Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Heleno, Sandrina A.
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10198/13559
Resumo: No presente trabalho, apresentam-se estudos de avaliação das propriedades bioactivas e da composição nutricional de dezanove espécies de cogumelos silvestres provenientes de Portugal (Clitocybe alexandri, Cortinarius glaucopus, Fistulina hepatica, Hydnum repandum, Hygrophoropsis aurantiaca, Hypholoma capnoides, Laccaria amethystina, Laccaria laccata, Lactarius aurantiacus, Lactarius salmonicolor, Lepista inversa, Lepista sordida, Mycena rosea, Russula delica, Russula vesca, Suillus collinitus, Suillus mediterraneensis, Tricholoma sulphureum, Tricholoma imbricatum). A actividade antioxidante foi avaliada através de ensaios de determinação da capacidade bloqueadora de radicais livres, do poder redutor e da inibição da peroxidação lipídica em soluções de lipossomas. A composição das amostras em tocoferóis foi determinada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) acoplada a um detector de fluorescência. Os perfis em ácidos gordos e açúcares foram obtidos por cromatografia gasosa acoplada a um detector de ionização de chama (GC/FID) e por HPLC acoplada a um detector de índice de refracção (RID), respectivamente. As espécies analisadas mostraram ser fontes importantes de antioxidantes nomeadamente fenóis (0,51–7,90 mg/g) e tocoferóis (0,02–8,04 μg/g). β-tocoferol foi a forma encontrada em maiores quantidades enquanto que δ-tocoferol não foi detectado na maioria das amostras. Todas as espécies mostraram ter actividade antioxidante, sendo esta mais significativa para a amostra Hygrophoropsis aurantiaca (valores de EC50 inferiores a 1,35 mg/ml) devido à contribuição de fenóis (7,90 mg/g) e tocoferóis (1,94 μg/g). A determinação do perfil em macronutrientes demonstrou que os cogumelos silvestres são fontes ricas em proteínas (24,32-76,63 g/100 g) e glícidos (10,35-55,48 g/100 g), apresentando baixos valores de lípidos (0,36-2,63 g/100 g). A espécie que revelou maior valor energético foi H. aurantiaca. A análise da composição em ácidos gordos conduziu à quantificação de 25 moléculas. Predominaram os ácidos gordos insaturados, particularmente os ácidos oleico e linoleico (17-61% e 20-54%, respectivamente). A metodologia de análise de açúcares foi completamente validada no âmbito deste trabalho. Obteve-se um período de separação de 10 minutos e o método utilizado mostrou ser sensível, reprodutível e preciso. Arabinose (1,53-7,66 g/100 g), manitol (0,38-18,41 g/100 g) e trealose (0,21-18,66 g/100 g) foram os açúcares mais abundantes. Os estudos efectuados descrevem o potencial nutracêutico das espécies analisadas, disponibilizando informação que leve a uma melhor gestão e conservação dos macrofungos e respectivos habitats.
