Estudo da dor crónica em adolescentes

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Sousa, Joana Filipa Carvalho de
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.6/10726
Resumo: Introdução: A dor crónica, definida como um fenómeno semiológico com duração superior a 3 meses, foi descrita por diversos autores como tendo uma prevalência entre os 25% e 37,3% (Espanha e Países baixos) em idade pediátrica. À data deste trabalho, não temos conhecimento da existência de qualquer estudo publicado sobre a prevalência de dor crónica em idade pediátrica em Portugal ou em qualquer sua sub-região. Objetivos: Este estudo foi elaborado com o intuito de avaliar a prevalência de dor crónica em adolescentes, na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, e perceber se está associada com, por exemplo, o género, a faixa etária e a área anatómica onde é sentida. Metodologia: Estudo observacional e transversal. Os dados foram recolhidos por um questionário anónimo aplicado entre dezembro de 2018 e abril de 2019, nos estabelecimentos de ensino regular, das escolas públicas situadas na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (concelhos de Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira, Felgueiras, Amarante, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende, Castelo de Paiva, Lousada e Baião). A população em estudo corresponde assim aos adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e o ensino secundário de alguma das escolas públicas desta região. Em cada turma, o questionário foi aplicado a 15 alunos selecionados aleatoriamente, após aprovação prévia do diretor da escola e dos pais. A análise estatística dos dados foi efetuada com o programa estatístico SPSSv25.0 e considerou-se um nível de significância de 5% nas inferências realizadas. Resultados: Dos 1392 adolescentes inquiridos, 85,3% refere dor nos últimos 3 meses, com uma prevalência de dor crónica de 34%. Apesar de nesta população a proporção de adolescentes com dor crónica ser igual em ambos os géneros, constatamos que nas raparigas a ocorrência de dor crónica aumenta com a idade (p=0,026). A dor crónica apresenta um pico de incidência entre os 15 e os 17 anos nas raparigas (36,1-38,9%) e aos 17 anos nos rapazes (30,1%). Independentemente do número de dores selecionadas, a cefaleia é a dor mais reportada. Entre os que reportaram uma única dor, a dor nos membros foi a mais frequente (35,6%), destacandose nos rapazes e, quando selecionadas múltiplas dores, a combinação mais prevalente foi a dor abdominal e a dor na cabeça (12,4%), sobressaindo nas raparigas. Relativamente à dor crónica, a intensidade de dor mediana é de 6 (escala numérica de 0-10), sendo que esta aumenta quando se passa da dor não crónica para a crónica (p=0,000). Mais ainda, a cronicidade da dor está associada a um maior número de episódios dolorosos (p=0,000) e com a ida dos adolescentes ao médico (p=0,000). Conclusão: Estes dados reforçam a necessidade de investir em estratégias preventivas e terapêuticas, de forma a reduzir a morbilidade e os custos associados à dor crónica em adolescentes.
id RCAP_55f97d63760d9516ce28c94ee42ca290
oai_identifier_str oai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10726
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Estudo da dor crónica em adolescentesCaso de estudo na área abrangida pelo Centro Hospitalar Tâmega e SousaAdolescentesDorDor CrónicaPediatriaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A dor crónica, definida como um fenómeno semiológico com duração superior a 3 meses, foi descrita por diversos autores como tendo uma prevalência entre os 25% e 37,3% (Espanha e Países baixos) em idade pediátrica. À data deste trabalho, não temos conhecimento da existência de qualquer estudo publicado sobre a prevalência de dor crónica em idade pediátrica em Portugal ou em qualquer sua sub-região. Objetivos: Este estudo foi elaborado com o intuito de avaliar a prevalência de dor crónica em adolescentes, na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, e perceber se está associada com, por exemplo, o género, a faixa etária e a área anatómica onde é sentida. Metodologia: Estudo observacional e transversal. Os dados foram recolhidos por um questionário anónimo aplicado entre dezembro de 2018 e abril de 2019, nos estabelecimentos de ensino regular, das escolas públicas situadas na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (concelhos de Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira, Felgueiras, Amarante, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende, Castelo de Paiva, Lousada e Baião). A população em estudo corresponde assim aos adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e