Cardiopatias Congenitas na Síndrome de Down: O Que Mudou?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Nogueira, Graça
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Trigo, Conceição, Paixão, Anabela, Agapito, Ana, Sousa, Lídia de, Kaku, Sashicanta
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.1999.5486
Resumo: Actualmente, as crianças com síndrome de Down podem beneficiar de um apoio multidisciplinar avançado, que influencia favoravelmente a sua qualidade de vida. Os progressos verificados no diagnóstico e tratamento das cardiopatias congénitas contribuiram de modo importante para esta melhoria. Para avaliar os resultados desta evolução, analisaram-se retrospectivamente os processos clínicos de 252 crianças com síndrome de Down observadas entre 1970 e 1996. Dividiram-se em três grupos, de acordo com a data da primeira consulta: Grupo I: 1970-1979 (n=11); Grupo II: 1980-1989 (n=148) e Grupo III: 1990-1996 (n=93). A cardiopatia congénita mais frequente foi a comunicação interventricular no Grupo I (36%) e o defeito do septo auriculo-ventricular nos Grupos II (57%) e III (46%). Das 123 crianças submetidas a cirurgia cardíaca, a mediana das idades na data da primeira cirurgia foi de 13 anos no Grupo I, 12,6 meses no Grupo II e 7,3 meses no Grupo III (a diferença das idades entre os Grupos I e II, e, II e III foi significativa: p<0,05). Foram submetidos a cirurgia: no Grupo I três crianças (27%), no Grupo II 62 (42%) e no Grupo III 58 (62%). Registou-se um aumento importante (de 55 para 93%) de intervenções correctivas do Grupo II para o Grupo III. O tempo médio de seguimento foi de 16 ± 6,7 anos para o Grupo I, 6,3 ± 5,4 anos para o Grupo II e 2,7 ± 2,3 anos para o Grupo III. A evolução para hipertensão pulmonar fixa verificou-se em 83% das crianças do Grupo I, 12,7% do Grupo II e 7,5% do Grupo III. Abandonaram a consulta 45% das crianças do Grupo I, 41% do Grupo II e 15% do Grupo III. Conclusões: A cirurgia precoce melhorou a mortalidade global e a morbilidade, com redução significativa da evolução para hipertensão pulmonar fixa. A redução do número de abandonos da consulta no período mais recente pode evidenciar o crescente empenhamento e confiança despertados nos pais destas crianças.
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