As taxas locais e a sua adequação ao atual regime
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/39782 |
Resumo: | Com a crise económica de 2008 e a crescente necessidade de controlo do défice público por parte do Estado central, os orçamentos das autarquias locais foram reduzidos e a sua capacidade de endividamento limitada. Não obstante, a transferência de atribuições e competências do Estado para as autarquias locais aumentou, levando a que as necessidades financeiras destas entidades crescessem. Esta crescente necessidade de obtenção de fundos por parte das autarquias locais leva a que as mesmas ponderem novas fontes de obtenção de receita, onde as taxas desempenham um papel fundamental. Neste contexto, em 2006 foi aprovado o Regime Geral das Taxas das Autarquias Locais (RGTAL), que pretende estabelecer parâmetros para a criação de taxas, para que nos diferentes municípios não exista uma discrepância total quanto ao tipo e valor das taxas aplicadas. Devido à sua importância e às reservas legais estabelecidas na Lei, torna-se primordial proceder à distinção da figura das taxas da figura dos impostos. Enquanto que as taxas são prestações efetivas, individuais, e bilaterais, devidas pelos particulares ou por entidades que beneficiaram ou provocaram uma prestação pública; já os impostos são prestações eventuais, genéricas, não sinalagmáticas, devidas por todos ou apenas por uma categoria de pessoas, aferidas com base na capacidade contributiva do sujeito passivo. As taxas podem ser utilizadas como forma de orientar comportamentos sociais e económicos, existindo, em diversas situações, objetivos extrafiscais, que se manifestam através da aplicação de agravamentos ou da atribuição de isenções, como meio de desincentivar ou incentivar determinados comportamentos. Após a aprovação do RGTAL, muitas autarquias locais sentiram dificuldades na adaptação dos seus regulamentos municipais. Destarte, atualmente, em alguns regulamentos municipais ainda pudemos constatar que muitos requisitos não estão a ser totalmente cumpridos, subsistindo diversas falhas na criação de taxas. Verifica-se, assim, que o RGTAL é um diploma pouco rigoroso, que não se adequa às expectativas e necessidades depositadas pelas autarquias locais, carecendo de uma revisão. |
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Devido à sua importância e às reservas legais estabelecidas na Lei, torna-se primordial proceder à distinção da figura das taxas da figura dos impostos. Enquanto que as taxas são prestações efetivas, individuais, e bilaterais, devidas pelos particulares ou por entidades que beneficiaram ou provocaram uma prestação pública; já os impostos são prestações eventuais, genéricas, não sinalagmáticas, devidas por todos ou apenas por uma categoria de pessoas, aferidas com base na capacidade contributiva do sujeito passivo. As taxas podem ser utilizadas como forma de orientar comportamentos sociais e económicos, existindo, em diversas situações, objetivos extrafiscais, que se manifestam através da aplicação de agravamentos ou da atribuição de isenções, como meio de desincentivar ou incentivar determinados comportamentos. Após a aprovação do RGTAL, muitas autarquias locais sentiram dificuldades na adaptação dos seus regulamentos municipais. Destarte, atualmente, em alguns regulamentos municipais ainda pudemos constatar que muitos requisitos não estão a ser totalmente cumpridos, subsistindo diversas falhas na criação de taxas. Verifica-se, assim, que o RGTAL é um diploma pouco rigoroso, que não se adequa às expectativas e necessidades depositadas pelas autarquias locais, carecendo de uma revisão.With the economic crisis of 2008 and the increasing needs of the central State to control public expenditure, the budgets of local authorities where reduced and their financial capacity limited. Notwithstanding, there was an increase in the transfer of powers and competences from the State to the local authorities, leading to increasing financial needs from these entities. This increasing need by local authorities to raise funds has lead them to consider new sources of income, where fees play a fundamental part. This is the background on which Law no. 53-E/2006, of December 29th (RGTAL), was enacted, establishing a General Scheme for the Levying of Fees by local authorities, and setting up guidelines and criterions for the levying of fees, in order to insure there isn’t a total disparity on each municipality concerning the type and value of established fees. Because of their importance and legal restrictions, it is necessary to distinguish between fees and taxes. Whereas fees are individual and bilateral payments owed by private individuals or other entities that benefited from an actual provision of public services, taxes are non-bilateral payments, with no direct link with the provision of a specific public service, which are owed by everyone or certain groups of persons, levied in accordance with the taxpayer ability to pay. Fees may also be employed as a means to adjust social and economic behaviors, being associated, in many instances, with extra-fiscal objectives, which manifest themselves through the implementation of higher fees or exemptions, as a way to incentivize or discourage certain behaviors. After the approval of Law no. 53-E/2006, of December 29th, many local authorities felt difficulties in adapting municipal regulations. Thus, nowadays, in some municipal regulations we can still verify that numerous legal requirements are not being followed, with many flaws in the levying of fees process still remaining. Law 53-E/2006, of December 29th, is therefore lacking rigor and does not meet the needs and expectations of local authorities, thus requiring a revision.Courinha, Gustavo LopesRepositório da Universidade de LisboaPrudêncio, Elisabete Cristina Campos2019-10-09T16:09:16Z2018-07-022018-07-02T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39782porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:38:42Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39782Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:53:35.253209Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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