Prática ventilatória em recém-nascidos de extremo baixo peso

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ratola, Ana
Data de Publicação: 2015
Outros Autores: Silva, Helena, Oliveira, Dulce, Carvalho, Carmen, Almeida, Alexandra, Proença, Elisa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2015.3999
Resumo: Introdução: Os recém-nascidos de extremo baixo peso (RNEBP) (<1000g), têm um um risco elevado de necessitar de ventilação assistida no decurso do seu tratamento. As práticas ventilatórias têm vindo a alterar-se ao longo dos anos, havendo uma preocupação crescente em tentar implementar estratégias protetoras do pulmão. Objetivo: Avaliar a prática ventilatória nos RNEBP numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN). Métodos: Análise restrospetiva dos registos clínicos dos RNEBP, admitidos entre 01/09/2010 e 31/08/2013. Resultados: Foram admitidos 94 RNEBP (mediana peso=790g), com idade gestacional (IG) entre 23-32 semanas (mediana=27). Foi administrado pelo menos um ciclo de corticoide pré-natal em 65% e 69% receberam no mínimo uma dose de surfactante. Realizaram ventilação invasiva (VI) 69%, a maioria desde o nascimento, tendo 15% necessitado de ventilação de alta frequência como resgate. Efetuaram ventilação não invasiva (VNI) exclusiva 23% e 3% permaneceram em ventilação espontânea. A mortalidade atingiu 31% (mediana IG 25 semanas), tendo ocorrido quase metade dos casos no primeiro dia de vida. Desenvolveram hemorragia pulmonar 7,4%, fuga aérea 5,3%, hemorragia intraperiventricular (HIPV) grau>2 22%, canal arterial hemodinamicamente significativo 23% e enterocolite necrosante 3%. O grupo que não realizou VI não apresentou hemorragia pulmonar, fuga aérea ou HIPV. Dos 71 sobreviventes, 20% desenvolveram displasia broncopulmonar moderada/grave e 14% retinopatia da prematuridade (≥3 ou com doença plus). Discussão: A quase totalidade destes RN necessitou de suporte ventilatório, tendo cerca de 1/4 realizado VNI exclusiva. Neste sub-grupo não se verificaram complicações respiratórias nem neurológicas a curto prazo. A mortalidade global foi elevada, tendo cerca de metade ocorrido no primeiro dia. Palavras-chave: extremo baixo peso, prática ventilatória, UCIN
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