o ensino secundário de alguma das escolas públicas desta região. Em cada turma, o questionário foi aplicado a 15 alunos selecionados aleatoriamente, após aprovação prévia do diretor da escola e dos pais. A análise estatística dos dados foi efetuada com o programa estatístico SPSSv25.0 e considerou-se um nível de significância de 5% nas inferências realizadas. Resultados: Dos 1392 adolescentes inquiridos, 85,3% refere dor nos últimos 3 meses, com uma prevalência de dor crónica de 34%. Apesar de nesta população a proporção de adolescentes com dor crónica ser igual em ambos os géneros, constatamos que nas raparigas a ocorrência de dor crónica aumenta com a idade (p=0,026). A dor crónica apresenta um pico de incidência entre os 15 e os 17 anos nas raparigas (36,1-38,9%) e aos 17 anos nos rapazes (30,1%). Independentemente do número de dores selecionadas, a cefaleia é a dor mais reportada. Entre os que reportaram uma única dor, a dor nos membros foi a mais frequente (35,6%), destacandose nos rapazes e, quando selecionadas múltiplas dores, a combinação mais prevalente foi a dor abdominal e a dor na cabeça (12,4%), sobressaindo nas raparigas. Relativamente à dor crónica, a intensidade de dor mediana é de 6 (escala numérica de 0-10), sendo que esta aumenta quando se passa da dor não crónica para a crónica (p=0,000). Mais ainda, a cronicidade da dor está associada a um maior número de episódios dolorosos (p=0,000) e com a ida dos adolescentes ao médico (p=0,000). Conclusão: Estes dados reforçam a necessidade de investir em estratégias preventivas e terapêuticas, de forma a reduzir a morbilidade e os custos associados à dor crónica em adolescentes.Introduction: Chronic pain, defined as a semiological phenomenon lasting more than 3 months, has been described by several authors as having a prevalence between 25% and 37,3% (Spain and Netherlands) at pediatric age. As of the date of this work, we are not aware of any published study on the prevalence pediatric chronic pain in Portugal or any of its subregions. Objectives: This study was designed to evaluate the prevalence of chronic pain in adolescents in the geographic area served by the Tâmega and Sousa Hospital Center, and to understand if there is any association between it and, for example, gender, age group and anatomical area where it is felt. Methodology: Observational and cross-sectional study. All the data were collected by an anonymous survey applied between December 2018 and April 2019, in regular education and public schools, located in the geographical area covered by the Tâmega and Sousa Hospital Center (Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira, Felgueiras, Amarante, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende, Castelo de Paiva, Lousada and Baião municipalities). Thus, the population under study corresponds to the adolescents aged from 12 to 17 years, attending the 3 rd cycle of basic education and secondary education of any of the public schools in this region. In each class, the questionnaire was administered to 15 randomly selected students, after prior approval from the school principal and parents. Statistical analysis of the data was performed with the statistical software SPSS v25.0 and a significance level of 5% considered in all the inferences made. Results: 85,3% of the 1392 adolescents inquired report pain in the last 3 months, with a prevalence of chronic pain of 34%. Although in this population the proportion of adolescents with chronic pain is equal in both genders, we found that in girls the occurrence of chronic pain increases with age (p=0,026). Chronic pain has an incidence peak between 15-17 years of age in girls (36,1-38,9%) and at 17 years in boys (30,1%). Regardless of the number of selected pains, headache is the most reported one. Among those who reported a single pain, limb pain was the most frequent (35,6%), especially in boys and, when multiple pains were selected, a more prevalent combination was abdominal pain with headache (12,4%), highlighted in girls. With respect to chronic pain, the median pain intensity is 6 (numerical scale 0-10), increasing when non-chronic pain changes to chronic (p=0,000). Moreover, the chronicity of pain is associated with a higher number of painful episodes (p=0,000) and adolescents' visits to the doctor (p=0,000). Conclusion: These data reinforce the need to invest in preventive and therapeutic strategies, in order to reduce the morbidity and costs associated with chronic pain in adolescents.Ferreira, Nuno Alexandre PachecoFernandes, Ana Paula André MartinsuBibliorumSousa, Joana Filipa Carvalho de2020-12-17T16:45:17Z2020-07-202020-02-142020-07-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/10726TID:202548562porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:52:41Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/10726Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:50:37.102082Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Estudo da dor crónica em adolescentes
