Pigmalião digital: a construção simbólica e visual do feminino na revista online CoverDoll
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-35752017000200007 |
Resumo: | Partindo da moldura teórica do ciberfeminismo, e questionando a construção da visualidade no contexto digital e a dimensão de género que a baliza, o presente estudo centra-se na análise dos conteúdos imagéticos e linguísticos publicados na CoverDoll, revista online dedicada às sex dolls. O mito de Pigmalião é proposto como dispositivo hermenêutico na análise da CoverDoll, já que os mecanismos de simulação de uma subjetividade parecem reproduzir o mesmo fundo simbólico: o feminino ficcionado surge numa condição de alteridade, como produto do masculino criador. A nossa análise aponta para continuidades simbólicas e convenções estéticas que permanecem apesar das disrupções técnicas. A construção visual do feminino nas produções fotográficas da revista prolonga mecanismos operantes na tradição da pintura descritos por John Berger: o feminino retratado dirige-se a um voyeur masculino, ausente da imagem. A câmara é na CoverDoll sucedânea do espelho enquanto dispositivo de construção do feminino narcísico: pelas múltiplas referências à camara, a pretensa vaidade feminina surge como artifício de ocultação do voyeur masculino. Os conteúdos imagéticos convergem para a erotização e espectacularização do corpo feminino, tratando-o como objeto visual e traduzindo uma visão padronizada de beleza. As narrativas ficcionais articulam estereotipias do feminino: frivolidade, sedução e cuidado. |
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Partindo da moldura teórica do ciberfeminismo, e questionando a construção da visualidade no contexto digital e a dimensão de género que a baliza, o presente estudo centra-se na análise dos conteúdos imagéticos e linguísticos publicados na CoverDoll, revista online dedicada às sex dolls. O mito de Pigmalião é proposto como dispositivo hermenêutico na análise da CoverDoll, já que os mecanismos de simulação de uma subjetividade parecem reproduzir o mesmo fundo simbólico: o feminino ficcionado surge numa condição de alteridade, como produto do masculino criador. A nossa análise aponta para continuidades simbólicas e convenções estéticas que permanecem apesar das disrupções técnicas. A construção visual do feminino nas produções fotográficas da revista prolonga mecanismos operantes na tradição da pintura descritos por John Berger: o feminino retratado dirige-se a um voyeur masculino, ausente da imagem. A câmara é na CoverDoll sucedânea do espelho enquanto dispositivo de construção do feminino narcísico: pelas múltiplas referências à camara, a pretensa vaidade feminina surge como artifício de ocultação do voyeur masculino. Os conteúdos imagéticos convergem para a erotização e espectacularização do corpo feminino, tratando-o como objeto visual e traduzindo uma visão padronizada de beleza. As narrativas ficcionais articulam estereotipias do feminino: frivolidade, sedução e cuidado. |
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