Coveiros e saúde laboral: pouco mais que uma reflexão...

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Santos, M.
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Almeida, A.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/24317
Resumo: Introdução/ enquadramento/ objetivos: Os Coveiros estão sujeitos a diversos riscos/ fatores de risco; no entanto, a bibliografia associada é muito escassa. Metodologia: Trata-se de uma Revisão Bibliográfica Integrativa, iniciada através de uma pesquisa realizada em abril de 2017, nas bases de dados “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Academic Search Complete e RCAAP”. Conteúdo: Coveiro é o indivíduo que abre as covas nos cemitérios e enterra os mortos. Nas funções atribuídas são ainda incluídas a retirada de corpos, inumações, transladações, exumações, serviços gerais de construção civil, limpeza, jardinagem, recolha e tratamento do lixo, prestação de informações/ portaria e manutenção geral. A irregularidade das tarefas associadas aos enterros permite intercalar com as restantes tarefas gerais. O trabalho é pesado mas repartido, o que o torna menos árduo. Para além disso, na generalidade do tempo não há pressão, sendo frequentes as pausas durante o horário de trabalho. Conclusões: Os principais fatores de risco nestes profissionais são manuseamento manual de cargas, posturas forçadas/ mantidas; queda de objetos; desconforto térmico; radiação ultravioleta; agentes biológicos; agentes químicos da limpeza; máquinas/instrumentos, ruido, vibrações e poeiras; turnos prolongados e/ou em horário pós-laboral; queda a níveis diferentes e soterramento. Quanto a medidas de proteção coletivas salientam-se o auxílio mecânico nas tarefas mais pesadas a nível de manuseamento de cargas e posturas forçadas/ mantidas, divisão da mesma carga por vários funcionários, rotatividade nas tarefas mais pesadas, intercalar tarefas com diferente patamar de dificuldade a nível de cargas; organização do serviço de forma a executar tarefas ao ar livre nas alturas do ano e do dia mais amenas, rotatividade nas tarefas e intercalar tarefas com diferentes desconfortos térmicos; organizar recursos que permitem uma correta higiene de mãos e corpo; usar agentes químicos e menos tóxicos possíveis, intercalar agentes com toxicidades diferentes, rotatividade de tarefas com agentes químicos mais prejudiciais e ter o menor número de funcionários expostos; usar máquinas modernas e em bom estado de conservação; diminuir a produção do ruido, potenciar o isolamento acústico, rotatividade para as tarefas mais ruidosas, intercalar tarefas com intensidade sonora diferente e ter o menor número de funcionários expostos; organizar os turnos de forma a evitar turnos prolongados e rotatividade das horas extra; formação para os riscos/ fatores de risco ocupacionais/ EPIs (equipamentos de proteção individual) e cumprimento rigoroso dos condicionamentos oficializados nas fichas de aptidão. A nível de EPIs poder-se-ão considerar luvas, calçado com biqueira de aço, farda, máscara, viseira e proteção auricular. Quanto a doenças profissionais fica subentendido a possibilidade de surgirem patologias herniárias, lesões músculo-esqueléticas, patologias oncológicas, eczemas alérgico ou de contato, asma e outras doenças respiratórias ou até mesmo hipoacusia/ surdez. Por fim, a nível de acidentes profissionais supõe-se que sejam mais prováveis as escoriações, contusões, fraturas e amputações.