Caso de estudo na área abrangida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa
title Estudo da dor crónica em adolescentes
spellingShingle Estudo da dor crónica em adolescentes
Sousa, Joana Filipa Carvalho de
Adolescentes
Dor
Dor Crónica
Pediatria
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
title_short Estudo da dor crónica em adolescentes
title_full Estudo da dor crónica em adolescentes
title_fullStr Estudo da dor crónica em adolescentes
title_full_unstemmed Estudo da dor crónica em adolescentes
title_sort Estudo da dor crónica em adolescentes
author Sousa, Joana Filipa Carvalho de
author_facet Sousa, Joana Filipa Carvalho de
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ferreira, Nuno Alexandre Pacheco
Fernandes, Ana Paula André Martins
uBibliorum
dc.contributor.author.fl_str_mv Sousa, Joana Filipa Carvalho de
dc.subject.por.fl_str_mv Adolescentes
Dor
Dor Crónica
Pediatria
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
topic Adolescentes
Dor
Dor Crónica
Pediatria
Domínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::Medicina
description Introdução: A dor crónica, definida como um fenómeno semiológico com duração superior a 3 meses, foi descrita por diversos autores como tendo uma prevalência entre os 25% e 37,3% (Espanha e Países baixos) em idade pediátrica. À data deste trabalho, não temos conhecimento da existência de qualquer estudo publicado sobre a prevalência de dor crónica em idade pediátrica em Portugal ou em qualquer sua sub-região. Objetivos: Este estudo foi elaborado com o intuito de avaliar a prevalência de dor crónica em adolescentes, na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, e perceber se está associada com, por exemplo, o género, a faixa etária e a área anatómica onde é sentida. Metodologia: Estudo observacional e transversal. Os dados foram recolhidos por um questionário anónimo aplicado entre dezembro de 2018 e abril de 2019, nos estabelecimentos de ensino regular, das escolas públicas situadas na área geográfica servida pelo Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (concelhos de Penafiel, Paredes, Paços de Ferreira, Felgueiras, Amarante, Marco de Canaveses, Cinfães, Resende, Castelo de Paiva, Lousada e Baião). A população em estudo corresponde assim aos adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 17 anos, a frequentar o 3º ciclo do ensino básico e o ensino secundário de alguma das escolas públicas desta região. Em cada turma, o questionário foi aplicado a 15 alunos selecionados aleatoriamente, após aprovação prévia do diretor da escola e dos pais. A análise estatística dos dados foi efetuada com o programa estatístico SPSSv25.0 e considerou-se um nível de significância de 5% nas inferências realizadas. Resultados: Dos 1392 adolescentes inquiridos, 85,3% refere dor nos últimos 3 meses, com uma prevalência de dor crónica de 34%. Apesar de nesta população a proporção de adolescentes com dor crónica ser igual em ambos os géneros, constatamos que nas raparigas a ocorrência de dor crónica aumenta com a idade (p=0,026). A dor crónica apresenta um pico de incidência entre os 15 e os 17 anos nas raparigas (36,1-38,9%) e aos 17 anos nos rapazes (30,1%). Independentemente do número de dores selecionadas, a cefaleia é a dor mais reportada. Entre os que reportaram uma única dor, a dor nos membros foi a mais frequente (35,6%), destacandose nos rapazes e, quando selecionadas múltiplas dores, a combinação mais prevalente foi a dor abdominal e a dor na cabeça (12,4%), sobressaindo nas raparigas. Relativamente à dor crónica, a intensidade de dor mediana é de 6 (escala numérica de 0-10), sendo que esta aumenta quando se passa da dor não crónica para a crónica (p=0,000). Mais ainda, a cronicidade da dor está associada a um maior número de episódios dolorosos (p=0,000) e com a ida dos adolescentes ao médico (p=0,000). Conclusão: Estes dados reforçam a necessidade de investir em estratégias preventivas e terapêuticas, de forma a reduzir a morbilidade e os custos associados à dor crónica em adolescentes.
publishDate 2020
dc.date.none.fl_str_mv 2020-12-17T16:45:17Z
2020-07-20
2020-02-14
2020-07-20T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10400.6/10726
TID:202548562
url http://hdl.handle.net/10400.6/10726
identifier_str_mv TID:202548562
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799136396577865728