67% entre estes. A resolução de eleição, entre os médicos veterinários, foi a rotação transvaginal do útero (80.56%), seguida do rolamento da vaca (16.67%) e houve um caso que a escolha foi a cesariana, no entanto o produtor decidiu refugar o animal em questão. Neste trabalho, encontraram-se duas correlações estatisticamente significativas, nomeadamente o tempo de gestação com a resolução do parto e a condição corporal materna com a viabilidade do vitelo. Conclui-se que foram assistidas mais torções uterinas do que esperado nos 5 meses de estudo e que vários fatores poderão predispor a esta distócia, entre eles o maneio pré-parto e o melhoramento genético animal, que poderá influenciar as suas características anatómicas.Uterine torsion is one of the least understood dystocias, both by producers and veterinarians. However, it is known that, like any dystocia, it causes damage to dairies; it occurs, mostly, during the first stage of labor or at the beginning of the second stage; and has several predisposing factors. In this work, there was an attempt to understand the incidence of uterine torsion on S. Miguel Island. For this purpose, data were collected on the characteristics of the uterine torsion, information on the calf and even the form of resolution of each assisted delivery. Thirty-seven uterine torsions and a total of 69 dystocias were assisted in a period of five months (October to February). The incidence of uterine torsion was 53.62%, in which the month with the highest prevalence of this dystocia was October, with 27.03% of cases and the month with the lowest number of cases was December, with 10.81% of cases. Most production systems are semi-extensive, corresponding to 59.46% of total holdings. Of the assisted births, 10.70% corresponded to primiparous cows and the rest to multiparous cows, of which 32.43% occurred in cows of the 2nd calving. In terms of milk producers, most torsions occurred in cows with a milk production considered average (60.61%) and in 75.68% of cases, it occurred at the expected time of delivery. Torsions occurred mostly to the counterclockwise (83.78%), postcervical (94.59%) and mild (<180º, 75.68%). Regarding the information collected on calves, 59.46% were Holstein Friesian, compared to 35.14% Aberdeen-Angus. Of the calves, 18 were males, 16 were females and 2 were twins, with no indication of genre. In addition, a mortality rate of 16.67% was reported among these. The resolution of choice, among veterinarians, was the transvaginal rotation of the uterus (80.56%), followed by rolling the cow (16.67%) and there was a case in which the choice was a cesarean section, however the producer decided to reject the animal in question. In this work, two statistically significant correlations were found, namely the length of gestation with the resolution of the delivery and the maternal body condition with the viability of the calf. It is concluded that more uterine torsions were seen than expected in the 5 months of the study and that several factors may predispose to this dystocia, including pre-partum management and animal genetic improvement, which may influence its anatomical characteristics.2024-03-07T12:37:19Z2023-10-25T00:00:00Z2023-10-252023-11-09info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfapplication/pdfhttps://hdl.handle.net/10348/12229porBanha, Ana Leite Clara Cordeiroinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-10T02:00:49Zoai:repositorio.utad.pt:10348/12229Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:14:19.159115Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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A torção uterina é das distócias a que menos compreendida é, tanto pelos produtores como pelos médicos-veterinários. No entanto, é sabido que causa, como qualquer distócia, prejuízo à exploração; ocorre, maioritariamente, durante o primeiro estadio do parto ou no início do segundo; e tem vários fatores predisponentes. Neste trabalho houve uma tentativa de compreensão da incidência da torção uterina na Ilha de S. Miguel. Para isto, foram recolhidos dados sobre as características da mesma, informações sobre o vitelo e, inclusive, a forma de resolução de cada parto assistido. Foram assistidas 37 torções uterinas e um total de 69 distócias, num período de cinco meses (de outubro a fevereiro). A incidência de torções uterinas foi de 53.62%, em que o mês com maior prevalência desta distócia foi o de outubro, com 27.03% dos casos e o mês com o menor número de casos foi o de dezembro com 10.81% dos casos. A maioria dos sistemas de produção são semiextensivos, correspondendo a 59.46% do total de explorações. Dos partos assistidos 10.70% corresponderam a primíparas e os restantes em multíparas, sendo que destas 32.43% ocorreram em vacas do 2º parto. Em termos de produtoras de leite, a maioria das torções ocorreu em vacas com uma produção leiteira considerada mediana (60.61%) e em 75.68% dos casos, ocorreu no tempo previsto de parto. As torções ocorreram maioritariamente no sentido contra os ponteiros do relógio (83.78%), pós-cervicais (94.59%) e leves (<180º, 75.68%). No que respeita às informações recolhidas sobre os vitelos, 59.46% era Holstein Frísia, em comparação com 35.14% Aberdeen-Angus. Dos vitelos,18 eram machos, 16 fêmeas e 2 gémeos, sem indicação do sexo. Além disso, relatou-se uma mortalidade de 16.67% entre estes. A resolução de eleição, entre os médicos veterinários, foi a rotação transvaginal do útero (80.56%), seguida do rolamento da vaca (16.67%) e houve um caso que a escolha foi a cesariana, no entanto o produtor decidiu refugar o animal em questão. Neste trabalho, encontraram-se duas correlações estatisticamente significativas, nomeadamente o tempo de gestação com a resolução do parto e a condição corporal materna com a viabilidade do vitelo. Conclui-se que foram assistidas mais torções uterinas do que esperado nos 5 meses de estudo e que vários fatores poderão predispor a esta distócia, entre eles o maneio pré-parto e o melhoramento genético animal, que poderá influenciar as suas características anatómicas. |
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