Contribuição para o estudo da hipertensão arterial sistémica em cães e gatos com endocrinopatias

• Autor(a) principal: Silva, Irene Sofia da Conceição Veiga da
• Data de Publicação: 2014
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10348/3096
• topic: Pressão arterial; Doenças do sistema endócrino; Técnicas de diagnóstico endócrino; Método de Oscilometria de Alta Definição

A manutenção da pressão arterial, dentro de valores considerados normais, é de extrema importância para garantir uma adequada perfusão sanguínea aos órgãos e tecidos vitais. Quando há um aumento persistente dos valores da pressão arterial, ocorre hipertensão arterial sistémica. A principal consequência de um aumento persistente dos valores de pressão arterial é a lesão de órgãos alvo como o coração, os rins, o olho e o sistema nervoso central. A hipertensão pode ser classificada em primária ou idiopática, hipertensão por bata branca e hipertensão secundária sendo, esta última, a mais prevalente no cão e no gato. São diversas as etiologias de hipertensão secundária, sendo as mais frequentes as doenças endócrinas como o hiperadrenocorticismo, o hipertiroidismo, o hipotiroidismo, a diabetes mellitus, o hiperaldosteronismo e o feocromocitoma. Os métodos de medição da pressão arterial podem ser directos ou indirectos, sendo fundamental para o diagnóstico e monitorização de hipertensão, o conhecimento e uma correcta utilização destes métodos. Embora o método de diagnóstico mais fiável seja o directo, o método indirecto é o que apresenta maior aplicabilidade a nível clínico. O objectivo deste trabalho foi estudar a hipertensão arterial em animais com endocrinopatias e a aplicabilidade do método de oscilometria de alta definição na medição da pressão arterial. Foram incluídos, neste trabalho, animais com hipertiroidismo, hipotiroidismo, diabetes mellitus e associação entre esta última e hiperadrenocorticismo e hipotiroidismo. Foi apenas possível o aprofundamento do estudo estatístico nos casos em que o número de animais assim o permitiu. Estes casos incluíram 11 felinos com hipertiroidismo e 8 cães com hipotiroidismo. Os critérios de inclusão foram animais sem história de outra doença concorrente e que não estavam a realizar tratamento médico passível de alterar os valores de pressão arterial. Foram realizadas duas sessões de medição de pressão arterial utilizando um método indirecto de oscilometria de alta definição (Memo Diagnostic ®, modelo MD15/MD9 PRO, S+B medVet), seguindo um protocolo-padrão aprovado pelo American College of Veterinary Internal Medicine. A prevalência de hipertensão em animais com hipertiroidismo foi de 45% (risco de lesão de órgãos alvo: mínimo-46%, moderado-45%, grave-9% e nos animais com hipotiroidismo a prevalência de hipertensão foi de 50%, (risco de lesão de órgãos alvo: mínimo-50%, ligeiro-12,5%, moderado-25% e grave-12,5%). Não houve diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) entre os parâmetros: sexo, estado reprodutivo, condição corporal, idade, tempo decorrido desde o diagnóstico de doença endócrina e a ausência/presença de hipertensão. Este trabalho veio realçar a importância da realização de medições da pressão arterial no protocolo de diagnóstico e monitorização de animais com doenças endócrinas.