Monitorização do pH e modulação da fermentação ruminal com Saccharomyces cerevisiae em vacas leiteiras
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10348/7794 |
Resumo: | Este trabalho teve como objetivo principal avaliar a utilização de uma marca comercial de bolus como técnica para monitorizar o pH do rúmen. Foi também objeto de estudo o efeito da suplementação com leveduras Saccharomyces cerevisiae nos parâmetros de fermentação no rúmen em vacas alimentadas com uma dieta base não acidogénica. O estudo envolveu quatro vacas da raça Holstein Frísia, não lactantes, multíparas, com peso inicial de 665,2 ± 56,2 kg, fistuladas no rúmen. As 2 dietas experimentais eram constituídas por 13 kg de silagem de milho (SM), 3 kg de feno de prado natural (FPN) e 3,4 kg de alimento concentrado (AC), por forma a garantir uma proporção de forragem: concentrado de 70:30 (c.a. 43% SM: 27% FPN: 30% AC na MS da dieta), suplementada ou não com 0,5g/dia de uma preparação comercial de Saccharomyces cerevisiae (SC) contendo 2 x1010 CFU/g (dietas LEV+ e LEV-, respetivamente). A quantidade de alimento oferecido foi determinada em período prévio ao início do ensaio, por forma a garantir ingestão ad libitum, mas evitando a ocorrência de refugos durante o período de medições. As dietas experimentais foram fornecidas sequencialmente, no primeiro período experimental a dieta LEV- e no segundo período experimental a dieta a LEV+. Cada período experimental compreendeu 21 dias de adaptação. A levedura foi administrada diariamente logo após a refeição da manhã, através da cânula ruminal. Procedeu-se à medição contínua do pH durante 16 dias consecutivos em ambas as dietas, inserindo 1 bolus no rúmen de cada vaca. Recolheu-se fluido ruminal em 5 dias imediatamente antes da refeição da manhã (tempo 0h) e 2, 4 e 8h depois, procedendo-se à medição imediata do pH com potenciómetro portátil e congelação das amostras a -20ºC, para posterior análise do parâmetros de fermentação. Dos 4 bolus disponíveis para o ensaio, um deles deixou de emitir a informação na fase de testes e um outro ficou inativo a meio do ensaio, registando só, os valores correspondentes ao pH ruminal da dieta sem adição de SC. Só nos foi possível assim, obter dados em 3 vacas na dieta LEV- e em 2 vacas na dieta LEV+. O fabricante invoca uma durabilidade dos bolus de 5 meses, mas as falhas que ocorreram não o comprovam. Em alguns casos, só depois de retirarmos os bolus do rúmen é que nos foi possível transferir os registos para o datalogger. Se esta limitação pode ser contornada em animais fistulados, é claramente impossibilitadora de obter os dados nos animais de uma exploração, em que não é possível remover os bolus do rúmen. Se estas limitações técnicas forem ultrapassadas, a utilização de bolus é uma técnica muito promissora, tanto para a investigação como no acompanhamento das explorações de vacas leiteiras, pois registam as medições do pH com precisão possibilitando assim, a qualquer hora do dia, visualizar os valores de pH de cada animal. Os bolus que funcionaram neste ensaio, revelaram-se muito eficazes no registo do pH, respondendo aos factores que provocaram a sua variação ao longo do dia, entre dias e entre dietas. A suplementação com SC não afetou os valores de pH, a concentração em lactato, em AGV totais ou individuais e em N-NH3 (P> 0,05). A variação na atividade fermentativa no rúmen das 0h às 8h após a refeição da manhã ocorreu como esperado. Em geral, aumentou entre 0-2 e ou 4h após a alimentação e foi seguida por uma diminuição até às 8h após a alimentação. A interação dieta x tempo não foi significativa em nenhum dos parâmetros estudados. |
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As 2 dietas experimentais eram constituídas por 13 kg de silagem de milho (SM), 3 kg de feno de prado natural (FPN) e 3,4 kg de alimento concentrado (AC), por forma a garantir uma proporção de forragem: concentrado de 70:30 (c.a. 43% SM: 27% FPN: 30% AC na MS da dieta), suplementada ou não com 0,5g/dia de uma preparação comercial de Saccharomyces cerevisiae (SC) contendo 2 x1010 CFU/g (dietas LEV+ e LEV-, respetivamente). A quantidade de alimento oferecido foi determinada em período prévio ao início do ensaio, por forma a garantir ingestão ad libitum, mas evitando a ocorrência de refugos durante o período de medições. As dietas experimentais foram fornecidas sequencialmente, no primeiro período experimental a dieta LEV- e no segundo período experimental a dieta a LEV+. Cada período experimental compreendeu 21 dias de adaptação. A levedura foi administrada diariamente