Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Bule, Lara Miguel
Data de Publicação: 2019
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10362/85759
Resumo: Tendo como ponto de partida a complexa iconografia dos túmulos na Abadia de Alcobaça, a história e o mito visual de D. Inês de Castro projecta-se na arte portuguesa e europeia só alguns séculos mais tarde, ao contrário do que sucede na literatura, que nunca abandonou o tema. Remontam aos inícios de Setecentos as primeiras realizações gráficas sobre a matéria, ilustrando livros de história portuguesa ou ibérica, romances e tragédias, traduções e reedições d’Os Lusíadas de Camões. Mas é a versão lendária do dramaturgo francês Antoine Houdar de la Motte, informada pela tradição do teatro espanhol, que a divulga na restante Europa. Com o Romantismo tem lugar uma verdadeira explosão do interesse literário da história e das suas incidências dramáticas, sentimentais ou até macabras, transpostas e ampliadas pela cultura visual, sobretudo pictórica. É o século XIX que celebra a iconografia da coroação da rainha depois de morta, convertendo-a num tópico trabalhado por artistas franceses e espanhóis e, quase sempre, de acentuada espectacularidade. Ao contrário do que sucede em Portugal, onde foi preterido em favor do lirismo da súplica ao rei. Com a alusão à Quinta das Lágrimas em Coimbra, insinuase também o motivo da paisagem, em sintonia com o Naturalismo e a aproximação aos valores estéticos do Impressionismo pelos artistas nacionais. Ao que o período novecentista, renovando a ópera e o bailado, acrescenta uma diversificação sem precedentes dos media tradicionais. O mito de Inês de Castro abre-se agora, além da pintura, escultura e gravura, à cultura de massas do nosso tempo, por via do cinema, da televisão e da banda-desenhada.
id RCAP_4b7a4d051e35a3a909a98f3181809ba6
oai_identifier_str oai:run.unl.pt:10362/85759
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuaisInês de CastroTumulária MedievalPintura de HistóriaRomantismoNaturalismoIlustração OitocentistaMedieval TombsHistory PaintingRomanticismNaturalismNineteenth-century IllustrationDomínio/Área Científica::Humanidades::ArtesTendo como ponto de partida a complexa iconografia dos túmulos na Abadia de Alcobaça, a história e o mito visual de D. Inês de Castro projecta-se na arte portuguesa e europeia só alguns séculos mais tarde, ao contrário do que sucede na literatura, que nunca abandonou o tema. Remontam aos inícios de Setecentos as primeiras realizações gráficas sobre a matéria, ilustrando livros de história portuguesa ou ibérica, romances e tragédias, traduções e reedições d’Os Lusíadas de Camões. Mas é a versão lendária do dramaturgo francês Antoine Houdar de la Motte, informada pela tradição do teatro espanhol, que a divulga na restante Europa. Com o Romantismo tem lugar uma verdadeira explosão do interesse literário da história e das suas incidências dramáticas, sentimentais ou até macabras, transpostas e ampliadas pela cultura visual, sobretudo pictórica. É o século XIX que celebra a iconografia da coroação da rainha depois de morta, convertendo-a num tópico trabalhado por artistas franceses e espanhóis e, quase sempre, de acentuada espectacularidade. Ao contrário do que sucede em Portugal, onde foi preterido em favor do lirismo da súplica ao rei. Com a alusão à Quinta das Lágrimas em Coimbra, insinuase também o motivo da paisagem, em sintonia com o Naturalismo e a aproximação aos valores estéticos do Impressionismo pelos artistas nacionais. Ao que o período novecentista, renovando a ópera e o bailado, acrescenta uma diversificação sem precedentes dos media tradicionais. O mito de Inês de Castro abre-se agora, além da pintura, escultura e gravura, à cultura de massas do nosso tempo, por via do cinema, da televisão e da banda-desenhada.Departing from the complex iconography of the tombs in the Abbey of Alcobaça, the story and visual myth of D. Inês de Castro is reflected in the Portuguese and European art only a few centuries later; literature, on the contrary, has never abandoned the subject. The first graphic works on such theme go back to the early eighteenth-century, illustrating Portuguese or Iberian history books, novels and tragedies, translations and reeditions of the national epic poem Os Lusíadas by Camões. It is, however, the legendary version of the French play writer Antoine Houdar de la Motte, informed by the Spanish theatrical tradition that disseminates the argument across Europe. Romanticism encompasses an authentic explosion of the literary interest in the story and its dramatic incidences, sentimental