Os incêndios florestais na interface urbano-florestal. Caracterização em 2017 e medidas de autoproteção nos aglomerados. O exemplo de Vieira de Leiria.
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/82261 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos apresentada à Faculdade de Letras |
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Os incêndios florestais na interface urbano-florestal. Caracterização em 2017 e medidas de autoproteção nos aglomerados. O exemplo de Vieira de Leiria.THE FOREST FIRES IN THE URBAN-FOREST INTERFACE. CHARACTERIZATION IN 2017 AND MEASURES OF SELF PROTECTION IN CITIES. THE EXAMPLE OF VIEIRA DE LEIRIA.InterfaceIncêndiosFlorestaProteçãoRiscoInterfaceFireForestProtectionRiskDissertação de Mestrado em Dinâmicas Sociais, Riscos Naturais e Tecnológicos apresentada à Faculdade de LetrasO ano de 2017 ficará indelevelmente marcado na memória de todos os Portugueses pelos acontecimentos trágicos relacionados com os incêndios florestais de junho e outubro em Portugal Continental. As mortes e feridos em diversos pontos do território, as habitações e empresas destruídas e danificadas, a destruição de vastas áreas de povoamento florestal e áreas agrícolas no máximo histórico de área ardida alguma vez registado, são motivos mais do que suficientes para que exista a vontade e o compromisso de todos para que o conhecimento existente seja utilizado e as práticas sejam alteradas, contribuindo decisivamente para a segurança de todos os cidadãos a para definitivamente começarmos também a proteger, cuidar e organizar a nossa floresta.Os incêndios florestais são uma inevitabilidade devido a diversos fatores como o clima, a nossa localização no planeta, os comportamentos de risco e todas as causas identificadas que são a origem dos nossos incêndios, no entanto as consequências e danos provocados pelos incêndios não são de todo uma inevitabilidade ou um castigo divino. Nesse sentido, a interface urbano-florestal toma especial relevância dado que é aqui que os incêndios florestais têm maior probabilidade de provocar danos e perdas de vidas humanas, mas também as práticas, hábitos e costumes das populações podem originar incêndio florestais devido à proximidade dos espaços urbanos e industriais e demais infraestruturas existentes. Este conceito de interface urbano-florestal que agora exploramos, e à luz dos acontecimentos de 2017, colocaram em causa as distâncias aplicadas na gestão de combustíveis em redor de habitações e aglomerados, uma vez que a velocidade de propagação e intensidade dos incêndios, potenciada pelas condições meteorológicas, disponibilidade e continuidade de combustível erradicaram completamente estas faixas de gestão de combustível, onde estas existiam, e provocaram danos inclusivamente dentro dos perímetros urbanos de grandes cidades.Torna-se evidentes que as medidas estruturais implementadas não são suficientes nem adequadas, e a legislação revista e alterada ainda em 2017, contribuiu para acentuar a confusão no cidadão que se vê obrigado a cumprir prazos para limpeza de terrenos, distâncias relativamente a infraestruturas, aumentar a distância entre árvores como eucaliptos e pinheiros, acenando com coimas a dobrar estampado num estandarte de segurança e para salvaguarda do bem comum.A relação entre o ser humano e a floresta tem vindo a deteriorar-se ao longo das últimas décadas, e é necessário recuperar esta ligação assegurando que conseguimos conviver de forma segura e saudável com os espaços agroflorestais e em caso de eclosão e propagação de incêndios florestais estes continuam a ser isso mesmo, uma combustão não controlada numa área florestal. Assim, a interface-urbano florestal assume um papel relevante na segurança das pessoas, mas também das florestas. Este problema é transversal a diversos países que lidam com incêndios florestais, e todos eles concluem que é impossível dissociar a problemática dos incêndios florestais na interface urbano-florestal do ser humano, analisando este problema apenas como meramente geográfico e do ordenamento do território.Este trabalho pretende realizar uma análise da interface urbano-florestal em aglomerados de média dimensão, nomeadamente o ordenamento do território e infraestruturas existentes, bem como as práticas existentes por parte das comunidades e das entidades com responsabilidade em matéria de prevenção e combate a incêndios florestais. É ainda objetivo a análise e melhoria das medidas de autoproteção existentes, prioritariamente para as populações, mas também para as vias de acesso e infraestruturas, principalmente as nevrálgicas que visam assegurar a resposta em situação de emergência.O caso de estudo selecionado foi a freguesia de Vieira de Leiria, com especial incidência na sede de freguesia, Vieira de Leiria e a praia contígua, Praia da Vieira. Esta freguesia pertence ao concelho da Marinha Grande, que para além de ser conhecida pela indústria vidreira é também o concelho com maior área implantada do Pinhal do Rei, pinhal centenário do Rei D. Dinis, mandado plantar há mais de 700 anos como medida de proteção dos aglomerados contra o avanço das areias e redução do efeito do vento. O mesmo pinhal que foi reduzido a 20% da sua área devido aoincêndio que teve inicio no concelho de Alcobaça, no dia 15 de outubro de 2017, e que atravessou o concelho da Marinha Grande em aproximadamente quatro horas, tendo deixado atrás de si um rasto de destruição nas infraestruturas e vias de acesso, equipamentos e veículos, originando vários feridos e deixando uma cicatriz profunda num dos maiores patrimónios naturais do nosso país que levará décadas a