Fora de campo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Ivo
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/1258
Resumo: Para o projecto final de Mestrado foi-nos proposta a realização de uma curta-metragem que reflectisse sobre um tema em específico. Aos finalistas deste ano a escolha recaiu sobre o “Fora-de-campo”. Este tema passou então a ter uma importância especial em todas as fases da criação e execução do projecto, desde a criação do enredo até à finalização do filme, passando obviamente pela realização. No meu caso em específico comecei por me propor à realização independente de uma curta-metragem, tal como os meus colegas. No entanto esta situação alterou-se durante a fase da pré-produção. Durante uma conversa com o meu orientador de Mestrado, o Prof. Luís Nogueira, e após este tomar conhecimento que eu iria fazer os efeitos visuais e pós-produção do projecto de outro colega, decidimos que visto esta ser uma área pela qual eu me interesso bastante, talvez se justificasse que o meu projecto final se concentrasse nesta questão, ao invés de fazer um outro projecto independentemente. A verdade é que para se atingir o produto final que é um filme, são necessárias várias “partes” independentes umas das outras. No filme que José Ratinho, o meu colega, idealizou, a pós-produção tem um peso igual a todas as outras partes. Lemuria, o nome do filme e da nave espacial onde este se passa, é um filme de ficção científica. O cenário principal é uma nave espacial onde os seus tripulantes interagem. A acção estende-se por 5 cenários diferentes. Numa abordagem tradicional estes cenários teriam em grande parte de ser construídos. Num filme académico com o orçamento reduzido que possuíamos foi necessário optar por outro solução. Os cenários da nave seriam construídos digitalmente, e toda a acção seria filmada com os actores em frente a um fundo verde. Isto leva-nos de volta ao tema do projecto, o Fora-de-campo, e a importância que este tem neste filme em particular. O Fora-de-campo, na sua definição mais generalista, resume-se a toda a acção ou elemento desta, que não está visível em determinado enquadramento. A sua utilização no cinema tem várias funcionalidades. Pode ser utilizado como forma de ocultar um acto violento, aumentar a tensão ou despertar a curiosidade no espectador. Pode simplesmente ser um olhar lançado por um personagem através de uma janela. Pode ser uma voz do outro lado do telefone. Pode ser um tiro ou uma sirene que se ouve ao fundo numa qualquer cidade metropolitana, ou um acontecimento recordado durante uma conversa entre dois personagens. Mas o fora de campo pode ser muito mais. Pode ser a situação social em que se vivia quando determinado filme foi rodado, pode ser a relação entre actores por trás das câmaras que acaba por se reflectir num filme, e, mais recentemente, e devido à crescente importância que os efeitos visuais têm no cinema actual, o “Fora-de-campo” acaba por se inverter – o que vemos no enquadramento muitas vezes não estava lá. Actores representam sozinhos em frente a um pano verde, caminham por planícies desertas onde mais tarde nascem cidades de proporções épicas. No caso específico de “Lemuria”, e no âmbito da minha participação, este “Fora-deCampo” é realizado por mim. Eu produzi o que vemos no ecrã na grande maioria dos planos. O que o espectador não vê, devido ao meu trabalho, são os fundos verdes e os gestos vazios no ar, actores que fingem correr sem sair do lugar. Os espectadores verão seis tripulantes de uma nave espacial com painéis de controlo flutuantes. Verão estes seis tripulantes a percorrer um corredor. Verão o interior de um POD de fuga com uma janela por onde se vê uma nuvem de gás e um planeta. Assumirão então que este filme se passa no espaço. Todo este Fora-de-Campo, todas estas noções exteriores ao filme são adicionadas na pós-produção do filme, área pela qual nutro grande interesse. Apesar de ao longo dos seis anos de academia que já percorri, distribuídos por uma Licenciatura em Cinema e um Mestrado em Realização que agora termino, nunca ter tido nenhuma cadeira que me instruísse neste campo, o meu interesse sempre esteve voltado para ele. As centenas de horas de auto-instrução e pesquisa dotaram-me com as ferramentas necessárias para me conseguir libertar das restrições impostas pela falta de fundos e condições que sempre nos impediram, a nós, alunos de Cinema, almejar trabalhos e géneros que de outra forma seriam virtualmente impossíveis de explorar. Ao longo deste relatório vou tentar enumerar e justificar os métodos aplicados na pósprodução do filme, e também a planificação que antecedeu as rodagens, passando pelas escolhas criativas que foram tomadas em conjunto com o realizador.