id RCAP_550ac7c5218c8aa4a79e54194cabb036
oai_identifier_str oai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/13559
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivasDomínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Biotecnologia Agrária e AlimentarNo presente trabalho, apresentam-se estudos de avaliação das propriedades bioactivas e da composição nutricional de dezanove espécies de cogumelos silvestres provenientes de Portugal (Clitocybe alexandri, Cortinarius glaucopus, Fistulina hepatica, Hydnum repandum, Hygrophoropsis aurantiaca, Hypholoma capnoides, Laccaria amethystina, Laccaria laccata, Lactarius aurantiacus, Lactarius salmonicolor, Lepista inversa, Lepista sordida, Mycena rosea, Russula delica, Russula vesca, Suillus collinitus, Suillus mediterraneensis, Tricholoma sulphureum, Tricholoma imbricatum). A actividade antioxidante foi avaliada através de ensaios de determinação da capacidade bloqueadora de radicais livres, do poder redutor e da inibição da peroxidação lipídica em soluções de lipossomas. A composição das amostras em tocoferóis foi determinada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) acoplada a um detector de fluorescência. Os perfis em ácidos gordos e açúcares foram obtidos por cromatografia gasosa acoplada a um detector de ionização de chama (GC/FID) e por HPLC acoplada a um detector de índice de refracção (RID), respectivamente. As espécies analisadas mostraram ser fontes importantes de antioxidantes nomeadamente fenóis (0,51–7,90 mg/g) e tocoferóis (0,02–8,04 μg/g). β-tocoferol foi a forma encontrada em maiores quantidades enquanto que δ-tocoferol não foi detectado na maioria das amostras. Todas as espécies mostraram ter actividade antioxidante, sendo esta mais significativa para a amostra Hygrophoropsis aurantiaca (valores de EC50 inferiores a 1,35 mg/ml) devido à contribuição de fenóis (7,90 mg/g) e tocoferóis (1,94 μg/g). A determinação do perfil em macronutrientes demonstrou que os cogumelos silvestres são fontes ricas em proteínas (24,32-76,63 g/100 g) e glícidos (10,35-55,48 g/100 g), apresentando baixos valores de lípidos (0,36-2,63 g/100 g). A espécie que revelou maior valor energético foi H. aurantiaca. A análise da composição em ácidos gordos conduziu à quantificação de 25 moléculas. Predominaram os ácidos gordos insaturados, particularmente os ácidos oleico e linoleico (17-61% e 20-54%, respectivamente). A metodologia de análise de açúcares foi completamente validada no âmbito deste trabalho. Obteve-se um período de separação de 10 minutos e o método utilizado mostrou ser sensível, reprodutível e preciso. Arabinose (1,53-7,66 g/100 g), manitol (0,38-18,41 g/100 g) e trealose (0,21-18,66 g/100 g) foram os açúcares mais abundantes. Os estudos efectuados descrevem o potencial nutracêutico das espécies analisadas, disponibilizando informação que leve a uma melhor gestão e conservação dos macrofungos e respectivos habitats.The present study describes the bioactive properties and nutritional composition of nineteen wild mushrooms from Portugal (Clitocybe alexandri, Cortinarius glaucopus, Fistulina hepatica, Hydnum repandum, Hygrophoropsis aurantiaca, Hypholoma capnoides, Laccaria amethystina, Laccaria laccata, Lactarius aurantiacus, Lactarius salmonicolor, Lepista inversa, Lepista sordida, Mycena rosea, Russula delica, Russula vesca, Suillus collinitus, Suillus mediterraneensis, Tricholoma sulphureum, Tricholoma imbricatum). The antioxidant activity was evaluated through radical-scavenging capacity, reducing power and inhibition of lipid peroxidation in liposome solutions assays. Furthermore, the tocopherols composition was determined by high performance liquid chromatography (HPLC) coupled to a fluorescence detector. Fatty acid and sugar profiles were obtained by gas chromatography coupled to a flame ionization detector (GC/FID) and HPLC coupled to a refraction index detector (RID), respectively. The analysed mushrooms contain powerful antioxidants such as phenols (0.51– 7.90 mg/g) and tocopherols (0.02–8.04 μg/g). β-Tocopherol was the vitamer detected in higher amounts, while δ-tocopherol was not detected in the majority of the samples. All the species proved to have antioxidant activity being more significant for Hygrophoropsis aurantiaca (EC50 values lower than 1.35 mg/ml) due to the contribution of antioxidants such as phenols (7.90 mg/g) and tocopherols (1.94 μg/g). The macronutrient profile in general revealed that the wild mushrooms were rich sources of protein (24.32–76.63 g/100 g) and carbohydrates (10.35–55.48 g/100 g), and had low amounts of fat (0.36–2.63 g/100 g). The highest energetic contribution was guaranteed by H. aurantiaca. The analysis of fatty acid composition allowed the quantification of 25 fatty acids. Unsaturated fatty acids and, in particular, oleic and linoleic acids, were predominant (17–61% and 20–54%, respectively). Sugars methodology analysis was completely validated being all the compounds separated in a period of time of 10 min; the method proved to be sensitive, reproducible and accurate. Arabinose (1.53–7.66 g/100 g), mannitol (0.38–18.41 g/100 g) and trehalose (0.21– 18.66 g/ 100 g) were the most abundant sugars. The present study states the nutraceutical potential of the analysed species, making the information available for a better management and conservation of mushrooms and related habitats.Ferreira, Isabel C.F.R.Martins, AnabelaSousa, Maria JoãoBiblioteca Digital do IPBHeleno, Sandrina A.2016-11-30T12:00:37Z201020102010-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10198/13559porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-21T10:31:55Zoai:bibliotecadigital.ipb.pt:10198/13559Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T23:03:38.494105Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
title Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
spellingShingle Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
Heleno, Sandrina A.
Domínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Biotecnologia Agrária e Alimentar
title_short Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
title_full Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
title_fullStr Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
title_full_unstemmed Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
title_sort Cogumelos silvestres como fonte de moléculas bioactivas
author Heleno, Sandrina A.
author_facet Heleno, Sandrina A.
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Ferreira, Isabel C.F.R.
Martins, Anabela
Sousa, Maria João
Biblioteca Digital do IPB
dc.contributor.author.fl_str_mv Heleno, Sandrina A.
dc.subject.por.fl_str_mv Domínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Biotecnologia Agrária e Alimentar
topic Domínio/Área Científica::Ciências Agrárias::Biotecnologia Agrária e Alimentar
description No presente trabalho, apresentam-se estudos de avaliação das propriedades bioactivas e da composição nutricional de dezanove espécies de cogumelos silvestres provenientes de Portugal (Clitocybe alexandri, Cortinarius glaucopus, Fistulina hepatica, Hydnum repandum, Hygrophoropsis aurantiaca, Hypholoma capnoides, Laccaria amethystina, Laccaria laccata, Lactarius aurantiacus, Lactarius salmonicolor, Lepista inversa, Lepista sordida, Mycena rosea, Russula delica, Russula vesca, Suillus collinitus, Suillus mediterraneensis, Tricholoma sulphureum, Tricholoma imbricatum). A actividade antioxidante foi avaliada através de ensaios de determinação da capacidade bloqueadora de radicais livres, do poder redutor e da inibição da peroxidação lipídica em soluções de lipossomas. A composição das amostras em tocoferóis foi determinada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC) acoplada a um detector de fluorescência. Os perfis em ácidos gordos e açúcares foram obtidos por cromatografia gasosa acoplada a um detector de ionização de chama (GC/FID) e por HPLC acoplada a um detector de índice de refracção (RID), respectivamente. As espécies analisadas mostraram ser fontes importantes de antioxidantes nomeadamente fenóis (0,51–7,90 mg/g) e tocoferóis (0,02–8,04 μg/g). β-tocoferol foi a forma encontrada em maiores quantidades enquanto que δ-tocoferol não foi detectado na maioria das amostras. Todas as espécies mostraram ter actividade antioxidante, sendo esta mais significativa para a amostra Hygrophoropsis aurantiaca (valores de EC50 inferiores a 1,35 mg/ml) devido à contribuição de fenóis (7,90 mg/g) e tocoferóis (1,94 μg/g). A determinação do perfil em macronutrientes demonstrou que os cogumelos silvestres são fontes ricas em proteínas (24,32-76,63 g/100 g) e glícidos (10,35-55,48 g/100 g), apresentando baixos valores de lípidos (0,36-2,63 g/100 g). A espécie que revelou maior valor energético foi H. aurantiaca. A análise da composição em ácidos gordos conduziu à quantificação de 25 moléculas. Predominaram os ácidos gordos insaturados, particularmente os ácidos oleico e linoleico (17-61% e 20-54%, respectivamente). A metodologia de análise de açúcares foi completamente validada no âmbito deste trabalho. Obteve-se um período de separação de 10 minutos e o método utilizado mostrou ser sensível, reprodutível e preciso. Arabinose (1,53-7,66 g/100 g), manitol (0,38-18,41 g/100 g) e trealose (0,21-18,66 g/100 g) foram os açúcares mais abundantes. Os estudos efectuados descrevem o potencial nutracêutico das espécies analisadas, disponibilizando informação que leve a uma melhor gestão e conservação dos macrofungos e respectivos habitats.
publishDate 2010
dc.date.none.fl_str_mv 2010
2010
2010-01-01T00:00:00Z
2016-11-30T12:00:37Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10198/13559
url http://hdl.handle.net/10198/13559
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799135281854545920