Psicopatia e Reconhecimento Emocional Prosódico em Indivíduos Não Criminosos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Coelho, Luísa
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Paixão, Rui
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://www.interacoes-ismt.com/index.php/revista/article/view/373
Resumo: A psicopatia caracteriza-se por frieza afetiva, ausência de culpa e charme superficial, mas também impulsividade e pobre controlo comportamental. Esta conceptualização é híbrida, englobando uma dimensão primária (F1) e outra secundária (F2), com manifestações comportamentais distintas, incluindo o funcionamento emocional. A investigação que liga a psicopatia aos défices afetivos desenvolveu-se classicamente com amostras forenses, embora diversos outros estudos evidenciem a existência de sujeitos da população comum, sem registo criminal, com traços psicopáticos significativos. Neste estudo, investigámos as relações entre traços psicopáticos e a capacidade de reconhecimento prosódico de 6 emoções distintas em 284 indivíduos da população geral através do Teste de Reconhecimento Paralinguístico das Emoções (Paixão, Coelho, & Ferreira 2010). Os traços psicopáticos de F1 e F2 foram avaliados com a versão portuguesa do Levenson Self-Report Psychopathy Scale (Coelho, Tomás, & Paixão 2010). Os resultados evidenciam que as pontuações elevadas em F2 predizem significativamente os erros no reconhecimento vocal da Alegria. Além disso, emergiu uma diferença significativa para pontuações extremas de F1 no reconhecimento prosódico do Medo, estendendo dados anteriores que reportam défices no reconhecimento visual e vocal desta emoção, nos psicopatas presos, a indivíduos não criminosos com traços psicopáticos. Os resultados são, ainda, discutidos considerando a proximidade funcional entre psicopatas criminosos e não criminosos.  Psychopathy and Emotional Prosodic Recognition in Non-Criminal Individuals Psychopathy is characterized by emotional coldness, lack of guilt and superficial charm, but also impulsivity and poor behavioural control. This conceptualization is hybrid, comprising a primary (F1) and secondary dimension (F2) with disparate behavioural manifestations, including emotional functioning. Previous research has linked psychopathy to affective deficits classically developed with forensic samples, although several other studies reveal the existence of individuals in the general population, with no criminal record, with significant psychopathic traits.  In this study we investigate the relationship between psychopathic traits and the ability to recognize 6 distinct prosodic emotions in 284 healthy subjects who performed a task of emotional speech recognition. High F2 scores significantly predict errors for vocal recognition of Happiness. Moreover, a significant difference emerged for extreme F1 scores on prosodic recognition of Fear, extending previous data reporting vocal and visual Fear recognition deficits in inmates to non-criminal individuals with psychopathic traits. Results are also discussed considering the functional contiguity between criminal and non-criminal psychopaths.Keywords: Psychopathy, vocal recognition, fear, factors.
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