Implementação de metodologias para a determinação do teor de fibra bruta e de proteína digestível em alimentos para animais

• Autor(a) principal: Santos, Mariana Sofia Crespo
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/31996
• topic: Fibra bruta; Proteína digestível; Alimentos compostos para animais; ISO 6865:2009; ISO 6655:1997; Pepsina

A alimentação animal desempenha um papel importante na saúde e bem-estar dos animais. Neste sentido, as matérias-primas utilizadas na produção dos alimentos para animais têm como função atender às suas necessidades fornecendo energia, nutrientes, minerais ou fibras alimentares necessárias e adequadas a cada animal e a cada fase de crescimento. Por isso a determinação da composição nutricional do alimento ou matéria-prima é importante para a garantia da qualidade nutricional destes alimentos assim como o cumprimento de limites legislativos de alguns parâmetros como a fibra bruta (FB). Para algumas matérias-primas, como farinhas de subprodutos de origem animal, a determinação da proteína bruta (PB) poderá não ser indicativo da qualidade nutricional, determinando-se também o teor de proteína digestível (PD) e consequentemente a digestibilidade. O objetivo deste trabalho desenvolvido em ambiente empresarial no Laboratório Tomaz é a implementação de metodologias de determinação da FB e da PD em alimentos para animais. As metodologias analíticas foram otimizadas em diferentes etapas comparando os resultados obtidos com os valores de referência para a FB e PD, adquiridos por um laboratório externo. Na implementação da determinação do teor de PD, foi otimizado o procedimento de titulação do teor de amónia, tendo sido obtidos valores de PD que se encontram no intervalo 82,32 a 88,47 % estando mais próximo do valor de referência 91,4 %, no entanto a quantidade de pepsina ainda terá de ser otimizada. Na implementação da determinação do teor de FB foi introduzido um passo de pré-hidrólise para que as fibras presentes na amostra tenham tempo de reter água e de aumentar de volume antes de se proceder à hidrólise ácida. O desengorduramento das amostras também foi um passo que necessitou de ser otimizado, pelo facto da presença de gordura residual nas amostras sobrestimar o valor de FB. Foram testados diferentes tipos de desengorduramento e aplicados em função do teor de gordura na amostra. O tempo de digestão ácida e alcalina foi também um parâmetro otimizado. Uma vez que a hidrolise não ocorria de forma completa, o tempo foi aumentado para 45 min para ambos os tratamentos, ácido e alcalino. A FB foi analisada em várias amostras de alimentos compostos para animais, tais como alimentos de coelhos (1,6 a 1,8 %), com um erro médio de 1,5 % estando inferior a 5 %. Na validação deste método, procedeu-se à análise da exatidão através do erro médio relativo que se encontra entre 0,12 e 4,69 % e a análise da precisão pelo coeficiente de variação de repetibilidade compreendido entre 1,73 e 4,60 % e pelo coeficiente de variação de precisão intermédia entre 0,32 e 5,81 % estando estes valores todos abaixo dos valores estabelecidos pela IUPAC e Laboratório Tomaz.