Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Outros Autores: | , , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5116 |
Resumo: | A Shigelose é uma causa importante de morbilidade e mortalidade na idade pediátrica. Objectivos: Caracterizar a clínica, epidemiologia e alterações laboratoriais da Shigelose numa população infantil da área Amadora-Sintra e identificar factores associados ao aparecimento de complicações. População e Métodos: Estudo retrospectivo de 1/7/1997 a 30/6/2001. Analisaram-se idade, sexo, raça, condições socio-económicas, contexto epidemiológico, quadro clínico e complicações, exames laboratoriais, terapêutica e medidas preventivas. Resultados: De um total de 40 crianças, 67% eram do sexo feminino, 64% de raça negra, 70% tinham entre 1-4 anos de idade e 67% más condições socioeconómicas. Em 12 casos (30%) havia história de viagem/contacto com viajantes a países africanos. A clínica caracterizou-se por diarreia (100%) com muco e/ou sangue (60%), alteração do estado geral (85%), desidratação (85%) e febre (83%). Verificaram-se complicações em 11 (28%) crianças: insuficiência renal (7), anemia grave (6), anemia e insuficiência renal por síndrome hemolítico-urémico (5), hipertensão arterial(3), enteropatia grave (6), alterações neurológicas (4), sépsis (2) e morte (1). Identificou--se a espécie em 21 casos (52%): 7 (17 %) dysenteriae, 7 (17%) flexneri, 6 (15%) sonnei e 1 (3%) boydi. As resistências antibióticas foram significativas para o trimetoprim-sulfametoxazol (65%), ampicilina (63%) e amoxicilina-ácido clavulânico (46%). A maioria das crianças (72%) efectuou apenas terapêutica sintomática. A antibioticoterapia foi realizada em 11 (28%) dos doentes e 6 (15%) necessitaram de cuidados intensivos. O contexto epidemiológico foi o único factor com significado estatístico associado às complicações. Comentário: A elevada percentagem de complicações, o padrão epidemiológico de países em desenvolvimento e a modificação das resistências antibióticas, tornam necessário um maior investimento nas medidas preventivas. |
id |
RCAP_511166278622f80ce783735fe6729c9e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5116 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Gastroenterite a Shigella na Idade PediátricaOriginal articlesA Shigelose é uma causa importante de morbilidade e mortalidade na idade pediátrica. Objectivos: Caracterizar a clínica, epidemiologia e alterações laboratoriais da Shigelose numa população infantil da área Amadora-Sintra e identificar factores associados ao aparecimento de complicações. População e Métodos: Estudo retrospectivo de 1/7/1997 a 30/6/2001. Analisaram-se idade, sexo, raça, condições socio-económicas, contexto epidemiológico, quadro clínico e complicações, exames laboratoriais, terapêutica e medidas preventivas. Resultados: De um total de 40 crianças, 67% eram do sexo feminino, 64% de raça negra, 70% tinham entre 1-4 anos de idade e 67% más condições socioeconómicas. Em 12 casos (30%) havia história de viagem/contacto com viajantes a países africanos. A clínica caracterizou-se por diarreia (100%) com muco e/ou sangue (60%), alteração do estado geral (85%), desidratação (85%) e febre (83%). Verificaram-se complicações em 11 (28%) crianças: insuficiência renal (7), anemia grave (6), anemia e insuficiência renal por síndrome hemolítico-urémico (5), hipertensão arterial(3), enteropatia grave (6), alterações neurológicas (4), sépsis (2) e morte (1). Identificou--se a espécie em 21 casos (52%): 7 (17 %) dysenteriae, 7 (17%) flexneri, 6 (15%) sonnei e 1 (3%) boydi. As resistências antibióticas foram significativas para o trimetoprim-sulfametoxazol (65%), ampicilina (63%) e amoxicilina-ácido clavulânico (46%). A maioria das crianças (72%) efectuou apenas terapêutica sintomática. A antibioticoterapia foi realizada em 11 (28%) dos doentes e 6 (15%) necessitaram de cuidados intensivos. O contexto epidemiológico foi o único factor com significado estatístico associado às complicações. Comentário: A elevada percentagem de complicações, o padrão epidemiológico de países em desenvolvimento e a modificação das resistências antibióticas, tornam necessário um maior investimento nas medidas preventivas.Sociedade Portuguesa de Pediatria2014-09-16info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25754/pjp.2003.5116por2184-44532184-3333Ferreira, Ana CristinaBrito, Maria JoãoSardinha, TeresaMachado, JorgeFerreira, Gonçalo CordeiroMachado, Maria Céuinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-08-03T02:55:29Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/5116Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:24:40.443529Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
