Apresentação. Geografia do Ressentimento
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/48112 |
Resumo: | Os estudos que podemos integrar na expressão Geografia do Ressentimento tiveram início na segunda metade dos anos 2010 e decorreram, no essencial, de uma constatação empírica: a geografia do voto nos movimentos populistas, nacionalistas e antissistema em diversos países europeus apresentava um padrão significativamente convergente, que opunha, de forma bastante sistemática, os resultados eleitorais observados em pequenas cidades e áreas industriais e rurais em declínio em relação aos observados nas grandes cidades. Essa geografia foi então interpretada por vários autores como o reflexo da oposição crescente entre perdedores e ganhadores dos processos de globalização, financeirização da economia, cosmopolitismo e metropolização. Hoje sabemos que a geografia da adesão a movimentos populistas, nacionalistas, xenófobos e antissistema é mais complexa nas suas causas e nas suas configurações territoriais. Mas os estudos sobre a geografia do ressentimento tiveram a grande vantagem de abrir as portas a um diálogo, tão imprescindível quanto potencialmente profícuo, entre as análises políticas e sociológicas a-espaciais sobre movimentos populistas, crise das democracias liberais e ascensão de novos fascismos, e os estudos sobre a construção histórica de diferentes formações socioterritoriais. |
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Apresentação. Geografia do RessentimentoOs estudos que podemos integrar na expressão Geografia do Ressentimento tiveram início na segunda metade dos anos 2010 e decorreram, no essencial, de uma constatação empírica: a geografia do voto nos movimentos populistas, nacionalistas e antissistema em diversos países europeus apresentava um padrão significativamente convergente, que opunha, de forma bastante sistemática, os resultados eleitorais observados em pequenas cidades e áreas industriais e rurais em declínio em relação aos observados nas grandes cidades. Essa geografia foi então interpretada por vários autores como o reflexo da oposição crescente entre perdedores e ganhadores dos processos de globalização, financeirização da economia, cosmopolitismo e metropolização. Hoje sabemos que a geografia da adesão a movimentos populistas, nacionalistas, xenófobos e antissistema é mais complexa nas suas causas e nas suas configurações territoriais. Mas os estudos sobre a geografia do ressentimento tiveram a grande vantagem de abrir as portas a um diálogo, tão imprescindível quanto potencialmente profícuo, entre as análises políticas e sociológicas a-espaciais sobre movimentos populistas, crise das democracias liberais e ascensão de novos fascismos, e os estudos sobre a construção histórica de diferentes formações socioterritoriais.Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais - Observatório das MetrópolesRepositório da Universidade de LisboaFerrão, João2021-05-24T14:39:58Z20212021-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/48112porFerrão, J. (Ed.) (2021). Apresentação. Geografia do Ressentimento. Cadernos Metrópoles, v. 23, n. 52, 435-4441517-242210.1590/2236-9996.2021-5100info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:51:21Zoai:repositorio.ul.pt:10451/48112Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:00:02.360042Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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