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Nas funções atribuídas são ainda incluídas a retirada de corpos, inumações, transladações, exumações, serviços gerais de construção civil, limpeza, jardinagem, recolha e tratamento do lixo, prestação de informações/ portaria e manutenção geral. A irregularidade das tarefas associadas aos enterros permite intercalar com as restantes tarefas gerais. O trabalho é pesado mas repartido, o que o torna menos árduo. Para além disso, na generalidade do tempo não há pressão, sendo frequentes as pausas durante o horário de trabalho. Conclusões: Os principais fatores de risco nestes profissionais são manuseamento manual de cargas, posturas forçadas/ mantidas; queda de objetos; desconforto térmico; radiação ultravioleta; agentes biológicos; agentes químicos da limpeza; máquinas/instrumentos, ruido, vibrações e poeiras; turnos prolongados e/ou em horário pós-laboral; queda a níveis diferentes e soterramento. Quanto a medidas de proteção coletivas salientam-se o auxílio mecânico nas tarefas mais pesadas a nível de manuseamento de cargas e posturas forçadas/ mantidas, divisão da mesma carga por vários funcionários, rotatividade nas tarefas mais pesadas, intercalar tarefas com diferente patamar de dificuldade a nível de cargas; organização do serviço de forma a executar tarefas ao ar livre nas alturas do ano e do dia mais amenas, rotatividade nas tarefas e intercalar tarefas com diferentes desconfortos térmicos; organizar recursos que permitem uma correta higiene de mãos e corpo; usar agentes químicos e menos tóxicos possíveis, intercalar agentes com toxicidades diferentes, rotatividade de tarefas com agentes químicos mais prejudiciais e ter o menor número de funcionários expostos; usar máquinas modernas e em bom estado de conservação; diminuir a produção do ruido, potenciar o isolamento acústico, rotatividade para as tarefas mais ruidosas, intercalar tarefas com intensidade sonora diferente e ter o menor número de funcionários expostos; organizar os turnos de forma a evitar turnos prolongados e rotatividade das horas extra; formação para os riscos/ fatores de risco ocupacionais/ EPIs (equipamentos de proteção individual) e cumprimento rigoroso dos condicionamentos oficializados nas fichas de aptidão. A nível de EPIs poder-se-ão considerar luvas, calçado com biqueira de aço, farda, máscara, viseira e proteção auricular. Quanto a doenças profissionais fica subentendido a possibilidade de surgirem patologias herniárias, lesões músculo-esqueléticas, patologias oncológicas, eczemas alérgico ou de contato, asma e outras doenças respiratórias ou até mesmo hipoacusia/ surdez. Por fim, a nível de acidentes profissionais supõe-se que sejam mais prováveis as escoriações, contusões, fraturas e amputações.Introduction / framework / objectives: Gravediggers are subject to several risks / risk factors; however, the associated bibliography is very scarce. Methodology: This is an Integrative Bibliographic Review, initiated through a survey conducted in April 2017, in the databases “CINALH plus with full text, Medline with full text, Database of Abstracts of Reviews of Effects, Cochrane Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Cochrane Methodology Register, Nursing and Allied Health Collection: comprehensive, MedicLatina, Academic Search Complete and RCAAP. Content: Digger is the individual who opens the graves in the cemeteries and buries the dead. In the attributed functions are also included the removal of bodies, burials, transfers, exhumations, general civil construction services, cleaning, gardening, garbage collection and treatment, provision of information/ concierge and general maintenance. The irregularity of the tasks associated with funerals allows to interweave with the other general tasks. The work is heavy but divided, which makes it less arduous. In addition, in most of the time there is no pressure, with frequent breaks during working hours. Conclusions: The main risk factors in these professionals are manual handling of loads, forced/ maintained postures; Falling objects; Thermal discomfort; Ultraviolet radiation; biological agents; chemical cleaning agents; machines/ instruments, noise, vibrations and dust; long shifts and/ or post-work hours; Falling to different levels and burial. Collective protection measures include mechanical assistance in the heaviest tasks in the handling of loads and forced/ maintained postures, division of the same load by several employees, rotation in the heavier tasks, intercalary tasks with different levels of difficulty level of loads; organization of the service in order to perform outdoor tasks at the heights of the year and day, churning tasks and intercalating tasks with different thermal discomforts; organize resources that allow correct hand and body hygiene; use the least toxic and chemical agents possible, intercalate agents with different toxicities, task turnover with more harmful chemical agents, and have the lowest number of employees exposed; Use modern machines in good condition; reduce the production of noise, promote acoustic insulation, rotate for the noisiest tasks, to intercalate tasks with different sound intensity and to have the fewest number of employees exposed; organize shifts to avoid prolonged shifts and overtime turnover; training for occupational hazards/ risk factors/ personal protective equipment (PPE) and strict compliance with the conditions officially established on the skill sheets. At the EPI level, gloves, footwear with a steel toe, a uniform, a mask, a visor and an ear protection can be considered. As for occupational diseases, the possibility of hernia pathologies, musculoskeletal injuries, oncological pathologies, allergic or contact eczema, asthma and other respiratory illnesses or even hearing loss/ deafness is implied. Finally, in the case of occupational accidents, it is assumed that bruises, fractures and amputations are more likely.Ajeogene Serviços Médicos LdaVeritati - Repositório Institucional da Universidade Católica PortuguesaSantos, M.Almeida, A.2018-05-15T18:31:34Z20172018-03-06T10:34:02Z2017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.14/24317porSANTOS, Mónica, ALMEIDA, Armando - Coveiros e saúde laboral: pouco mais que uma reflexão, Revista Portuguesa de Saúde Ocupacional, ISSN 2183-8453, 3, s20-s29, 20172183-845310.31252/RPSO.26.04.2017info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-12T17:30:13Zoai:repositorio.ucp.pt:10400.14/24317Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:19:52.258937Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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