title |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
spellingShingle |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica Ferreira, Ana Cristina Original articles |
title_short |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
title_full |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
title_fullStr |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
title_full_unstemmed |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
title_sort |
Gastroenterite a Shigella na Idade Pediátrica |
author |
Ferreira, Ana Cristina |
author_facet |
Ferreira, Ana Cristina Brito, Maria João Sardinha, Teresa Machado, Jorge Ferreira, Gonçalo Cordeiro Machado, Maria Céu |
author_role |
author |
author2 |
Brito, Maria João Sardinha, Teresa Machado, Jorge Ferreira, Gonçalo Cordeiro Machado, Maria Céu |
author2_role |
author author author author author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Ferreira, Ana Cristina Brito, Maria João Sardinha, Teresa Machado, Jorge Ferreira, Gonçalo Cordeiro Machado, Maria Céu |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Original articles |
topic |
Original articles |
description |
A Shigelose é uma causa importante de morbilidade e mortalidade na idade pediátrica. Objectivos: Caracterizar a clínica, epidemiologia e alterações laboratoriais da Shigelose numa população infantil da área Amadora-Sintra e identificar factores associados ao aparecimento de complicações. População e Métodos: Estudo retrospectivo de 1/7/1997 a 30/6/2001. Analisaram-se idade, sexo, raça, condições socio-económicas, contexto epidemiológico, quadro clínico e complicações, exames laboratoriais, terapêutica e medidas preventivas. Resultados: De um total de 40 crianças, 67% eram do sexo feminino, 64% de raça negra, 70% tinham entre 1-4 anos de idade e 67% más condições socioeconómicas. Em 12 casos (30%) havia história de viagem/contacto com viajantes a países africanos. A clínica caracterizou-se por diarreia (100%) com muco e/ou sangue (60%), alteração do estado geral (85%), desidratação (85%) e febre (83%). Verificaram-se complicações em 11 (28%) crianças: insuficiência renal (7), anemia grave (6), anemia e insuficiência renal por síndrome hemolítico-urémico (5), hipertensão arterial(3), enteropatia grave (6), alterações neurológicas (4), sépsis (2) e morte (1). Identificou--se a espécie em 21 casos (52%): 7 (17 %) dysenteriae, 7 (17%) flexneri, 6 (15%) sonnei e 1 (3%) boydi. As resistências antibióticas foram significativas para o trimetoprim-sulfametoxazol (65%), ampicilina (63%) e amoxicilina-ácido clavulânico (46%). A maioria das crianças (72%) efectuou apenas terapêutica sintomática. A antibioticoterapia foi realizada em 11 (28%) dos doentes e 6 (15%) necessitaram de cuidados intensivos. O contexto epidemiológico foi o único factor com significado estatístico associado às complicações. Comentário: A elevada percentagem de complicações, o padrão epidemiológico de países em desenvolvimento e a modificação das resistências antibióticas, tornam necessário um maior investimento nas medidas preventivas. |
publishDate |
2014 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2014-09-16 |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5116 |
url |
https://doi.org/10.25754/pjp.2003.5116 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
2184-4453 2184-3333 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Pediatria |
publisher.none.fl_str_mv |
Sociedade Portuguesa de Pediatria |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799133517974601728 |