Doença do disco intervertebral na região toracolombar em cães: revisão de 16 casos clínicos

• Autor(a) principal: Silva, Pedro Miguel Teixeira
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/10750
• topic: Doença disco intervertebral; toracolombar

A doença do disco intervertebral na região toracolombar é a mielopatia mais frequentemente encontrada na prática de medicina veterinária. Esta manifesta-se, sobretudo, quando o disco intervertebral sofre um processo de degenerescência por metaplasia condroide ou metaplasia fibroide. Este processo de degenerescência resulta na saída de material do interior do disco intervertebral para o canal vertebral, que se pode classificar como uma extrusão ou uma protusão, consoante a fisiopatologia envolvida. Existem, atualmente, vários meios de diagnóstico que visam localizar, classificar e quantificar o material discal herniado. Tanto o exame neurológico como os sinais clínicos presentes em cada caso são indispensáveis para caracterizar o estado do animal e deduzir uma localização da lesão. Porém, o diagnóstico por imagem é aquele que oferece uma maior garantia e precisão na caracterização desta doença. Aqui, incluem-se o recurso a imagens por mielografia, tomografia computorizada e ressonância magnética. Após a caracterização e localização do material herniado é, então, possível proceder-se ao seu tratamento. Enquanto que o tratamento conservativo pode ser a solução em alguns casos, em muitos outros o tratamento cirúrgico é o mais recomendado. Várias técnicas cirúrgicas estão descritas (entre elas a hemilaminectomia), tendo cada uma as suas indicações. A recuperação e reabilitação física é extremamente relevante e, como tal, deve ser acompanhada ao detalhe. Este trabalho teve como objetivo realizar um estudo retrospetivo sobre a doença do disco intervertebral na região toracolombar em cães. Para este efeito, durante um período de estágio no Hospital Veterinari Molins, foram acompanhados dezasseis casos clínicos de cães que apresentavam como diagnóstico definitivo uma doença do disco intervertebral na região toracolombar. Dos dezasseis, nove eram cães de raça condrodistrófica. Com este estudo, confirmou-se que a raça condrodistrófica é mais predisposta a uma extrusão do disco, enquanto que as restantes são mais predispostas à protusão. Também se constatou que o tratamento cirúrgico é essencial em animais que exibam um grau III de gravidade de sintomatologia. Nos animais submetidos a cirurgia, a taxa de sucesso da técnica cirúrgica aplicada foi de 92,9%, com recuperação da locomoção num período que variou entre os três e os vinte e sete dias. O único caso em que não houve recuperação de atividade locomotora (7,1%), representa um animal que se encontrava em grau V de gravidade de sinais clínicos, o que suporta a teoria de que o aumento do grau de disfunção neurológica remete para um prognóstico pior.