or even macabre, transposed and broaden by visual culture, mainly in painting. Indeed, the nineteenth-century celebrates the iconography of the posthumous coronation of the queen, a topic developed by French and Spanish artists, almost invariably through a spectacular lens. Unlike Portugal, where the lyric scene of Ines’ plead to the king is favoured above all others. Referring to Quinta das Lágrimas in Coimbra, it also implies the motive of landscape, in harmony with Naturalism and the approach to Impressionism aesthetic values by national artists. Renewing opera and ballet performances, the twentieth-century brings an unprecedented diversification of the traditional media. An overture of the myth of Inês de Castro, beyond painting, sculpture and engraving, to the mass culture of our times, via cinema, television and comic books.Moura, Carlos Alberto Louzeiro deRUNBule, Lara Miguel2019-10-29T11:38:25Z2019-09-042019-10-292019-09-04T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/85759TID:202287459porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:38:30Zoai:run.unl.pt:10362/85759Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:36:38.118417Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
title Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
spellingShingle Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
Bule, Lara Miguel
Inês de Castro
Tumulária Medieval
Pintura de História
Romantismo
Naturalismo
Ilustração Oitocentista
Medieval Tombs
History Painting
Romanticism
Naturalism
Nineteenth-century Illustration
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
title_short Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
title_full Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
title_fullStr Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
title_full_unstemmed Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
title_sort Inês de Castro. A imagem e o mito nas artes visuais
author Bule, Lara Miguel
author_facet Bule, Lara Miguel
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Moura, Carlos Alberto Louzeiro de
RUN
dc.contributor.author.fl_str_mv Bule, Lara Miguel
dc.subject.por.fl_str_mv Inês de Castro
Tumulária Medieval
Pintura de História
Romantismo
Naturalismo
Ilustração Oitocentista
Medieval Tombs
History Painting
Romanticism
Naturalism
Nineteenth-century Illustration
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
topic Inês de Castro
Tumulária Medieval
Pintura de História
Romantismo
Naturalismo
Ilustração Oitocentista
Medieval Tombs
History Painting
Romanticism
Naturalism
Nineteenth-century Illustration
Domínio/Área Científica::Humanidades::Artes
description Tendo como ponto de partida a complexa iconografia dos túmulos na Abadia de Alcobaça, a história e o mito visual de D. Inês de Castro projecta-se na arte portuguesa e europeia só alguns séculos mais tarde, ao contrário do que sucede na literatura, que nunca abandonou o tema. Remontam aos inícios de Setecentos as primeiras realizações gráficas sobre a matéria, ilustrando livros de história portuguesa ou ibérica, romances e tragédias, traduções e reedições d’Os Lusíadas de Camões. Mas é a versão lendária do dramaturgo francês Antoine Houdar de la Motte, informada pela tradição do teatro espanhol, que a divulga na restante Europa. Com o Romantismo tem lugar uma verdadeira explosão do interesse literário da história e das suas incidências dramáticas, sentimentais ou até macabras, transpostas e ampliadas pela cultura visual, sobretudo pictórica. É o século XIX que celebra a iconografia da coroação da rainha depois de morta, convertendo-a num tópico trabalhado por artistas franceses e espanhóis e, quase sempre, de acentuada espectacularidade. Ao contrário do que sucede em Portugal, onde foi preterido em favor do lirismo da súplica ao rei. Com a alusão à Quinta das Lágrimas em Coimbra, insinuase também o motivo da paisagem, em sintonia com o Naturalismo e a aproximação aos valores estéticos do Impressionismo pelos artistas nacionais. Ao que o período novecentista, renovando a ópera e o bailado, acrescenta uma diversificação sem precedentes dos media tradicionais. O mito de Inês de Castro abre-se agora, além da pintura, escultura e gravura, à cultura de massas do nosso tempo, por via do cinema, da televisão e da banda-desenhada.
publishDate 2019
dc.date.none.fl_str_mv 2019-10-29T11:38:25Z
2019-09-04
2019-10-29
2019-09-04T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10362/85759
TID:202287459
url http://hdl.handle.net/10362/85759
identifier_str_mv TID:202287459
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799137984367296512