logo após a refeição da manhã, através da cânula ruminal. Procedeu-se à medição contínua do pH durante 16 dias consecutivos em ambas as dietas, inserindo 1 bolus no rúmen de cada vaca. Recolheu-se fluido ruminal em 5 dias imediatamente antes da refeição da manhã (tempo 0h) e 2, 4 e 8h depois, procedendo-se à medição imediata do pH com potenciómetro portátil e congelação das amostras a -20ºC, para posterior análise do parâmetros de fermentação. Dos 4 bolus disponíveis para o ensaio, um deles deixou de emitir a informação na fase de testes e um outro ficou inativo a meio do ensaio, registando só, os valores correspondentes ao pH ruminal da dieta sem adição de SC. Só nos foi possível assim, obter dados em 3 vacas na dieta LEV- e em 2 vacas na dieta LEV+. O fabricante invoca uma durabilidade dos bolus de 5 meses, mas as falhas que ocorreram não o comprovam. Em alguns casos, só depois de retirarmos os bolus do rúmen é que nos foi possível transferir os registos para o datalogger. Se esta limitação pode ser contornada em animais fistulados, é claramente impossibilitadora de obter os dados nos animais de uma exploração, em que não é possível remover os bolus do rúmen. Se estas limitações técnicas forem ultrapassadas, a utilização de bolus é uma técnica muito promissora, tanto para a investigação como no acompanhamento das explorações de vacas leiteiras, pois registam as medições do pH com precisão possibilitando assim, a qualquer hora do dia, visualizar os valores de pH de cada animal. Os bolus que funcionaram neste ensaio, revelaram-se muito eficazes no registo do pH, respondendo aos factores que provocaram a sua variação ao longo do dia, entre dias e entre dietas. A suplementação com SC não afetou os valores de pH, a concentração em lactato, em AGV totais ou individuais e em N-NH3 (P> 0,05). A variação na atividade fermentativa no rúmen das 0h às 8h após a refeição da manhã ocorreu como esperado. Em geral, aumentou entre 0-2 e ou 4h após a alimentação e foi seguida por uma diminuição até às 8h após a alimentação. A interação dieta x tempo não foi significativa em nenhum dos parâmetros estudados.The main aim of this work was evaluating the performance of a commercial brand of bolus as a technique to monitor the rumens pH. The effect of Saccharomyces cerevisiae supplementation in rumen fermentation criteria of dairy cows fed with a non acidogenic diet was also studied. Four dairy cows (Holstein Friesian), non lactating, multiparous, with an initial weight of 665.2 ± 56.2 kg and cannulated took part in this study. The two experimental diets consisted of 13 kg of maize silage (SM), 3 kg of meadow hay (FPN) and 3.4 kg of concentrate feed (AC), to guarantee a proportion of forage:concentrate (70:30) (c.a. 43% SM: 27% FPN: 30% AC of dry matter), containing or not 0.5 g/day of the live yeast Saccharomyces cerevisiae containing 2 x1010 CFU/g (diets LEV+ and LEV-, respectively). The quantity of feed offered to the animals was determined previously to assay to guarantee ad libitum ingestion, yet minimizing the waste during the testing period. Experimental diets were offered sequentially, first the LEV- (first period) and then the LEV+ (second period). Each experimental period included 21 days of adaptation. The yeast was administrated every day after the morning feed through the cannula. During 16 days pH was measured continuously for each diet through a bolus inserted in each cows rumen. For 5 days ruminal fluid was collected, immediately before the morning feed (time 0h) and 2, 4 and 8h after, refrigerated at -20ºC for posterior analysis of lactic acid, volatile fatty acids (AGV) and NH3-N and pH was measured immediately with a pH meter. Of the four bolus available for the assay, one stopped transmitting information during test periods and another was inactive during part of a test period, recording only values corresponding to ruminal pH of the diet without SC addition. Therefore, we were able to retrieve data from only 3 cows concerning the LEV- diet and 2 concerning the LEV+ diet. The manufacturer invokes a 5 months durability of the bolus which is contradicted by the malfunctions that occurred during assay. In some cases, only after retrieving the bolus were we able to transfer data to the datalogger. If this limitation can be bypassed in cannulated animals, it is clearly impossible to retrieve data from farm animals, from which it is impossible to recover the bolus. If this technical limitations are surpassed, using bolus can be a very promising tecnique both for investigation and follow up in dairy cow farms, seeing