Amendoeira: uma aproximação quantitativa à disponibilidade de subprodutos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, M.A.
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Barreira, João C.M., Ferreira, Isabel C.F.R., Bento, Albino
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/26858
Resumo: A amêndoa já foi um dos principais produtos de exportação do setor agrícola em Portugal. Contudo, a presença cres- cente no mercado mundial de amêndoa produzida na Califórnia a preços muito baixos e o despovoamento do meio rural, sobretudo a partir da década de 1970, levaram ao progressivo abandono da cultura. A amendoeira [Prunus dulcis (Mill.) D. A. Webb], contudo, nunca deixou de ser uma espécie emblemática em Portugal. Ainda que com baixo valor económico, continuou a criar paisagens deslumbrantes, com a sua floração precoce, atraindo turistas ao interior, em particular ao Vale do Douro e afluentes, onde sempre foi mantendo algum valor para a economia familiar. Nos últimos anos, contudo, tem havido um renovado interesse na cultura. O aumento do consumo de amêndoa a nível mundial tem criado condições para que os preços se mantenham um pouco mais atrativos que em anos anteriores o que, associado à falência generalizada do setor arvense de sequeiro do interior do país, tem estimulado o aparecimento de novas plan- tações de amendoal. O fenómeno é sobretudo relevante no Alentejo, associado a novos regadios como o Alqueva, com plantações em regime intensivo, mas também em Trás-os-Montes onde prevalecem os pomares de sequeiro. Nos anos recentes a amendoeira tem sido valorizada pela amêndoa comestível e pontualmente em roteiros turísticos de inverno associados à floração, como se referiu. Contudo, diversos subprodutos da amendoeira podem ser valorizados, sobre- tudo os que apresentam maior expressão quantitativa como cascarão (2000t ano -1), casca rija (9000 t ano -1), tegumento (120 t ano -1) e lenha de poda (25000 t ano -1). Neste trabalho faz-se uma estimativa da quantidade desses materiais que é produzida em Portugal e apresentam-se pistas para valorizações potenciais.
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O aumento do consumo de amêndoa a nível mundial tem criado condições para que os preços se mantenham um pouco mais atrativos que em anos anteriores o que, associado à falência generalizada do setor arvense de sequeiro do interior do país, tem estimulado o aparecimento de novas plan- tações de amendoal. O fenómeno é sobretudo relevante no Alentejo, associado a novos regadios como o Alqueva, com plantações em regime intensivo, mas também em Trás-os-Montes onde prevalecem os pomares de sequeiro. Nos anos recentes a amendoeira tem sido valorizada pela amêndoa comestível e pontualmente em roteiros turísticos de inverno associados à floração, como se referiu. Contudo, diversos subprodutos da amendoeira podem ser valorizados, sobre- tudo os que apresentam maior expressão quantitativa como cascarão (2000t ano -1), casca rija (9000 t ano -1), tegumento (120 t ano -1) e lenha de poda (25000 t ano -1). Neste trabalho faz-se uma estimativa da quantidade desses materiais que é produzida em Portugal e apresentam-se pistas para valorizações potenciais.Almond was once one of the main export products from the agricultural sector in Portugal. However, the growing presence on the world market of almonds produced in California at very low prices and the depopulation of rural areas, especially since the 1970s, led to the progressive abandonment of almond cultivation. Almond tree [Prunus dulcis (Mill.) D. A. Webb], however, has never ceased to be an emblematic species in Portugal. Although with low economic value it continued to create stunning landscapes, with its early flowering, attracting tourists to the inland, in particular to the Douro Valley and tributaries, where it has always maintained some value for the family income. In recent years, there has been a renewed interest in this species. The increase in the consumption of almonds worldwide has created conditions for prices to remain a little more attractive than in previous years, which, together with the general failure of the dryland arable sector (cereals in particular) in the inland of the country, has stimulated the appearance of new plantations of almond trees. The phenomenon is particularly relevant in Alentejo, associated to the new irrigation infrastructures, with intensive plantations, but also in Trás-os-Montes, where rainfed orchards prevail. The almond tree has been valued for the edible part of the nut and occasionally in winter tourist routes associated with flowering, as mentioned. However, several by-products of the almond tree can be valorized, especially those that present greater quantitative expression such as hull (2000 t year -1), shell (9000 t year-1), tegument (120 t year -1) and pruning wood (25000 t year-1). In this work, an estimate is made of the quantity of the by-products produced in Portugal and clues for their potential uses presented.O presente trabalho foi realizado no âmbito do projeto ValorMais: Criação de valor com os subprodutos agro-alimentares e florestais “Programa PDR2020-2024-03295Sociedade de Ciências Agrárias de PortugalBiblioteca Digital do IPBRodrigues, M.A.Barreira, João C.M.Ferreira, Isabel C.F.R.Bento, Albino2023-02-09T12:30:34Z20202020-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/26858porRodrigues, M.A.; Barreira, João C.M; Ferreira, Isabel C.F.R.; Bento, Albino (2020). Amendoeira: uma aproximação quantitativa à disponibilidade de subprodutos = Almond tree: a quantitative approach to the availability of by-products. Revista de Ciências Agrárias. 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