Análise dos ganhos em saúde no tratamento da depressão major

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, Francisco Marinho Araújo dos
Data de Publicação: 2021
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/11425
Resumo: Introdução: De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as doenças mentais, nomeadamente a perturbação depressiva, são responsáveis por enormes perdas em saúde. De forma a dar resposta a este problema, é necessário alocar recursos para a área da saúde mental. Contudo, de acordo com a “Joint Action on Mental Health and Well-being”, apenas 5,2% da despesa total em saúde é aplicada à saúde mental, pelo que se torna essencial maximizar os recursos disponíveis. Objetivo: Avaliar e comparar os diferentes resultados das intervenções farmacológicas e não farmacológicas no tratamento da depressão major. Métodos: Nesta revisão sistemática foram incluídos randomized controlled trials, estudos experimentais sem randomização, estudos de coorte e casos-controlo, estudos observacionais sem grupos de controlo, como os transversais e séries de casos, e estudos de modelização que fizessem uma avaliação económica comparativa dos custos e outcomes das intervenções farmacológicas e não farmacológicas, focadas em adultos diagnosticados com perturbação depressiva major. A pesquisa foi realizada através da PubMed, Psychology and Behavioral Sciences Collection, MEDLINE e Cochrane, restrita a artigos escritos em inglês, espanhol ou português, publicados entre 1995 e 2021. A data da última busca foi 4 de fevereiro de 2021. O risco de viés foi avaliado através da “Newcastle-Ottawa Quality Assessment Scale” e da “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials (RoB 2)”. Resultados: Foram obtidos, inicialmente, 183 resultados, sendo que, após uma breve análise do título e resumo, foram excluídos 117 estudos, que não respeitavam os critérios de inclusão. Após uma leitura integral de cada estudo, foram excluídos 42 artigos. De seguida, foi realizada uma avaliação da qualidade e do risco de viés dos estudos previamente selecionados, sendo incluídos neste trabalho 24 estudos. Quanto às intervenções farmacológicas, o Escitalopram revelou-se mais custo-efetivo comparado à Venlafaxina e ao Citalopram; a Fluoxetina foi considerada mais custo efetiva em relação à Trazodona, aos Antidepressivos Tricíclicos e à Paroxetina; os antidepressivos tricíclicos demonstraram ser uma opção pouco custo-efetiva; e o Aripiprazol é a opção mais custo-efetiva, face à Olanzapina e à Quetiapina, como terapêutica adjuvante. Quanto às psicoterapias, demonstraram ser, tendencialmente, opções custo-efetivas, mesmo que alguns dos estudos não apresentassem resultados estatisticamente significativos. Discussão/Conclusão: Existe alguma escassez de análises económicas no tratamento da depressão major, contudo, o Escitalopram e o Aripiprazole, como terapêutica adjuvante, parecem ser as opções mais custo-efetivas. Recomenda-se a realização de mais estudos, de forma a poder melhorar a investigação e subsequentemente as intervenções no tratamento da depressão.
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Métodos: Nesta revisão sistemática foram incluídos randomized controlled trials, estudos experimentais sem randomização, estudos de coorte e casos-controlo, estudos observacionais sem grupos de controlo, como os transversais e séries de casos, e estudos de modelização que fizessem uma avaliação económica comparativa dos custos e outcomes das intervenções farmacológicas e não farmacológicas, focadas em adultos diagnosticados com perturbação depressiva major. A pesquisa foi realizada através da PubMed, Psychology and Behavioral Sciences Collection, MEDLINE e Cochrane, restrita a artigos escritos em inglês, espanhol ou português, publicados entre 1995 e 2021. A data da última busca foi 4 de fevereiro de 2021. O risco de viés foi avaliado através da “Newcastle-Ottawa Quality Assessment Scale” e da “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials (RoB 2)”. Resultados: Foram obtidos, inicialmente, 183 resultados, sendo que, após uma breve análise do título e resumo, foram excluídos 117 estudos, que não respeitavam os critérios de inclusão. Após uma leitura integral de cada estudo, foram excluídos 42 artigos. De seguida, foi realizada uma avaliação da qualidade e do risco de viés dos estudos previamente selecionados, sendo incluídos neste trabalho 24 estudos. Quanto às intervenções farmacológicas, o Escitalopram revelou-se mais custo-efetivo comparado à Venlafaxina e ao Citalopram; a Fluoxetina foi considerada mais custo efetiva em relação à Trazodona, aos Antidepressivos Tricíclicos e à Paroxetina; os antidepressivos tricíclicos demonstraram ser uma opção pouco custo-efetiva; e o Aripiprazol é a opção mais custo-efetiva, face à Olanzapina e à Quetiapina, como terapêutica adjuvante. Quanto às psicoterapias, demonstraram ser, tendencialmente, opções custo-efetivas, mesmo que alguns dos estudos não apresentassem resultados estatisticamente significativos. Discussão/Conclusão: Existe alguma escassez de análises económicas no tratamento da depressão major, contudo, o Escitalopram e o Aripiprazole, como terapêutica adjuvante, parecem ser as opções mais custo-efetivas. Recomenda-se a realização de mais estudos, de forma a poder melhorar a investigação e subsequentemente as intervenções no tratamento da depressão.Introduction: According to the World Health Organization, mental illnesses, especially depressive disorder, are responsible for huge health losses. To address this problem, it is necessary to allocate resources in the mental health area. However, according to the “Joint Action on Mental Health and Well-being”, only 5.2% of total health spending is being applied in mental health, being essential to maximize the available resources. Objective: To evaluate and compare the different results of pharmacological and nonpharmacological interventions in the treatment of depressive disorder. Methods: This systematic review included randomized controlled trials, non-randomized studies, cohort and case-control studies, observational studies without control groups, such as cross-sectional and case series, and modeling studies. The studies included carried out a comparative economic evaluation of costs and outcomes of pharmacological and non-pharmacological interventions, focused on adults diagnosed with major depressive disorder. The search was carried out through PubMed, Psychology and Behavioral Sciences Collection, MEDLINE, and Cochrane, restricted to articles written in English, Spanish or Portuguese, published between 1995 and 2021. The date of the last search was February 4th, 2021. The risk of bias was assessed using the “Newcastle-Ottawa Quality Assessment Scale” and the “Revised Cochrane risk-of-bias tool for randomized trials (RoB 2)”. Results: Initially, 183 results were obtained, and after a brief analysis of the title and summary, 117 studies were excluded, because they did not respect the inclusion criteria. After a full reading of each study, 42 articles were excluded. Then, in the previously selected studies, an assessment of the quality and risk of bias was carried out, with 24 studies being included in this work. As for pharmacological interventions, Escitalopram proved to be more cost-effective compared to Venlafaxine and Citalopram; Fluoxetine was considered more cost-effective than Trazodone, tricyclic antidepressants, and Paroxetine; tricyclic antidepressants have proven to be a low cost-effective option; and Aripiprazole is the most cost-effective option, compared to Olanzapine and Quetiapine, as adjunctive therapy. As for psychotherapies, they tend to be cost-effective options, even though some of the studies did not show statistically significant results. Discussion/Conclusion: There is a dearth of economic analysis in the treatment of major depressive disorder. However, Escitalopram and Aripiprazole (as adjuvant therapy) appear to be the most cost-effective options. Further studies are recommended to improve research and subsequently interventions in the treatment of depression.Almeida, Anabela Antunes deNunes, Juliana da SilvauBibliorumSantos, Francisco Marinho Araújo dos2021-12-06T10:57:18Z2021-05-312021-04-302021-05-31T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/11425TID:202789233porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:53:53Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/11425Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:51:13.377202Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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