that they register pH values with precision and data is available every hour of the day, enabling visualization of pH values of each animal. The functioning bolus in this assay revealed themselves very efficient recording pH values, responding to inducing factors of fluctuation, between days and diets. Supplementation with SC did not affect lactate, total and individual AGV and NH3-N concentration (P>0.05). Variations in rumen fermentative activity between 0h and 8h occurred as expected. In general, there was an increase between 0-2 and/or 4h after feed, followed by a decrease until 8h after feed. The interaction diet x time was not significant in any of the studied criteria.2017-07-04T08:56:34Z2017-07-04T00:00:00Z2017-07-04info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10348/7794porRocha, Ana Raquel Pinto Curval dainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-02T12:47:52Zoai:repositorio.utad.pt:10348/7794Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:04:31.102615Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Este trabalho teve como objetivo principal avaliar a utilização de uma marca comercial de bolus como técnica para monitorizar o pH do rúmen. Foi também objeto de estudo o efeito da suplementação com leveduras Saccharomyces cerevisiae nos parâmetros de fermentação no rúmen em vacas alimentadas com uma dieta base não acidogénica. O estudo envolveu quatro vacas da raça Holstein Frísia, não lactantes, multíparas, com peso inicial de 665,2 ± 56,2 kg, fistuladas no rúmen. As 2 dietas experimentais eram constituídas por 13 kg de silagem de milho (SM), 3 kg de feno de prado natural (FPN) e 3,4 kg de alimento concentrado (AC), por forma a garantir uma proporção de forragem: concentrado de 70:30 (c.a. 43% SM: 27% FPN: 30% AC na MS da dieta), suplementada ou não com 0,5g/dia de uma preparação comercial de Saccharomyces cerevisiae (SC) contendo 2 x1010 CFU/g (dietas LEV+ e LEV-, respetivamente). A quantidade de alimento oferecido foi determinada em período prévio ao início do ensaio, por forma a garantir ingestão ad libitum, mas evitando a ocorrência de refugos durante o período de medições. As dietas experimentais foram fornecidas sequencialmente, no primeiro período experimental a dieta LEV- e no segundo período experimental a dieta a LEV+. Cada período experimental compreendeu 21 dias de adaptação. A levedura foi administrada diariamente logo após a refeição da manhã, através da cânula ruminal. Procedeu-se à medição contínua do pH durante 16 dias consecutivos em ambas as dietas, inserindo 1 bolus no rúmen de cada vaca. Recolheu-se fluido ruminal em 5 dias imediatamente antes da refeição da manhã (tempo 0h) e 2, 4 e 8h depois, procedendo-se à medição imediata do pH com potenciómetro portátil e congelação das amostras a -20ºC, para posterior análise do parâmetros de fermentação. Dos 4 bolus disponíveis para o ensaio, um deles deixou de emitir a informação na fase de testes e um outro ficou inativo a meio do ensaio, registando só, os valores correspondentes ao pH ruminal da dieta sem adição de SC. Só nos foi possível assim, obter dados em 3 vacas na dieta LEV- e em 2 vacas na dieta LEV+. O fabricante invoca uma durabilidade dos bolus de 5 meses, mas as falhas que ocorreram não o comprovam. Em alguns casos, só depois de retirarmos os bolus do rúmen é que nos foi possível transferir os registos para o datalogger. Se esta limitação pode ser contornada em animais fistulados, é claramente impossibilitadora de obter os dados nos animais de uma exploração, em que não é possível remover os bolus do rúmen. Se estas limitações técnicas forem ultrapassadas, a utilização de bolus é uma técnica muito promissora, tanto para a investigação como no acompanhamento das explorações de vacas leiteiras, pois registam as medições do pH com precisão possibilitando assim, a qualquer hora do dia, visualizar os valores de pH de cada animal. Os bolus que funcionaram neste ensaio, revelaram-se muito eficazes no registo do pH, respondendo aos factores que provocaram a sua variação ao longo do dia, entre dias e entre dietas. A suplementação com SC não afetou os valores de pH, a concentração em lactato, em AGV totais ou individuais e em N-NH3 (P> 0,05). A variação na atividade fermentativa no rúmen das 0h às 8h após a refeição da manhã ocorreu como esperado. Em geral, aumentou entre 0-2 e ou 4h após a alimentação e foi seguida por uma diminuição até às 8h após a alimentação. A interação dieta x tempo não foi significativa em nenhum dos parâmetros estudados. |
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