Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2013 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10071/9852 |
Resumo: | As questões ligadas à governança da diversidade cultural integram os paradigmas urbanos que buscam acomodar formas de complexidade, cultural e social, decorrentes de um mundo globalizado. A globalização substituiu os Estados-nação por cidades enquanto principais nódulos nos sistemas de fluxos culturais e de capital. Estas novas urbanscapes apresentam condições particulares de interação correspondentes ao que Wise chamou de " transversalidade quotidiana". Neste artigo argumentamos que os espaços onde as zonas de contacto assumem formas quotidianas não possuem uma natureza tão espontânea como Wise defende. Ao debruçarmo-nos sobre a produção de dois festivais ditos interculturais, sugerimos que esse espaço não é apenas construído na interação, mas é intercetado por forças sistémicas exteriores às suas práticas ritualizadas e negociações que lhe são supostamente inerentes. Tais forças compreendem as políticas culturais locais, o planeamento urbano, as estratégias dos atores políticos e o mercado interligados naquilo que designamos por espaço da interculturalidade. O espaço de interculturalidade deve ser entendido como um espaço de práticas, um nexo de práticas interdependentes que compreende não somente as ações, mas também os discursos (como práticas de linguagem), as relações institucionais (condicionam ou possibilitam discursos e práticas) articulados em repertórios culturais mobilizados que os atores usam para interpretar o mundo social. Sugerimos três princípios de organização diferenciados que podem estruturar estes repertórios. Metodologicamente, a pesquisa compreendeu uma mistura entre uma etnografia multi- situada e pesquisa sociológica qualitativa tradicional e baseia-se na comparação entre um bairro lisboeta e outro granadino |
id |
RCAP_507698e7a8bb850465eaf817beca5332 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/9852 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparadosInterculturalidadePolítica culturalEspaço urbanoInterculturalityCultural policiesUrban spaceAs questões ligadas à governança da diversidade cultural integram os paradigmas urbanos que buscam acomodar formas de complexidade, cultural e social, decorrentes de um mundo globalizado. A globalização substituiu os Estados-nação por cidades enquanto principais nódulos nos sistemas de fluxos culturais e de capital. Estas novas urbanscapes apresentam condições particulares de interação correspondentes ao que Wise chamou de " transversalidade quotidiana". Neste artigo argumentamos que os espaços onde as zonas de contacto assumem formas quotidianas não possuem uma natureza tão espontânea como Wise defende. Ao debruçarmo-nos sobre a produção de dois festivais ditos interculturais, sugerimos que esse espaço não é apenas construído na interação, mas é intercetado por forças sistémicas exteriores às suas práticas ritualizadas e negociações que lhe são supostamente inerentes. Tais forças compreendem as políticas culturais locais, o planeamento urbano, as estratégias dos atores políticos e o mercado interligados naquilo que designamos por espaço da interculturalidade. O espaço de interculturalidade deve ser entendido como um espaço de práticas, um nexo de práticas interdependentes que compreende não somente as ações, mas também os discursos (como práticas de linguagem), as relações institucionais (condicionam ou possibilitam discursos e práticas) articulados em repertórios culturais mobilizados que os atores usam para interpretar o mundo social. Sugerimos três princípios de organização diferenciados que podem estruturar estes repertórios. Metodologicamente, a pesquisa compreendeu uma mistura entre uma etnografia multi- situada e pesquisa sociológica qualitativa tradicional e baseia-se na comparação entre um bairro lisboeta e outro granadinoIssues of cultural diversity governance have been on the agenda with regard to urban paradigms that seek to accommodate diversity driven by a globalized world. Globalization replaced nation states by cities as the main nodes in the systems of cultural and capital flows. This new urbanscapes feature particular conditions of interaction corresponding to what Wise (2006) termed "quotidian transversality". We contend that the space where the contact zones unfold in everyday practices is not, however, as free floating and spontaneous as Wise suggests. By looking into the production of two "diversity festivals" we argue that this space is not just constructed in interaction but it is intersected by systemic forces outside its supposedly inherent practical rituals and negotiations. Such forces range from urban planning, cultural policies, strategies of political actors as well as the market which are all intertwined in what we call the space 2 of interculturality. The space of interculturality should be understood as a space of practices, that is a nexus of interdependent practices that comprises not only actions as well as discourses (as language practices), institutions (constraining and facilitating both discourses and practices) articulated into cultural repertoires mobilized by actors to interpret the social world. We suggest that three different organizing principles structure such repertories. Methodologically, the research comprehended a mix between a multi-situated ethnography and traditional qualitative sociological research. Comparison was carried out between a neighborhoods in downtown Lisbon and Granada.CIES-IUL2015-09-25T10:45:05Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/9852por1647-0893Oliveira, Nunoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:49:52Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/9852Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:24:32.366382Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
title |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
spellingShingle |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados Oliveira, Nuno Interculturalidade Política cultural Espaço urbano Interculturality Cultural policies Urban space |
title_short |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
title_full |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
title_fullStr |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
title_full_unstemmed |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
title_sort |
Lógicas de produção da interculturalidade: repertórios da diversidade cultural em espaços urbanos comparados |
author |
Oliveira, Nuno |
author_facet |
Oliveira, Nuno |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Oliveira, Nuno |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Interculturalidade Política cultural Espaço urbano Interculturality Cultural policies Urban space |
topic |
Interculturalidade Política cultural Espaço urbano Interculturality Cultural policies Urban space |
description |
As questões ligadas à governança da diversidade cultural integram os paradigmas urbanos que buscam acomodar formas de complexidade, cultural e social, decorrentes de um mundo globalizado. A globalização substituiu os Estados-nação por cidades enquanto principais nódulos nos sistemas de fluxos culturais e de capital. Estas novas urbanscapes apresentam condições particulares de interação correspondentes ao que Wise chamou de " transversalidade quotidiana". Neste artigo argumentamos que os espaços onde as zonas de contacto assumem formas quotidianas não possuem uma natureza tão espontânea como Wise defende. Ao debruçarmo-nos sobre a produção de dois festivais ditos interculturais, sugerimos que esse espaço não é apenas construído na interação, mas é intercetado por forças sistémicas exteriores às suas práticas ritualizadas e negociações que lhe são supostamente inerentes. Tais forças compreendem as políticas culturais locais, o planeamento urbano, as estratégias dos atores políticos e o mercado interligados naquilo que designamos por espaço da interculturalidade. O espaço de interculturalidade deve ser entendido como um espaço de práticas, um nexo de práticas interdependentes que compreende não somente as ações, mas também os discursos (como práticas de linguagem), as relações institucionais (condicionam ou possibilitam discursos e práticas) articulados em repertórios culturais mobilizados que os atores usam para interpretar o mundo social. Sugerimos três princípios de organização diferenciados que podem estruturar estes repertórios. Metodologicamente, a pesquisa compreendeu uma mistura entre uma etnografia multi- situada e pesquisa sociológica qualitativa tradicional e baseia-se na comparação entre um bairro lisboeta e outro granadino |
publishDate |
2013 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2013-01-01T00:00:00Z 2013 2015-09-25T10:45:05Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10071/9852 |
url |
http://hdl.handle.net/10071/9852 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
1647-0893 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
CIES-IUL |
publisher.none.fl_str_mv |
CIES-IUL |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134807804870656 |