Políticas sustentáveis para o transporte de mercadorias na União Europeia: o papel da ferrovia nessas políticas: o caso de Portugal
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/17826 |
Resumo: | Os transportes representam um peso elevado do consumo energético da União Europeia. São também responsáveis, directa ou indirectamente, por um conjunto de custos ambientais, económicos e sociais elevados. Procurando a sustentabilidade, as políticas europeias têm, recentemente, procurado diminuir esses custos, em especial, através da transferência ou complementaridade do transporte recorrendo a modos de transporte mais sustentáveis. A implementação das quatro liberdades associadas ao Mercado Único (Pessoas, Bens, Serviços, Capitais) desencadeou a reorganização económica da UE, levando a um aumento da procura pelo transporte de mercadorias, a que a ferrovia não conseguiu responder pela sua rigidez física e organizacional, com redes ferroviárias de matriz nacional. Este abandono de mercado foi preenchido por milhares de empresas rodoviárias, maioritariamente micro ou pequenas empresas, dedicando-se ao transporte das cargas isoladas, aproveitando as facilidades do Mercado Único e uma boa rede rodoviária europeia. No entanto, estas pequenas empresas não têm dimensão para criar cadeias logísticas sustentáveis próprias e, num quadro de imposição dos custos externos ao transporte rodoviário, terão de transferir tais custos para os consumidores. A ferrovia assume-se assim como complemento sustentável ao transporte rodoviário de mercadorias, quer por transferência modal, recorrendo a uma rede europeia de I distribuição de vagões isolados quer, por complementaridade modal, através da implementação de “Auto-Estradas Ferroviárias” e do incremento do transporte em vagão isolado. Em face do insucesso das políticas europeias, o nosso trabalho conclui que, sendo os obstáculos técnicos ultrapassáveis, o aumento da sustentabilidade do transporte de cargas isoladas apenas ocorrerá com intervenção directa dos Estados, apoiados em legislação comunitária. Estes têm de intervir directamente no processo de transporte ferroviário pois, só eles, podem garantir um serviço universal no espaço ferroviário da UE desde o primeiro momento. O trabalho é finalizado com a apresentação de três casos de estudo acerca da forma como tal poderia ser implementado em Portugal. |
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Políticas sustentáveis para o transporte de mercadorias na União Europeia: o papel da ferrovia nessas políticas: o caso de PortugalTransporte de mercadorias - Países da União EuropeiaTransportes ferroviários - Mercadorias - PortugalPolítica de transportes - Países da União EuropeiaTransporte sustentável - Países da União EuropeiaTeses de mestrado - 2013Os transportes representam um peso elevado do consumo energético da União Europeia. São também responsáveis, directa ou indirectamente, por um conjunto de custos ambientais, económicos e sociais elevados. Procurando a sustentabilidade, as políticas europeias têm, recentemente, procurado diminuir esses custos, em especial, através da transferência ou complementaridade do transporte recorrendo a modos de transporte mais sustentáveis. A implementação das quatro liberdades associadas ao Mercado Único (Pessoas, Bens, Serviços, Capitais) desencadeou a reorganização económica da UE, levando a um aumento da procura pelo transporte de mercadorias, a que a ferrovia não conseguiu responder pela sua rigidez física e organizacional, com redes ferroviárias de matriz nacional. Este abandono de mercado foi preenchido por milhares de empresas rodoviárias, maioritariamente micro ou pequenas empresas, dedicando-se ao transporte das cargas isoladas, aproveitando as facilidades do Mercado Único e uma boa rede rodoviária europeia. No entanto, estas pequenas empresas não têm dimensão para criar cadeias logísticas sustentáveis próprias e, num quadro de imposição dos custos externos ao transporte rodoviário, terão de transferir tais custos para os consumidores. A ferrovia assume-se assim como complemento sustentável ao transporte rodoviário de mercadorias, quer por transferência modal, recorrendo a uma rede europeia de I distribuição de vagões isolados quer, por complementaridade modal, através da implementação de “Auto-Estradas Ferroviárias” e do incremento do transporte em vagão isolado. Em face do insucesso das políticas europeias, o nosso trabalho conclui que, sendo os obstáculos técnicos ultrapassáveis, o aumento da sustentabilidade do transporte de cargas isoladas apenas ocorrerá com intervenção directa dos Estados, apoiados em legislação comunitária. Estes têm de intervir directamente no processo de transporte ferroviário pois, só eles, podem garantir um serviço universal no espaço ferroviário da UE desde o primeiro momento. O trabalho é finalizado com a apresentação de três casos de estudo acerca da forma como tal poderia ser implementado em Portugal.Abstract: Transports are responsible for a high percentage of energy consumption in the European Union. They are also responsible, directly or indirectly, for a set of environmental, economic and social elevated costs. Looking for sustainability, European policies have recently sought to reduce these costs, in particular through the transport transfer or complementarity, by using more sustainable modes of transport The implementation of the four freedoms associated with the Single Market (People, Goods, Services, Capital) triggered the economic reorganization of the EU, leading to an increased demand for the transport of goods, which railways could not answer for their physical rigidity and rail networks organized in a national basis. This abandonment of the market was filled by thousands of haulage companies, mostly small or micro businesses, dedicated to the transport of single loads, taking advantage of the facilities of the Single Market and a good European road network. However, these small businesses are too small to create their own sustainable supply chains and, within a framework of external cost charging for road transport, will have to transfer those costs to consumers. Thus the railways assume themselves as a complement to the sustainable road freight, either by modal shift, using a European network of distribution of single wagonloads either, by modal complementarity, through the implementation of "Rolling Highways" and the growth of single wagonload transport. In view of the failure of European policies, our work concludes that, while the technical hurdles are not insurmountable, increasing the sustainability of the transport single loads will only take place with direct involvement of the States, supported by legislation. These have to be directly involved in rail transportation because they alone can ensure universal service within the EU railway from the first moment. The work is completed by the presentation of three case studies about the way this could be implemented in Portugal.Costa, Nuno Marques daRepositório da Universidade de LisboaLeandro, Hugo José da Costa2015-03-31T14:15:25Z201320132013-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/17826TID:201106337porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:03:42Zoai:repositorio.ul.pt:10451/17826Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:37:34.400299Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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