Perceção dos médicos da ULS Guarda sobre dor crónica nas crianças

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vasconcelos, Rita Alexandra Gomes
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/8081
Resumo: Introdução: A dor é considerada um fenómeno altamente subjetivo, como é percetível na definição da International Association for the Study of Pain, “experiência desagradável sensorial e emocional, associada a lesão tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal lesão”. Estudos realizados em crianças e adolescentes sobre a prevalência de dor crónica, encontraram que 15 - 25% delas sofrem de dor crónica ou recorrente. Sendo um problema comum e com forte impacto na vida de crianças e adolescentes, a dor crónica deve ser detetada, valorizada e tratada adequadamente, evitando futuras consequências negativas. 0bjetivo: Estudar a perceção que os médicos têm em relação à dor crónica nas crianças, em relação a: frequência e prevalência apercebidas, localizações, manifestações funcionais, recursos disponíveis e formação, intervenções realizadas, referenciação e resultados. Método: Foi realizado um estudo observacional e transversal, através da aplicação e análise dos resultados dum questionário de autopreenchimento, aplicado nos meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro de 2016. Foram questionados os médicos em funções na ULS da Guarda das seguintes especialidades: Medicina Geral e Familiar, Anestesiologia, Pediatria e Ortopedia. Resultados: De um total de 115 médicos, responderam 66. Destes, 37.9% acharam que a prevalência da dor em crianças era de 1 a 5%. Cerca de metade dos médicos referiram nunca ter tratado dor crónica em crianças, sendo que 18 acharam que nunca encontraram crianças com dor crónica. Entre os inquiridos, 87,9% disseram não ter formação em dor crónica nas crianças e dos médicos que tratam mais de uma criança por mês, cerca de 89% não têm formação. Os diagnósticos que consideraram mais comuns são dor de cabeça/enxaqueca e dor abdominal recorrente. As manifestações funcionais mais encontradas são a ausência escolar e as perturbações de sono. Cerca de 68,2% considerou que a maioria das crianças tem um prognóstico bom ou moderado. Conclusão: Os médicos destas especialidades, que previsivelmente contactam mais com crianças, não detetam dor crónica, têm ideias erradas sobre a prevalência e consequências da dor crónica nas crianças e têm formação insuficiente acerca deste assunto. Para confirmar os dados sobre a prevalência apercebida dos profissionais de saúde, serão necessários mais estudos na região e no país. É imperativo uma maior sensibilização, não só dos médicos, mas também da sociedade para necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar a dor crónica nas crianças, como forma de prevenção de consequências futuras.
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Sendo um problema comum e com forte impacto na vida de crianças e adolescentes, a dor crónica deve ser detetada, valorizada e tratada adequadamente, evitando futuras consequências negativas. 0bjetivo: Estudar a perceção que os médicos têm em relação à dor crónica nas crianças, em relação a: frequência e prevalência apercebidas, localizações, manifestações funcionais, recursos disponíveis e formação, intervenções realizadas, referenciação e resultados. Método: Foi realizado um estudo observacional e transversal, através da aplicação e análise dos resultados dum questionário de autopreenchimento, aplicado nos meses de fevereiro, março, abril, setembro e outubro de 2016. Foram questionados os médicos em funções na ULS da Guarda das seguintes especialidades: Medicina Geral e Familiar, Anestesiologia, Pediatria e Ortopedia. Resultados: De um total de 115 médicos, responderam 66. Destes, 37.9% acharam que a prevalência da dor em crianças era de 1 a 5%. Cerca de metade dos médicos referiram nunca ter tratado dor crónica em crianças, sendo que 18 acharam que nunca encontraram crianças com dor crónica. Entre os inquiridos, 87,9% disseram não ter formação em dor crónica nas crianças e dos médicos que tratam mais de uma criança por mês, cerca de 89% não têm formação. Os diagnósticos que consideraram mais comuns são dor de cabeça/enxaqueca e dor abdominal recorrente. As manifestações funcionais mais encontradas são a ausência escolar e as perturbações de sono. Cerca de 68,2% considerou que a maioria das crianças tem um prognóstico bom ou moderado. Conclusão: Os médicos destas especialidades, que previsivelmente contactam mais com crianças, não detetam dor crónica, têm ideias erradas sobre a prevalência e consequências da dor crónica nas crianças e têm formação insuficiente acerca deste assunto. Para confirmar os dados sobre a prevalência apercebida dos profissionais de saúde, serão necessários mais estudos na região e no país. É imperativo uma maior sensibilização, não só dos médicos, mas também da sociedade para necessidade de prevenir, diagnosticar e tratar a dor crónica nas crianças, como forma de prevenção de consequências futuras.Introduction: Pain is considered a highly subjective phenomenon, defined by International Association for the Study of Pain, as an "unpleasant sensory and emotional experience, associated with actual or potential tissue injury, or described in terms of such an injury”. Studies in children and adolescents about the prevalence of chronic pain have found that 15-25% of them suffer from chronic or recurrent pain. Being a common problem and having a strong impact on the lives of children and adolescents, chronic pain must be detected, evaluated and treated appropriately, avoiding future negative consequences. Objective: To study the physicians' perception of chronic pain in children, in relation to: perceived frequency and prevalence, locations, functional manifestations, available resources and training, interventions performed, referral and results. Method: An observational and cross-sectional study was conducted through the application and analysis of the results of a self-completion questionnaire, applied in February, March, April, September and October 2016. Questionnaires were applied to doctors in ULS Guard, in these specialties: General practice , Anesthesiology, Pediatrics and Orthopedics. Results: Of a total of 115 doctors, 66 responded. 37.9% of the doctors believe that the prevalence of children is 1-5%. About half of doctors’ report never treated chronic pain in children, with 18 doctors never found children with chronic pain. Among those surveyed, 87.9% of the respondents referred that they didn't have training in chronic pain in children. From those doctors that treat more than one child per month, about 89% had no training. The most common diagnoses are headache / migraine and recurrent abdominal pain, while the most commonly affected functional manifestations are absence of school and sleep disturbances. About 68.2% of physicians believe that most children have a good or moderate prognosis. Conclusion: Physicians of these specialties, who are predictably in contact with children, don’t detect chronic pain, have misconceptions about the prevalence and consequences of chronic pain in children, and are poorly educated about this subject. However, in order to confirm the data about the perceived perception of health professionals, studies on the prevalence of this problem in the region and in the country are necessary. It is imperative to raise awareness among physicians and society of the need to prevent, diagnose and treat chronic pain in children as a way to prevent future consequences.Macedo, Susana AbreuuBibliorumVasconcelos, Rita Alexandra Gomes2019-12-20T17:29:11Z2017-4-272017-06-092017-06-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/8081TID:202347575porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:47:49Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/8081Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:48:29.937974Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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