recuperar.Para a execução deste trabalho foi realizada a análise de diversos documentos académicos, estudos, relatórios, planos de ordenamento e de emergência, mapas e cartas, de forma a caracterizThe year 2017 will be indelibly marked in the memory of all the Portuguese due to the tragic events related to the forest fires of June and October in Portugal. Deaths and injuries in various parts of the territory, homes and businesses destroyed and damaged, destruction of vast areas of forest stands and agricultural areas in the biggest area ever recorded, are more than sufficient reasons for the existence of the will and the commitment of everyone to use existing knowledge and practices to change, making a decisive contribution to the safety of all citizens, and to finally begin to protect, care for and organize our forest.Forest fires are an inevitability due to many factors such as the climate, our location on the planet, the risk behaviours and all the identified causes that are the origin of our fires, however the consequences and damages caused by the fires are not at all an inevitability or a divine punishment. In this sense, the urban-forest interface is especially relevant given that it is here that forest fires are more likely to cause damage and loss of human lives, but also the practices, habits and customs of the populations can cause forest fires due to the proximity of the spaces urban and industrial infrastructure and other existing infrastructures. This concept of urban-forest interface that we now explore, and in the light of the events of 2017, has questioned the distances applied in the management of fuels around houses and agglomerates, since the speed of propagation and intensity of the fires, weather conditions, availability and fuel continuity have completely eradicated these fuel management lanes where they existed and have caused damage even within the urban perimeters of large cities.It is clear that the structural measures implemented are neither sufficient nor adequate, and the legislation revised and amended in 2017 has also contributed to increase the confusion among citizens who are obliged to comply with deadlines for clearing land, distances from infrastructure, the distance between trees like eucalyptus and pines, waving with fines folded stamped on a standard of safety and to safeguard the common good.The relationship between humans and the forest has deteriorated over the last decades, and it is necessary to recover this link by ensuring that we can live safely and healthy with agroforestry areas and in case of forest fires these remain the same, uncontrolled burning forested area. Thus, the urban-forest interface plays an important role in the safety of people, but also in forests. This problem is transversal to several countries that deal with forest fires, and all of them conclude that it is impossible to dissociate the problem of forest fires at the urban-forest interface of the human being, analysing this problem only as geographic and spatial planning.This work intends to carry out an analysis of the urban-forest interface in medium-sized agglomerates, such as the planning of the territory and existing infrastructures, as well as the existing practices of the communities and of the entities with responsibility for the prevention and combat of forest fires. It is also an objective to analyse and improve existing self-protection measures, primarily for the population, but also for the access roads and infrastructures, especially the neuralgic ones aimed at ensuring emergency response.The case study selected was the parish of Vieira de Leiria, with special focus on the parish headquarters, Vieira de Leiria and the contiguous beach, Praia da Vieira. This parish belongs to the municipality of Marinha Grande, which in addition to being known by the glass industry is also the region with the largest area of Pinhal do Rei, centennial pinewood of King D. Dinis, commanded to plant more than 700 years as a protection measure of the clusters against the advance of the sands and reduction of the effect of the wind. The same pine forest that was reduced to 20% of its area due to the fire that began in the municipality of Alcobaça, on October 15, 2017, and that crossed the region of Marinha Grande in approximately four hours, leaving behind a destruction of the infrastructures and access roads, equipment and vehicles, causing several wounded and leaving a deep scar in one of the greatest natural patrimony of our country that will take decades to recover.In order to carry out this work, were analysed several academic documents, studies, reports, planning and emergencyplans, maps and charts, in order to characterize the territory of the parish of Vieira de Leiria before and after the fire,to characterize also the damages and infrastructures affected, their location in the urban-forest interface and theexistence of ranges of fuel management and what was their effect in the propagation of the fire and protection ofclusters and dwellings. Thus, it was possible to understand the effects of the fire and the affected areas, as well as thebehaviour of the existing species, bo2018-10-24info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/82261http://hdl.handle.net/10316/82261TID:202044866porLopes, Luís Manuel da Silva Almeida einfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-03-15T14:23:52Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/82261Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:04:12.057318Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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