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Durante uma conversa com o meu orientador de Mestrado, o Prof. Luís Nogueira, e após este tomar conhecimento que eu iria fazer os efeitos visuais e pós-produção do projecto de outro colega, decidimos que visto esta ser uma área pela qual eu me interesso bastante, talvez se justificasse que o meu projecto final se concentrasse nesta questão, ao invés de fazer um outro projecto independentemente. A verdade é que para se atingir o produto final que é um filme, são necessárias várias “partes” independentes umas das outras. No filme que José Ratinho, o meu colega, idealizou, a pós-produção tem um peso igual a todas as outras partes. Lemuria, o nome do filme e da nave espacial onde este se passa, é um filme de ficção científica. O cenário principal é uma nave espacial onde os seus tripulantes interagem. A acção estende-se por 5 cenários diferentes. Numa abordagem tradicional estes cenários teriam em grande parte de ser construídos. Num filme académico com o orçamento reduzido que possuíamos foi necessário optar por outro solução. Os cenários da nave seriam construídos digitalmente, e toda a acção seria filmada com os actores em frente a um fundo verde. Isto leva-nos de volta ao tema do projecto, o Fora-de-campo, e a importância que este tem neste filme em particular. O Fora-de-campo, na sua definição mais generalista, resume-se a toda a acção ou elemento desta, que não está visível em determinado enquadramento. A sua utilização no cinema tem várias funcionalidades. Pode ser utilizado como forma de ocultar um acto violento, aumentar a tensão ou despertar a curiosidade no espectador. Pode simplesmente ser um olhar lançado por um personagem através de uma janela. Pode ser uma voz do outro lado do telefone. Pode ser um tiro ou uma sirene que se ouve ao fundo numa qualquer cidade metropolitana, ou um acontecimento recordado durante uma conversa entre dois personagens. Mas o fora de campo pode ser muito mais. Pode ser a situação social em que se vivia quando determinado filme foi rodado, pode ser a relação entre actores por trás das câmaras que acaba por se reflectir num filme, e, mais recentemente, e devido à crescente importância que os efeitos visuais têm no cinema actual, o “Fora-de-campo” acaba por se inverter – o que vemos no enquadramento muitas vezes não estava lá. Actores representam sozinhos em frente a um pano verde, caminham por planícies desertas onde mais tarde nascem cidades de proporções épicas. No caso específico de “Lemuria”, e no âmbito da minha participação, este “Fora-deCampo” é realizado por mim. Eu produzi o que vemos no ecrã na grande maioria dos planos. O que o espectador não vê, devido ao meu trabalho, são os fundos verdes e os gestos vazios no ar, actores que fingem correr sem sair do lugar. Os espectadores verão seis tripulantes de uma nave espacial com painéis de controlo flutuantes. Verão estes seis tripulantes a percorrer um corredor. Verão o interior de um POD de fuga com uma janela por onde se vê uma nuvem de gás e um planeta. Assumirão então que este filme se passa no espaço. Todo este Fora-de-Campo, todas estas noções exteriores ao filme são adicionadas na pós-produção do filme, área pela qual nutro grande interesse. Apesar de ao longo dos seis anos de academia que já percorri, distribuídos por uma Licenciatura em Cinema e um Mestrado em Realização que agora termino, nunca ter tido nenhuma cadeira que me instruísse neste campo, o meu interesse sempre esteve voltado para ele. As centenas de horas de auto-instrução e pesquisa dotaram-me com as ferramentas necessárias para me conseguir libertar das restrições impostas pela falta de fundos e condições que sempre nos impediram, a nós, alunos de Cinema, almejar trabalhos e géneros que de outra forma seriam virtualmente impossíveis de explorar. Ao longo deste relatório vou tentar enumerar e justificar os métodos aplicados na pósprodução do filme, e também a planificação que antecedeu as rodagens, passando pelas escolhas criativas que foram tomadas em conjunto com o realizador.Universidade da Beira InteriorNogueira, Luís Carlos da CostauBibliorumSilva, Ivo2013-07-10T15:08:39Z2009-082009-08-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/mswordhttp://hdl.handle.net/10400.6/1258porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:36:48Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/1258Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:43:08.383577Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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