A preliminary study on the distribution of Mimosa pigra in Gorongosa National Park: reasons and causes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vieira, Márcia Bugalho, 1990-
Data de Publicação: 2015
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/18308
Resumo: Tese de mestrado. Biologia (Ecologia e Gestão Ambiental). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015
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spelling A preliminary study on the distribution of Mimosa pigra in Gorongosa National Park: reasons and causesPlantas invasorasParque Nacional da Gorongosa - MoçambiqueTeses de mestrado - 2015Tese de mestrado. Biologia (Ecologia e Gestão Ambiental). Universidade de Lisboa, Faculdade de Ciências, 2015Mimosa pigra Linnaeus (mimosa) é uma das mais perigosas invasoras do mundo. Nativa da América do Sul, já invadiu outros continentes, como a Austrália, África e Ásia, diminuindo a flora e fauna nativa nos locais invadidos. Uma planta jovem de mimosa apresenta-se na forma prostrada, enquanto as adultas formam arbustos que chegam a 3 a 6 metros. As folhas têm movimentos seis monásticos, ou seja, fecham-se quando tocadas, à noite ou quando está muito vento. A raiz consegue penetrar até 2 metros no solo e estender-se lateralmente até 3,5m, permitindo que mimosa avance à medida do recuo das águas. Consequentemente há um maior depósito de sedimentos, reduzindo o curso normal de água. As alterações do regime de inundação é vantajoso para mimosa, pois após um evento desse género resta um solo limpo e, portanto, sem competição pelo sol e nutrientes, dando a oportunidade a mimosa de excluir a restante vegetação e criar um coberto monoespecífico. Por consequência das alterações hidrológicas e vegetais foi registado uma diminuição da abundância e uma correlação negativa com a riqueza específica de espécies animais. Mimosa consegue duplicar a área de invasão num ano e tem uma rápida dispersão. Caracterizada por um crescimento agressivo, também tem uma persistência elevada aos métodos de controlo físicos, tornando mais difícil o sucesso do seu controlo. Após o corte consegue brotar facilmente, e após o fogo até 90% de mimosas adultas e 50% de mimosas juvenis sobrevivem. Parque Nacional da Gorongosa (PNG) é conhecido pela sua riquíssima variedade de espécies e foi inclusive apelidado do Parque mais ecologicamente diverso do mundo pelo E.O. Wilson, com o Lago Urema sendo, figurativamente, e literalmente, o centro do Parque. No PNG a Mimosa pigra existe nas planícies aluviais crescendo em diferentes densidades entre as comunidades vegetais presentes. Esta invasora forma um anel em torno do Lago Urema e apresenta-se, geralmente, na forma rasteira. Durante a guerra civil em Moçambique o número de animais diminuiu substancialmente no PNG e essa diminuição é tida como o impulso para Mimosa pigra se ter expandido, sendo argumentado que o pisoteio e herbivoria a controlava. Este argumento é discutível, visto que se reconhece que os animais herbívoros promovem as invasões de plantas. No caso específico de Mimosa pigra esta invadiu áreas continuas em 1980, na Austrália, apesar de ter sido altamente utilizada pelos búfalos (Bubalis bubalis Lydekker) como alimento. Crê-se inclusive que a presença de búfalo pode ter criado oportunidades para o aumento de Mimosa pigra, visto que este removeu a maior parte da vegetação, que poderia competir com a mimosa retardando a sua invasão, deixando um solo nu que permitiu o estabelecimento das plântulas da mesma. Há indício que a remoção do búfalo permitiu a vegetação nativa volta-se a aumentar podendo competir com as plântulas de mimosa. Neste estudo pretendeu-se perceber se existe alguma relação entre a abundância de Mimosa pigra e a abundância do restante coberto do solo, qual a influência da água nesta invasora e qual a localização e extensão da invasão de mimosa. Para perceber a relação da mimosa como restante coberto realizaram-se parcelas de 625m2 em que se mediu a abundância das variáveis referidas, baseada na percentagem de cobertura do solo. Com esses dados realizou-se o teste de Spearman, no Statistic. Os resultados mostraram uma correlação negativa entre as plântulas Mimosa pigra, que são representadas como mimosa até 10 cm de altura, e a maioria das restantes plantas herbáceas não rasteiras e os arbustos lenhosos. Mimosa com altura entre 21 cm e 50 cm mostrou uma correlação negativa com a variável “lixo”. Mimosa com altura compreendida entre 11 cm a 50 cm obteve-se uma correlação positiva para plantas herbáceas floridas. As plântulas de Mimosa pigra não são tão competitivas quando há uma área densa de herbáceas, que são especialmente eficientes a suprimir o crescimento de mimosa e a controlaras plântulas, conseguido mesmo suprimir a sua germinação. Essa competição ou eficácia pode ser devido à sombra que se sabe ter um efeito de retardamento no crescimento e sobrevivência das plântulas de mimosa, o que também explica a correlação negativa com arbustos lenhosos, visto que estes apresentavam geralmente alturas mais altas, por volta dos 50 cm. A variável “lixo” é representada pelos detritos vegetais encontrados, como vegetação seca e morta. As herbáceas mortas são ditas como limitadoras da presença de espécies lenhosas, como amimosa. As coordenadas das parcelas estudadas foram registadas no GPS Garmin e Trex 10. Juntamente com coordenadas de estudo anteriores envolvendo a mimosa, criou-se um mapa das localizações de mimosa em que às parcelas registadas se atribuiu a definição de “Presente” ou “Ausente”. Para uma parcela ser definida como “Presente” bastou existir um único individuo na parcela, e nas parcelas definidas como “Ausente” não se encontrou nenhum individuo de mimosa. Este mapa permite entender em que habitat é que a mimosa se encontra presente e qual é favorável para o seu crescimento e proliferação. Sabe-se, como resultado do mapa criado, que a mimosa só existe numa paisagem “Rift Valley Riverine and Floodplain”. Esta paisagem é de grande importância para o Parque e para a vida selvagem que o habita, visto que de todas as paisagens do Parque esta é a única a que foi atribuído “Bom” e “Muito bom” na análise da sua capacidade de carga. Para entender a influência da água na invasora utilizou-se o mapa da cheia de 2008, a maior desde a co-gestão da Carr Foundation com o Governo Moçambique. Sobrepôs-se essa informação com a informação do mapa onde a mimosa se encontra presente. A diferença entre a altura e a percentagem de cobertura entre a zona inundada é bastante superior à área não inundada. Sabe-se que a mortalidade das plântulas de mimosa está altamente relacionada com a quantidade de água disponível. Neste estudo definiu-se os níveis de infestação de mimosa baseados na percentagem de cobertura da mimosa, definindo de acordo com o nível da infestação a sua prioridade no plano de gestão, sendo que os com menor percentagem de cobertura serão os mais prioritários. Definiu-se então que: ausente (sem mimosa presente), raro (0% a 1% de cobertura), disperso (1% a 10% de cobertura), médio (11% a 50% de cobertura) e denso (51% a 100% de cobertura). Todos os mapas deste estudo foram criados no QGIS na projecção UTM 36SWGS84. Parte da gestão preventiva inclui a prevenção de novas introduções de mimosa e também envolve o estudo e levantamento da identificação de plantas isoladas, tanto no terreno como usando meios aéreos, antes que essas se expandem para infestações maiores. Com os resultados obtidos neste estudo é possível entender quais as áreas onde investir mais tempo e recursos para um plano de gestão eficaz. Deve se estar preparado para manter os esforços de controlo e possível erradicação durante um longo período de tempo, devido às característica de mimosa, caso contrário o projecto de controlo torna-se um desperdício de tempo, dinheiro e recursos, e leva a que mimosa recupere das acções de controlo aplicadas no passado. Acções de reabilitação do habitat, como a revegetação, são métodos que contribuem para a retenção da expansão de mimosa. Na Austrália 4 agentes de controlo biológico mostraram impactos mesuráveis na mimosa. O agente mais eficaz é a Carmenta mimosa, sendo que foi considerada a sua libertação no Parque Nacional de Lochinvar, na Zâmbia e pode ser um agente promissor para o Parque Nacional da Gorongosa.Mimosa pigra, one of the world’s 100 most invasive species, spreads very rapidly and can double its area of infestation in a year. In Gorongosa, Mozambique, this species (mainly the prostrate form) spreads in floodplains and waterways mixed with grassland vegetation.This study examined the relationship between Mimosa pigra and rest of vegetation and soil coverage, the effect of water in the distribution and proliferation of the species. The extent of invasion was mapped to serve as the foundation for effective management. The study plots were located around Lake Urema and along waterways. Mimosa pigra seems to only exist in the Riftvalley Riverine and Floodplain Landscape. The presence of water is important for the growth and proliferation of the species. Data from a major flood in 2008 and the height and percentage of coverage of mimosa showed that the presence of water led to much taller and denser mimosa stands. Abundance of mimosa and the other variables were measured based on the percentage of soilcover. Abundance of Mimosa pigra seedlings show a negative correlation with the abundance of non-creeping perennial grasses in general, and also with the abundance of woody shrubs. Abundance of mimosa plants in the height class 21-50cm was negatively correlated with litter abundance. Abundance of mimosa plants in the 11-50 cm height class was positively correlated with forbs abundance. This information contributes for determining which community or habitat is more susceptible to become invaded by mimosa, allowing the management of habitats so as to retrench the spread of the invasive species. Effective management requires information on the location, extent, abundance and biological characteristics of mimosa to plan control and mitigation programs.Máguas, Cristina, 1962-Richardson, DavidRepositório da Universidade de LisboaVieira, Márcia Bugalho, 1990-2015-06-17T14:18:42Z20152015-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/18308TID:201362996porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:04:32Zoai:repositorio.ul.pt:10451/18308Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:37:54.335604Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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